segunda-feira, 1 de abril de 2013

Pergaminho - Porque nem todas as notícias vem das músicas dos bardos!



Pergaminho de notícias!


Caçadores de Tyali

Um preço alto sobre um grupo de caçadores fora colocado no continente de Drimlaê. Após a coroação oficial da Princesa-Rainha Sarah, seu primeiro decreto fora a irônica caçada sobre os Caçadores de Tyali, um grupo de caçadores adoradores do deus da ambição. Estes são normalmente conhecidos por utilizarem armas de fogo feitas de madeira. Estas madeiras muito resistentes, dizem ter propriedades mágicas, mas ninguém nunca teve certeza desse fato. Fora colocado um pagamento especial sobre a cabeça de dois caçadores em questão, uma dupla, um anão que anda montado em um javali acompanhado de um meio-orc.


 Meteoros Negros

Meteoros de chamas negras foram vistos caindo no mar do nordeste, entre os continentes de Lazafa e Daekor, não se sabe de onde tais rochas vieram. Após o incidente, cidades do continente de Lafaza foram invadidas por elfos marinhos, o que não é incomum no continente, mas desta vez houve um diferencial, os humanóides aquáticos utilizavam armas de metal, um elemento impossível de se manipular debaixo d água graças à necessidade de utilização de fogo.
Em um desses ataques uma adaga fora pega por um garoto e enviada a um templo de Therwin onde analises mais profunda serão feitas sobre o metal.




Fim da guerra de monges em Darcael

Acaba a guerra entre duas principais facções de monges no continente de Darcael. O continente da terra sofre desde tempos remotos com uma batalha entre duas facções poderosas de monges. A batalha já custou muitas vidas e uma grande quantidade de sangue derramado.
Sharalee, irmã mais nova do líder das facções venceu seu próprio irmão em batalha e fazendo um acordo de paz com a facção inimiga juntaram-se para formar uma só facção, que promete ser a mais poderosa de toda Darcael, senão de Gensõ.



quinta-feira, 14 de março de 2013

Sarah - Capitulo 10 - Ascensão


-- Sarah! Minha rainha! – Tyrus gritou com seu eterno sorriso assustador nos lábios.
Em sua cabeça o eterno chapéu de bobo que carregava ao invés da coroa, balançou quando o mesmo pulou do trono para o chão.

O grande minotauro bufava olhando Sarah quando Tyrus simplesmente bateu palmas e o monstro saiu da sala, deixando apenas o rei e a rainha.
-- Que trajes diferentes dos habituais, minha rainha... É a última moda em Daekor? –
-- Eu nem mesmo cheguei à Daekor, Tyrus. – Sarah respondeu hostil.
 O rei a olhou por alguns segundos.
-- Está diferente...
-- Eu mudei! Aprendi novas coisas, tomei novas atitudes.
Tyrus apenas a olhava em silencio.
Sarah tirou sua espada e apontou para o rei.
-- Eu exijo a coroa, que é minha por direito.
Tyrus riu alto e assustadoramente.
-- Querida, você é a rainha, você já tem a coroa.
-- Você entendeu errado, Tyrus. Desejo reinar sozinha.
Tyrus se aproximou do grande trono de madeira e puxou seus dois apoios, que eram na verdade duas espadas.

-- Tire a coroa de mim!
Sarah olhou para o rei e disse:
-- Tyrus, você é meu marido! Eu não desejo lutar com você.
-- Seus companheiros estão todos presos pelos meus guardas. Ou você luta ou morrem... Todos vocês!
O rei correu para cima da rainha como um lince, sua velocidade era incrível e muito superior à de Sam. As duas espadas formaram um grande “xis” no ar, duplicando sua força na queda.
Sarah colocou o escudo para cima, não tendo tempo para esquivar. O peso era imenso, a perna da mulher tremeu com o impacto.
Tyrus ria e começava a dançar como um palhaço no centro da sala.
-- Eu não quero lutar, Tyrus!
-- Sarah, minha amada, você acha mesmo que é chegar aqui e pedir a coroa?
O Bobo jogou uma das espadas como uma flecha, fazendo um profundo corte no braço de Sarah que segurava sua espada, fazendo-a soltar.
A rainha nem pode ver direito, mas o rei já vinha em seu encontro com a espada outra espada em mãos.
Houve um choque. Espada contra escudo.
-- Você sabe que essa coroa é minha! – Gritou Sarah segurando o escudo enquanto seu braço sangrava.
Tyrus apenas ria.
-- Você luta como seu pai! – Ele então disse.
Sarah lembrou-se de seu pai, lembrou-se de Jensen e suas palavras e finalmente lembrou-se da força de vontade das amazonas. A rainha jogou seu corpo para trás, derrubando o escudo no chão, que fora derrubado junto com Tyrus e sua espada.
A rainha correu até sua espada colorida e apontou para o rei.
-- Você fica linda empunhando a Espada Arco-Íris. – Disse o rei. – Quem sabe um dia você descubra a magia nela... Mas não hoje... – O Bobo pegou o escudo embaixo dele e lançou como bumerangue na rainha atingindo-a em cheio.
Tudo escuro.

...
Sarah abriu os seus belos olhos azuis. Estava em seu quarto. Tinha tudo sido um sonho?
Pensou que sim, até que viu o largo sorriso de Tyrus, seu marido e rei.
A mulher o olhou por alguns segundos até que disse:
-- Irei para o calabouço?
Tyrus fez uma expressão afetada de surpresa.
-- É óbvio que não, minha querida.
-- Mas eu invadi o castelo, levante uma espada contra você, o rei...
-- Você apenas teve a atitude de uma verdadeira rainha. – O Bobo tirou seu chapéu, embaixo dele, sobre o cabelo castanho, uma coroa, que entregara para Sarah.
A mesma fitou a coroa por alguns segundos, olhou para os olhos de Tyrus que estavam apertados por conta de seu grande sorriso. Seria verdade mesmo? Ele não iria lhe trair? Sarah perdeu uma batalha, mas estava viva e não tinha mais nada a perder.
-- Prometi a seu pai que um dia seria uma rainha e aí está... – Tyrus sorriu mais.
A mão de Sarah foi lentamente em direção a coroa, mas desviou para o chapéu do bobo. Ela colocou o chapéu na cabeça e deu um pequeno sorriso.

-- Que essa seja a minha coroa. – Disse.
Tyrus levantou-se e caminhou para sair do quarto.
-- Aonde vai? – Perguntou Sarah.
-- Não sou mais rei, não tenho o que fazer aqui.
Houve um breve silencio até que Sarah disse:
-- Toda rainha precisa de um bobo...
Tyrus voltou-e a ela, sorriu e disse: -- Sim, majestade.
Naquele mesmo dia houve uma celebração. Toda Shufu se encontrou na frente do Castelo do Bobo e houve uma coroação para Sarah novamente, agora como rainha única.
No meio dos cidadãos de Shufu, as amazonas. Assim que coroada rainha, Sarah via as guerreiras indo em direção à saída da cidade.
A rainha apressou-se, pegou um cavalo e parou na frente do grupo antes do mesmo sair da cidade.
-- Vocês vão? – Gritou a rainha ainda no eqüino.
-- Você se tornou uma rainha... A rainha de Drimlaê... – Layllian sorriu para Sarah. – Uma coroa maior que a minha. O sonho foi cumprido... Estamos satisfeitas, sabemos que irá reinar com sabedoria...
Até mesmo Sam fez um sinal de positivo com a cabeça.
-- Irei sempre me lembrar de vocês... – Disse Sarah. – Sou muito grata, a todas. Obrigada!
-- Todas nós também lembraremos... – Disse Joy.
E assim as amazonas partiram para sua aldeia.
Feliz e cheia de esperanças pela frente, Sarah foi ao castelo novamente, seguiu até seu quarto, pegou seu diário, abriu na pagino do dia que saiu do castelo e leu:
-- “Esse foi o dia que eu deixei de ser apenas uma rainha e me tornei uma guerreira.”
Sarah riscou a palavra ‘guerreira’, olhar para o colar que Jensen lhe deu e escreveu outra palavra em cima da riscada:
-- “Esse foi o dia que eu deixei de ser apenas uma rainha e me tornei uma MULHER.”

sexta-feira, 8 de março de 2013

Sarah - Capítulo 9 - Entrando no castelo


As amazonas e os guerreiros da guarda de Shufu marcharam todo o caminho até o Castelo do Bobo, não eram tão disciplinados quanto os soldados de Tyrus, mas tinham amor à Sarah e isso era suficiente.
Em frente, Sam, Joy, Layllian e Sarah, preocupada.
Primeiro porque não era uma guerreira total ainda, tinha o talento para isso, talvez vindo de seu pai, mas não era forte suficiente para derrotar seus próprios soldados no castelo. Segundo porque não queria lutar, não queria derramamento de sangue.
O céu estava escurecendo, não por causa da noite, mas uma forte chuva se formava sobre suas cabeças. As casas já estavam fechadas e as ruas vazias, quando uma pequena vendedora de maças, correndo para se proteger dos pingos, nota o pequeno batalhão e ao ver a rainha, grita seu nome.
Mesmo entre os pingos caindo as janelas pouco a pouco foram se abrindo.

-- É a rainha! Rainha Sarah está de volta! --  As pessoas gritavam e mais janelas abriam-se, para ver a amada mulher.
Cada grito, cada boas-vindas davam mais esperança para Sarah. Ela precisou mesmo ter sido seqüestrada, precisou perder um conhecido para se tocar que ela tinha muito que fazer em sua posição, e ela pensava nisso olhando cada rosto alegre por vê-la, cada rosto de seus súditos trabalhadores e felizes.
Os tempos parados acabaram.
O batalhão chegou à porta do Castelo do Bobo. Havia dois guardas em cada lado do imenso portão principal, os mesmos com resistentes armaduras e grandes escudos, que cobriam todo seu corpo, em mãos.

Sarah se aproximou.
-- Sou Sarah, a rainha de Drimlaê, permitam-me passagem para dentro do castelo! –
-- Tyrus proibiu sua entrada, Vossa Majestade! – Falou um dos guardas por detrás dos grandes escudos. Embora fossem leais ao rei, seus rostos mostravam seu amor pela rainha. – Ele disse que você só entrará se chegar lá... À força! – Os dois guardas se colocaram em posição de defesa.
-- Temos muitos mais soldados aqui! – Gritou Layllian e apontando para frente, o batalhão de soldados avançou para os dois guardas, haviam recebido armas fracas, porem eram muitos, o suficiente para deixar os guardas ocupados enquanto as amazonas entravam no castelo.
Assim que entraram viram o local silencioso. As portas foram fechadas e arqueiros apareceram nas escadas e por detrás das colunas. Houve de imediato uma chuva de flechas. Uma dessas flechas voou em direção à Sarah, ela pôde ver a ponta vinda para cima de si, tentou levantar seu escudo, ou mesmo sua espada colorida, mas não conseguiu a tempo.

Houve o som da flecha entrando em carne, Layllian virou junto à Joy que curava uma companheira.
Na frente de Sarah um braço musculoso sangrava. Sam recebeu a flecha pela outra.
-- Sam... – Sarah gritou.
A outra mulher sorriu e apontou para um corredor livre, mostrando que estava tudo bem e Sarah podia seguir.
A rainha tentou falar algo, mas houve mais uma chuva de flechas que derrubava muitas amazonas.
Sam empurrou a outra, que foi para o corredor vazio. Quando Sarah olhou para trás, Sam tirava a flecha de seu braço com a mão e corria pela escada, derrubando um arqueiro.
Saram correu.
...
Os corredores pareciam maiores, desconhecidos. A rainha ouviu um trovão do lado de fora e continuou correndo, iria para a sala do trono.
Assim que chegou próxima à sala viu uma pequena silhueta no escuro, a medida que se aproximava a silhueta parecia crescer.
Outro trovão, e um relâmpago iluminou a sala, mostrando a silhueta.
O grande minotauro rugiu alto.

Sarah se assustou. Estava mesmo preparada para isso? Se não estava iria morrer ali, agora.
O minotauro arrastou o pé no chão, três vezes e correu para cima de Sarah.
A rainha colocou o escudo na frente, mas lembrou da luta com Sam em que era melhor desviar do que suportar o peso. Assim fez. A mulher jogou-se para o lado e o monstro bateu em uma coluna.
Outro relâmpago e minotauro mugindo alto, apontou seus chifres para a rainha e correu mais uma vez em sua direção.
Sarah correu para a sala do trono, os grandes portões de madeira e ouro estavam trancados.
A mulher não sabia o que fazer, estava na frente do portão trancado, com o grande minotauro vindo em sua direção.

O monstro aproximava-se, Sarah, por impulso jogou-se para o lado mais uma vez.
Os chifres do grande touro racharam o portão ao meio, destruindo-o. Do outro lado, sentado de cabeça para baixo no encosto de seu trono, estava Tyrus.
-- Sarah! Minha rainha! – Ele gritou, sorridente.
Continua...

sexta-feira, 1 de março de 2013

Sarah - Capítulo 8 - Atitudes


Sarah ouviu histórias tristes naquela aldeia, histórias carregadas de lágrimas e marcadas por sofrimento.
Chega a um ponto insuportável, um ponto onde um humano não agüenta mais. Sarah chegara a esse ponto, mas não estava triste, pelo ao contrário, se sentia feliz, se sentia humana.
-- O que você tem na cabeça? – Gritava Layllian.
Sam encostada-se ao canto da tenda ouvia tudo de olhos fechados enquanto Joy curava as feridas de Sarah que ouvia a bronca com um pequeno sorriso nos lábios.

-- Você poderia ter morrido! – Continuava Layllian. – Isso é muita irresponsabilidade!
Houve um breve silencio até que Sarah levantou-se e olhando nos olhos de Layllian disse:
-- Eu o derrotei, Lay! Derrotei o slumtrer-rei... Sozinha!
-- E iria morrer sozinha também! – Gritou a outra.
-- Mas Layllian... – Joy curou um ultimo ferimento e levantou-se. – Ela está viva, isso é uma vitória, não é? Talvez ela já esteja preparada.
-- Me diz Sarah! Como você conseguiu sair sozinha?
Sarah olhou para as três mulheres na sala e mais uma vez sorriu:
-- Pensei em todas vocês... Isso me deu forças.
Sam, Layllian e Joy coraram ao mesmo tempo.
Houve mais silencio, até que Sarah aproximou-se de sua espada, a pegou e caminhou para Layllian, colocando a mão em seu ombro disse:
-- Eu serei a rainha.
Layllian concordou com a cabeça.
-- Todas aqui sabem disse, Sarah. – Disse a amazona. – Minha coroa será sua...
-- Eu serei rainha... – Repetiu Sarah. --... De Drimlaê!
As três amazonas a olharam, surpresas.
-- Quero mudar a situação do continente, e para isso vou tomar a coroa de Tyrus.
-- Uma coroa maior... – Disse Joy mais para si mesma.

-- Pode contar com todas nós... – Disse Layllian a abraçando, seguida de Joy. Sam continuou em seu canto em silencio.
-- Vamos invadir o castelo, eu mesma tomarei a coroa. – Disse Sarah.
Layllian a olhou profundamente. Como estava diferente... Havia mudado para melhor.
Talvez Sarah tenha aprendido a ser livre pelo convívio com as outras mulheres livres, mas o que Layllian acreditava mesmo era que Sarah sempre teve uma guerreira dentro de si, só faltava um pequeno empurrão.
Joy, Layllian e Sarah saíram da tenda para contar as novas para todas as amazonas e juntar um pequeno exército.
Sam ficou na tenda, e vendo um pouco da areia cinza que guardara, sorriu.
...
Muitas das amazonas concordaram em se juntar ao grupo que invadiria o castelo. Grande parte se juntou pela emoção da batalha, enquanto a outra parte via a queda de Tyrus como algo bom, já que em seu lugar ficaria uma mulher.
As amazonas conversavam, animadas em frente à uma espécie de palco onde outrora era usada para festas, até que Layllian subira no mesmo e logo houve silencio.
-- Vamos mudar a história de Drimlaê hoje! – Ela gritou e as outras a seguiram em som. – Vamos derrubar a maior autoridade masculina e colocar uma de nós no lugar.

Sarah subiu o palco acompanhada de Joy.
A rainha usava uma armadura dada por Layllian, uma armadura amazona, que lhe dava um ar autoritário e poderoso.
Houve mais silencio.
-- Obrigada, todas que estão aqui. – Sarah começou. – Pretendo mudar suas vidas... – Ela sorriu. --... Como vocês mudaram a minha.
Houve palmas, gritos e armas levantadas.
-- O castelo do Bobo não está preparado para um ataque essa noite. – Disse Layllian para Sarah em meio ao grande som.
-- O castelo SEMPRE está preparado, Layllian. – Respondeu Sarah.
-- Então como faremos? – Perguntou Joy.
Sarah colocou a mão no colar de Jensen que estava sempre em seu pescoço.
-- Liberem meus homens e eu tenho uma ideia. – Ela disse.
...
As grades do calabouço foram abertas. Os soldados da guarda real de Shufu estavam soltos, muitos deles fracos e cansados, torturados para contar segredo ou usados com reprodutores, mas a visão de Sarah se aproximando fora o suficiente para dar força a todos eles.

-- Rainha Sarah! Princesa! – Eles gritavam.
-- Ouçam! – Ela quase gritou, e todos ficaram em silencio. – Vamos invadir o Castelo do Bobo e precisamos de vocês. – Sarah fora direta no assunto e os soldados primeiramente se assustaram com aquela nova rainha, mas era Sarah afinal, e nenhum deles, fosse por amor, fosse por honra, desobedeceriam a suas ordens.
Aqueles homens, mesmo fracos ergueram seus braços e gritaram.
Continua...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sarah - Capítulo 7 - Defenda-se!

Layllian acredita que para ser uma rainha deve-se ser forte para proteger seus súditos, e isso Sarah não era. Diplomática, bondosa, justa, amada...
Mas faltava-lhe força e coragem.
O vento soprava pelos cabelos loiros de Sarah, que se encontrava em uma espécie de pequena arena. No meio da arena o desenho de uma viúva-negra.

As amazonas não se encontravam no momento, por agora gostarem de Sarah não queriam vê-la apanhar novamente.
Joy e Layllian estavam sentadas no chão fora da arena, e dentro da mesma, do lado aposto ao de Sarah, estava Sam.
-- Layllian, acho isso desnecessário... – Dizia Sarah com a colorida espada em mãos.
-- É apenas um treinamento, Sarah! – Dizia a rainha amazona. – A Sam não vai ti machucar.
Sam se aproximava da outra e em silêncio ajeitou corretamente a espada na mão de Sarah. Sam não gostava dela, mas estava sendo paciente para com a nova rainha.
-- Tenta se defender, Sarah! – Girtou Layllian e Sam partiu para cima da outra. Podia-se notar que a velocidade de Sam era mínima se comparada à batalha contra os slumtres.
Sarah soltou a espada e fechou os olhos, Sam parou olhou zangada para Layllian e afastou-se.
-- O que foi isso? – Gritou Layllian entrando na arena.
-- Eu não quero fazer isso. – Sarah quase chorava. – Eu não quero atacar ninguém.
-- Ouça aqui! – Layllian segurou a outra pelos ombros. – Eu não mandei atacar, mandei defender! Defender! Sarah... Acorda... Sua vida de enfeite acabou, você se tornou uma guerreira! Você precisa aprender a defender seu povo ou mais de seus homens morrerão por sua causa.
As palavras de Layllian atingiram Sarah em cheio. Sua mão foi para o colar que Jensen lhe deu. Ele estava morto. Morto por sua causa.
-- Tem razão, Layllian... – Sarah pegou a espada colorida e a levantou. – Não posso deixar isso acontecer novamente.
-- Assim que se fala! – A rainha amazona sai da arena, dando espaço para Sam que vinha correndo com um sorriso no rosto. Não um sorriso de deboche ou maldoso, mas um sorriso orgulhoso. Para as amazonas, melhor que uma mulher guerreira era uma mulher com força e coragem para se tornar uma.

Mas Sam ainda não gostava de Sarah.
A rápida guerreira correu para cima da rainha, que se defendia colocando sua espada na frente. Fora ouvido o som das adagas chocando-se contra a espada colorida. Sarah fora arrastada um pouco para trás, quando finalmente caiu no chão.
-- Muito bem, Sarah! Use a espada como escudo... Imagine que ela é uma parte sua indestrutívell, que pode ser machucada para defender as outras partes mais fracas. – Layllian gritava enquanto Joy olhava um pouco apreensiva.
Sam vinha novamente, correndo como uma flecha. Sarah colocou a espada novamente na sua frente, mas Sam não a atacara, apenas pulara e fora muito alto para cima.
A guerreira das adagas descia como um meteoro acima de Sarah. A mesma cobria sua cabeça com a espada, quando ouvira o grito de Joy:
-- Não defende, Sarah! Fuja!

Sarah se jogou para o lado no mesmo momento e Sam caira no chão, rachando-o. Assim que atingira o chão, a guerrera apoiou-se nas mãos e no joelho esquerdo, impulsionando o direito para atingir Sarah, que conseguira se defender com a espada.
Mas o chute de Sam era poderoso e empurrou a outra para a pont da arena, que desequilibrando-se, caiu.
Layllian e Joy correram para onde a mulher, mas Sam já a levantava.
-- Você está bem, Sarah? – Perguntou Joy, procurando uma ferida que pudesse curar.
Sarah começou a rir, ria alto e sua olhos tinham lágrimas.
-- Você viu Joy? Você viu Layllian? Eu defendi, eu durei alguns segundos contra uma guerreira forte...! Eu lutei!
-- Você é uma rainha de verdade! – Dizia Joy a abraçando.
-- E é muito bom ser! – Dizia Sarah.
-- Andar fica chato quando se aprende a voar, não é? – Layllian sorriu e abraçou Sarah também. Abraçada em Sarah, pode ver Sam que fazia um sinal de positivo com o dedo, afastando-se.

Layllian sorriu.
...
A festa naquela noite fora a melhor. Muita bebida, comida e muita música boa.
Comemoravam pela ascenção de Sarah como guerreira. Fora uma pequena luta, onde a mulher nem mesmo atacara, mas era simbólico, o nascimento de uma mulher poderosa, deixando para trás outra submissa e medrosa.
Joy, Layllian, Sarah e Sam estava sentadas na mesa do centro do salão. As amazonas passavam pela mesa e parabenizavam Sarah pela batalha.
-- Parabéns, Sarah! Precisa treinar muito mais, mas foi um ótimo começo. – Dizia Layllian com um copo de cerveja em mãos.
Sam acenou com a cabeça.
Sarah olhou e disse:
-- Sam... Porque você nunca fala? Eu gostaria de ouvir sua voz...
Joy e Layllian ficaram sérias e olharam para Sam.
A guerreira de moicano fechou os olhos e houve silencio  por alguns segundos na mesa, silencio que deixou Sarah nervosa. Então Sam abriu a boca e colocou a língua para fora. Sarah quase se assustou quando viu que a guerreira não tinha a língua toda, mas que ela fora cortada.

Sarah abaixou a cabeça.
-- Os slumtrers... – Disse Layllian. O slumtrer-rei para ser mais exata...
Sarah a olhou e ela continuou:
-- Eu e Sam éramos adolescentes e moravamos em uma aldeia de homens. Sempre fomos mulher cheias de coragem e então decidimos enfrentar os slumtrers. Eles são monstros fracos, então nos divertiámos os matando. Foi quando o rei apareceu. Nós o atacamos, mas ele era forte. Quando vimos que ele era muito poderoso, fugimos de volta para ossa aldeia. – Layllian olhou para Sam, seus olhares tristes. – O slumtrer-rei nos seguiu e atacou a vila. Não houve morte, os guerreiros da vila afastaram o monstro, mas viram Sam com armas nas mãos. – A rainha amazona parou, respirou tristemente e continuou. – Mulheres eram proibidas de usar armas nessa aldeia... Como castigo tiraram a voz de Sam, “Para aprender seu lugar de mulher” eles disseram...

Sarah abaixou novamente a cabeça, “o lugar da mulher”, era quase isso que Tyrus fazia com ela, outras mulheres sofriam isso também em Drimlaê, era triste.
-- Fugimos da aldeia, e depois de Sam botar fogo em todos de lá... – Continuou Layllian. -- ... Encontramos e nos juntamos às amazonas.
-- Eu entendo... – Disse Sarah. – Não concordo com a vingança, mas entendo vocês... Esses tempos de homens nos mandando acabarão. – Assim que a loira rainha disse e houve urro de guerra de todas no salão.
Sarah sorriu e pediu licença para ir ao banheiro.
A festa continuou com muita alegria, mas durou mais de quarenta minutos e Sarah não havia voltado.
-- Eu vou ver como ela está. – Disse Joy.
A elfa fora à cabana da outra mas não havia ninguém, procurou pelas cabanas mas não a encontrou.

Nervosa, Joy voltou correndo para a festa.
-- Não a encontrei, Layllian! – A elfa gritou, sem notar que a festa inteira estava em silencio.
No meio do salão, todas as amazonas olhava Sarah, que machucada, cheia de cortes e com a sua espada colorida em mãos, sorria.
A mulher afastou-se um pouco e atrás dela um monte de areia.
Areia cinza.
Sarah derrotou o slumtrer-rei.

Continua...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Sarah - Capítulo 6 - Perdoar


A notícia de que Sarah iria falar oficialmente com Layllian voou quando Joy contou À rainha. Era quase meio-dia e o sol pendia forte e poderoso no meio do céu.

As amazonas estavam no meio da aldeia, pararam seus trabalhos e estavam ansiosos, todas sabiam da visão de Joy, todas sabiam que Sarah seria  sua nova rainha.
E lá vinha ela...
Sarah era uma mulher submissa e aparentemente fraca, mas era decidida e certa de suas escolhas e sempre agia de seu modo... Quando podia agir...
Havia uma pequena elevação, e sobre essa elevação uma tenda grande e rodeada por lanças cravadas na terra com pontas para cima. Sua entrada estava sempre fechada e sobre ela o símbolo de uma deusa antiga e feminista.
Uma viúva-negra.

Havia um longo tapete feito de pele de lobo-das-cavernas, que corria por quase cinco metros de sua entrada.
Sarah finalmente pisou no tapete, sentia não o macio do pelo, ou o calor do sol. Sentia que sua vida mudaria.
Para melhor.
A entrada da grande tenda fora aberta, de dentro dela saíra Sam. Seus músculos pareciam ainda maiores e seu rosto era eternamente sério e furioso.
Sarah estava no meio do tapete, sentira medo, pensou em voltar, mas assim que deu um passo para trás sentira a mão de Joy em suas costas.
Então caminhou para frente.
Sarah adentrou a tenda sob o olhar odioso de Sam e o sorriso de Joy.
...
Havia uma grande mesa. Sobre a mesma, um mapa antigo com vários botões em cima. Sarah não percebeu, mas os botões representavam a guarda de proteção das amazonas.
Havia vasos, cadeiras e uma cama no canto. Cabiam, talvez, dez ou doze guerreiras. Sentada de um lado da mesa estava Layllian.
A rainha amazona parecia calma, mas totalmente majestosa. Uma majestade muito superior a que Sarah aparentava naquele momento. Talvez pela amazona estar no seu lugar e ela não.
-- Rainha Sarah... – Layllian sorriu e levantou-se.
Sarah fez uma reverencia digna de uma rainha.
-- Creio que não seja necessário tanta formalidade.
Sarah continuou em silencio.
-- Você aceitou... Isso é bom, mas não suficiente. – Layllian levantou-se e aproximou-se à outra. – Sarah... Você tem certeza disso?
Os olhos das rainhas se encontraram.
-- Não... Não tenho certeza... – Disse Sarah. – Mas decidi arriscar... Para sentir... A liberdade...
Layllian sorriu, via tanto de si na outra.
Abraçou-a e ambas saíram da tenda. As amazonas olhavam para as duas rainhas, quando Layllian acenou e fora seguida por palmas.
Apenas uma mulher não bateu palma. Sam.
A grande e robusta mulher colocou a mão no ombro de Layllian e acenou, a rainha entendeu e a acenou de volta.
...
Sarah era realmente uma rainha diplomática, em uma tarde conheceu muitas das amazonas e resolveu muitos de seus problemas, tornando-se popular rapidamente.
Cada mulher que conhecia, conhecia historias diferentes. Passados assustadores, marcados por tristezas e dramas, mas mulheres fortes o suficiente para superar qualquer dificuldade.
Por algum motivo sentia-se bem ali. Sentia-se importante.
-- Ufa! Que canseira! – Dizia Sarah sentando-se embaixo de uma árvore. O sol estava agradável, e os ventos, como em toda Drimlaê, pareciam mágicos.

-- Difícil ser rainha? – Perguntou Joy, a elfa, também sentando.
-- Eu sempre fui rainha, Joy... – Sarah a olhou seria, mas depois sorriu. – Mas só agora estou sentindo realmente o que é ser. – A mulher sorriu mais, mas agora era para si mesma. – Eu sempre fui para festas, sempre estive lá, sorrindo e acenando docemente. Mas nunca realmente conversava com as pessoas, nunca soube de seus problemas, nem mesmo tive a chance de resolver e me sentir importante.
Sarah levantou-se animada, ficando de joelhos.
-- Joy... Aprendi coisas com essas amazonas que se Tyrus tivesse esse conhecimento poderia ajudar não só elas... Mas Drimlaê inteira!
A elfa sorriu, era como se Sarah pudesse ser ela mesma.
A outra se voltou a sentar e olhou a elfa.
-- Joy... Uma coisa que notei que quase todas as amazonas tem em comum são problemas com homens. Mas você não teve né?
O rosto de Joy entristeceu um pouco.
-- Na verdade tive sim... – Ela olhou para o céu e começou a falar. – Há alguns anos, um grupo de guerreiros estava explorando nossa floresta... Eu era apenas uma garotinha, uma curandeira iniciante...
Joy se lembrava como se fosse hoje.
...
Há alguns anos atrás uma pequena elfa caminhava na floresta. Em sua mão havia flores amarelas que foram colhidas no caminho para casa.
Essa elfa era Joy.
Usava um vestido simples e branco e os cabelos soltos, enfeitados pelas mesmas flores amarelas que carregava.

Mais adiante uma mulher estava ajoelhada no chão, de costas.
-- Mestra Silvanges! – Gritava Joy sorrindo enquanto corria para a adulta.
-- Venha Joy! Vou ensinar-lhe algo... – Dizia a mulher de longos cabelos marrons.
Assim que a pequena elfa se aproxima nota que na frente de sua mestra há um filhote de veado. O filhote sangrava, e na sua barriga havia uma bala feita de madeira. Joy e Silvanges não sabiam o que era e não se importavam as balas e armas de fogo não são muitos conhecidas em Drimlaê, mas as duas se preocupavam com o animal. Joy deixou cair todas as flores e correu para o animal.

-- Caçadores... – Disse a adulta acariciando delicadamente a cabeça do animal.
-- Mestra... Ajude-o... -- Disse a pequena garota, aflita.
-- Como está sua magia de cura, Joy? – A voz da adulta era calma e suave, transparecia seriedade.
-- Eu não sou boa em magia, mestra, você sabe... Minha magia não cura nem cortes... Só pequenos arranhões.
Silvanges sorriu e colocou a pequena mão da elfa perto do corte do filhote.
-- Fecha os olhos... E cura...
-- Mas mestra...
-- Apenas cure...
Joy fechou os olhos e usou sua cura. Era uma cura fraca, realmente, então Silvanges curou o ferimento do animal.
O filhote de veado pulou contente, e Joy abrindo os olhos voltou-se a sorriu para a adulta.
-- Viu? – Sorriu Silvanges de volta. – Quando se quer... Pode!
Ambas sorriam uma para a outra.
O som de pesados passos foram ouvidos vindo em direção às duas.
-- Foi  pra cá que o animalzinho correu? – Perguntou um meio-orc alto e musculoso.
-- Foi sim, Maluak, eu vi... – Agora quem falava era um anão, este montado em um grande e assustador javali.
Ambos tinham na cintura, espingardas.

-- Não tem animal, mas... – O meio-orc apontava para Silvanges, seguido de um sorriso pervertido do anão.
-- Joy... Saia daqui... – Disse a mulher empurrando levemente a garota.
-- Por quê? – Perguntou a elfa.
-- Saia Joy! – Silvanges se abaixava e segurava nos ombros da menos enquanto a olha nos olhos. – Não importa o que aconteça... Não seja uma adulta ruim, ame a natureza e acima de tudo lembre-se que perdoar sempre é uma opção... – então empurrou novamente a garota que correu, ouvindo o som de socos e gritos de sua mestra.
...
-- Eu... Sinto muito... – Falou Sarah ao terminar de ouvir a historia.
-- Não sinta... – A elfa soltava um sorriso, embora triste, consolável. – É por isso que não odeio os homens como algumas aqui... Você tem duas opções para viver depois de sofrer algo... Viver uma eterna vida de ódio cego ou como disse a mestra Silvanges... Perdoar... A forma mais pura da liberdade...
A elfa sorriu e Sarah guardaria essas palavras para sempre...
Ambas ficaram alguns minutos em silencio, descansando, até que Layllian e Sam se aproximaram.
-- Sarah! – Disse a rainha amazona. – Preciso falar com você...
Continua...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sarah - Capítulo 5 - Libertando-se


As amazonas iam ao delírio, ainda mais por uma das lutadoras ser sua rainha.
As mulheres haviam feito um círculo, no seu meio, Layllian em sua postura firme de rainha com a lança em mãos e no outro lado, Sarah atrapalhada com a espada, arrancava sorrisos das amazonas.
-- Não acho que isso seja uma boa ideia. – Dizia Joy, um pouco preocupada para Sam.
Sam apenas sorria, esperando que Sarah se desse mal.
-- Eu não quero fazer isso! – Gritava Sarah tentando sair do circulo, mas sempre que ia para uma saída uma amazona a empurrava de volta.
-- Não se preocupe rainha! – Dizia Layllian sorrindo com a mão na cintura enquanto olhava a outra tentando fugir. – Prometo não machucá-la... Muito!
A amazona correu com sua lança para cima da outra. A mesma cravou a ponta da arma no chão e a usou como impulso para chutar Sarah. Os pés da atacante atingiram em cheio os ombros da outra, que nem mesmo tentou esquivar pelo susto, caindo no chão. Layllian aterrissou majestosamente.
Sarah nem queria levantar, estava assustada. A rainha olhava para o céu escuro. Sua vida mudara mesmo, era assustador. Fechou os olhos, achando que quando os abrisse estaria de volta em seu quarto no Palácio do Bobo.

Seus olhos abriram, mas ela continuava lá e agora via Layllian que a olhava e estendia a mão.
Sarah levantou e não havia mais nenhuma amazona ali. Apenas as duas rainhas.
-- Todas se foram? – Perguntou.
Layllian sorriu, era bonito vê-la sorrindo.
-- É... Não foi bem um show, sabe? Acho que deu sono nelas...
Sarah sentou-se em uma das cadeiras. Estava mais escuro agora por causa das tochas apagadas.
-- Desculpa...
Layllian suspirou e empurrou uma caneca para a outra. Depois de ver que só havia água, Sarah tomou.
-- Nós duas somos rainhas. – Começou Layllian. – Nós duas sabemos o quão difícil é lidar com a pressão de liderar... – Soltou um pequeno sorriso. – Bem... Você não sabe, afinal o rei Tyrus que manda em você.
Sarah a olhou. Sentia raiva e vergonha, mas nada disse.
-- Não é verdade? – Layllian disse. – Isso pode mudar, Sarah... A joy lhe disse sobre o sonho dela, não disse? – Fez uma pequena pausa e continuou quando a outra confirmou com a cabeça. – A minha... ‘Coroa’ será sua. Eu confio na visão dela... Mas quero passar essa coroa para alguém competente, que possa proteger minhas mulheres.
Houve um breve silencio.
-- Pode ser pouca coisa... – Ela continuou. --... Digo, comparando o palácio com nossa aldeia. Mas que saber? Eu acho mais vantajoso reinar uma pequena aldeia do que passar a vida em um castelo... Apenas servindo.
Os olhos de Sarah se encontraram com os de Layllian. A amazona apenas pegou a caneca e saiu. Deixando para trás uma rainha pensativa.

...
Amanheceu.
Era muito cedo, mas a aldeia inteira já trabalhava arduamente. Sarah não havia dormido bem, ficara pensando no que Layllian havia lhe dito. A mulher era uma rainha, mas agora se sentia tão falha.
Havia recebido uma pequena tenda só para si, embora se sentindo uma prisioneira passava longe disso.
Assim que se levantou sentiu uma luz entrando no quarto, era Joy que entrava na tenda com café-da-manhã.
-- Oh! Perdão... Acordei você? – Perguntou a elfa colocando a bandeja de madeira em uma pequena mesa.
-- Não! Não! – Disse a outra limpando o rosto.
Joy pegou uma tanja e começou a descascar para Sarah. A rainha olhou a fruta e lembrou-se dos slumtrers e logo das palavras de Layllian novamente, e levando sua mão à cabeça soltou um pequeno gemino.

--Você está bem? – Perguntou Joy.
-- Estou ótima... Só um pouco... Confusa...
-- Confusa? Com o que?
Sarah soltou um pequeno sorriso e olhou para a elfa.
-- Minha vida ficou um pouco diferente esses dias. – Disse.
-- Imagino...
Joy termina de descascar a tanja e entrega À outra e enquanto a mesma comia, a elfa perguntou:
-- Você vai mesmo ficar? – Uma pequena pausa. – Digo... Deixar de ser rainha de Drimlaê para ser nossa rainha?
Sarah abaixou a cabeça e durante alguns segundos nada disse. Lembrou-se de Tyrus, de Jensen, pensou nos vários homens de Drimlaê.
-- Eu não odeio os homens... – Ela disse, quebrando o silencio – Talvez eu não seja uma boa rainha amazona.
Joy sorriu. Qualquer outra amazona sentir-se-ia ofendida pelas palavras da outra. Sarah via as amazonas como bárbaras. Não era bem assim.
-- Não odiamos os homens... – Ela sorri. – Bem... Não todas nós. – A elfa aproximou-se da outra. – Olha... Ser amazona é mais do que isso.
Sarah a olhou atentamente.
-- Todas nós tivemos problemas com homens, isso é fato... Mas nem todas os odiamos... Algumas têm uma visão diferente... Queremos apenas ser livres...
Sarah sorriu. Liberdade. Ela era livre, não era? Achava que era, mas pensou. Lembrou-se de quantas vezes fora contra as ordens de Tyrus, lembrou-se quantas vezes teve que ficar em silencio, apenas acenar, apenas confirmar, apenas sorrir.
Sarah nunca foi livre.
Aqueles dias, com aquelas mulheres desconhecidas foram os dias que sentira que era viver.
A rainha abraçou-se à elfa, chorou por alguns minutos e Joy a confortou.
-- Me leve até Layllian... Eu também quero ser livre.
Continua...

domingo, 27 de janeiro de 2013

Pergaminho - Porque nem todas as notícias vem das músicas dos bardos!


Pergaminho de notícias



Ascensão da guerreira

Essa última semana, Megumi Masuda, a Imperatriz de Darcael convocou seus melhores guerreiros e anunciou a ascensão de uma nova samurai que se torna a líder da guarda do império.
Hanami Matsumoto fora a escolhida para tal cargo. A guerreira que ficou famosa por derrotar um poderoso mago de terra em Solasel tem um histórico de vitorias em batalhas na Arena Imperial, por ser uma mulher e lutar contra os falsos valores impostos por uma população machista a Imperatriz a convidou para fazer parte de seu grupo de guerreiros. Após um incidente ocorrido com a participação do antigo e traidor guarda-costas de Megumi, a escolhida para tomar seu lugar fora Hanami, que é de inteira confiança da Imperatriz.




Rosa Negra 

Procurada em todos os continentes maiores a famosa ladra, conhecida como Rosa Negra. Dizem que a mulher utilizava de sua beleza e sensualidade para roubar artefatos raríssimos, entre eles dizem ser a possuidora do lendário Anel de Arcanum, que fora roubado de um grupo de aventureiros que caiu em suas artimanhas. Além do anel dizem que a eximia ladra já passou por muitos castelos famosos levando muitas coisas raras, inclusive no próprio Castelo do Bobo. A atual localização de Rosa Negra é desconhecida no momento, rumores dizem que fora vista na ultima vez junto a um grupo de aventureiros no continente de Lafaza antes de desaparecer, pessoas acham que a mesma tomou uma nova identidade (sua especialidade mágica) e está em paz ou mesmo planejando um novo e grande golpe.



Chuva de ouro

Ichiba está recebendo uma benção nos últimos meses. Uma chuva de moedas de ouro caiu em pequenas regiões da ilha. Moedas verdadeiras chovem como gotas sem nenhum motivo. Estudiosos rumam para as cidades abençoadas pelo fenômeno para tentar solucionar o mistério.
O numero de aventureiros ambiciosos aumentaram na ilha, esperando ansiosamente por mais chuvas de ouro. Clérigos de Nyar festejam todos os dias, dizendo que isso é um agradecimento a um grupo que salvou seu maior templo na ilha, mas ninguém ouviu falar ou viu esse grupo.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sarah - Capítulo 4 - Passado para trás


Sarah saíra daquele local. ‘Fora um pesadelo que já acabou’ ela dizia para si mesma.
Havia anoitecido mais uma vez, precisava voltar, relatar a morte de seus companheiros e acima de tudo acalmar Shufu inteira em relação às Amazonas ou sangue seria derramado, e a rainha queria apenas evitar isso.
Quanto tempo se passara desde que fugira daquela aldeia? A rainha andava perdida e estava em uma floresta.

 Andava por folhas secas, o que a acalmava, pois se alguém se aproximasse ela ouviria.
Estava escuro e a espada, pesada. A mulher imaginava que quando chegasse iria ter um bom banho e uma farta mesa de comida.
O pensamento na boa comida era tão forte que parecia que havia o cheiro ali.
Sarah respirou profundamente.
Havia mesmo um cheiro bom de comida ali!
A rainha faminta seguiu aquele cheiro e junto dele agora ouvia som de música. Eram tambores que soavam fortemente num ritmo frenético.
Atrás de grandes arbustos havia sons, luzes e cores. Uma aldeia comemorava algo e Sarah, por ser a rainha pensou que poderia pedir ajuda.
Assim que entrou na aldeia percebeu que a mesma estava vazia, não conseguia localizar de onde vinha o som dos tambores, embora ainda os ouvisse.

Olhou a aldeia. Suas casas de andares enfeitadas por pequenas bolas coloridas que iluminavam todas as ruas com várias cores, seus caminhos feitos por pedras lisas e cinzas, e o melhor, uma grande mesa com apetitosos alimentos.
-- Oi! – Sarah gritou para todos os lados, mas não obteve nenhuma resposta. Olhou a farta mesa e pensou que uma ou duas frutas não iriam fazer falta.
Pegou uma tanja e assim que levou para perto do nariz para sentir seu aroma, sinos começaram a soar por toda aldeia. Sarah não sabia, mas havia dado meia-noite.
As construções ao seu redor tremeram e assustada, a mulher deu um passo para trás, batendo na mesa e derrubando todos os alimentos.
As paredes começaram a verter areia, uma areia fina e amarelada, parecida com areia de praia. Essa areia começou a tornar forma. Eram como montes de areia com pequenos braços e bocas grandes assustadoras.

Sarah tapou a própria boca para não gritar e afastando-se para trás dizia:
-- Quem são vocês? O que são vocês?
Uma das criaturas deu um pequeno e fino grito, assustando Sarah, que pisando em uma fruta escorregou e caiu no meio delas.
Um dos monstros avançou para atacá-la, a rainha encolheu-se com medo, mas apenas areia caiu sobre ela.
O monstro havia sido cortado ao meio.
-- Medo de um slumtrer? Sério? – Dizia Layllian que segurando uma lança furava o monstro que era apenas areia agora. Atrás delas estava Sam que cortava várias criaturas de uma vez com suas adagas e velocidade impressionante.
-- Você tem uma espada! Porque não usa? – Perguntou a rainha amazona.
Sarah pegou a espada e timidamente olhou para Layllian.
-- Eu não sei usar. – Sarah sussurrou.
-- O que? – Perguntou Layllian estocando um slumtrer.
-- Eu não sei usar essa espada, eu não sei lutar! – Sarah gritou.
A amazona lanceira tira sua arma do meio da areia e olhando para a outra rainha diz:
-- Não sabe usar uma arma? E se considera uma rainha? – Layllian sorria.
Sam já havia derrubado todos os slumtrers ao redor das três e cutucando o ombro de Layllian apontou para a pequena torre do relógio que ficava no meio da cidade. Suas paredes vertiam areia também, mas a areia era de uma coloração acinzentada.

Toda areia que caia das paredes da torre do relógio formava um slumtrer, que era grande e assustador, em sua cabeça, feita por areia, havia uma grande coroa.
-- O rei! – Disse Layllian.
A amazona coloca o braço ao redor de Sarah e assim as três fogem em alta velocidade.
-- Porque vocês não o derrubam como fizeram com os outros? – Perguntou Sarah.
-- Ele é o rei! – Respondeu Layllian. – Sabe o que significa ser rei? Significa ser mais forte que seus súditos.
As imagens de sua captura, onde perdeu seu esquadrão, correram na mente de Sarah e envergonhada ficou em silêncio.
...
As três chegaram de novo à aldeia.
-- Vocês estão bem? – Gritava Joy correndo até as três.
Era tarde, mas a aldeia ainda estava animada. Haviam muitas amazonas bebendo e se divertindo despreocupadas.
O local onde Sarah estava haviam muitas mesas redondas feitas de madeira, as amazonas passavam  bebidas e ambrosius sem medo da lei, as crianças dormiam então não viam problema.
Algumas estavam agitadas vendo outras lutarem, mas mesmo com a seriedade nas batalhas, havia uma aura de paz e companheirismo rondando todas.

-- Estão comemorando algo? – Perguntou Sarah apoiando-se em uma mesa, tonta pela corrida.
-- Comemorando? – Joy sorriu, enquanto Sam já sentava e bebia uma enorme caneca de cerveja, entregue por uma garçonete anã. – Não estamos comemorando nada. Sempre fazemos isso em tempos de paz.
-- Estamos comemorando nossa liberdade! – Disse Layllian passando para pegar uma cerveja da mesma garçonete.
Joy olhou para Sarah, que se recuperava da tontura.
-- Que bom que você voltou. O destino não erra. – Disse a elfa.
-- Eu disse que a ‘senhora não-sei-lutar’ não ia muito longe. – Disse Layllian empurrando uma caneca de cerveja para Sarah.
-- E-eu não bebo... – Disse Sarah empurrando a caneca para frente.
-- É a comemoração por eu não deixar você ser comida pelo slumtrer-rei. – Layllian empurrou a caneca de volta.
Sarah tomou um gole.

...
--... E eles não me deixam fazer nada! Nada! – Gritava Sarah. Seu cabelo estava bagunçado e havia seis canecas vazias aos seus pés.
Sarah tomava a sétima.

-- Isso é inadmissível! – Dizia Layllian batendo na mesa com a caneca enquanto Joy e Sam concordavam do seu lado. – Os homens acham que somos o que? Objetos?  Nós somos mulheres! Somos o poder!
Várias amazonas gritaram animadas em acordo.
-- Sabe por que eles faziam isso com você? Porque você não tomava atitude de uma verdadeira mulher.
-- O que você queria que eu fizesse? – Gritou Sarah.
-- Lutasse! Apontasse sua espada no rosto de Tyrus e dissesse que o trono era seu! – Gritava Layllian.
E houve mais gritos femininos.
Sarah sorriu e quase sussurrou:
-- Quem dera se eu fosse assim.
-- Vai ser assim! – Disse Layllian jogando a espada colorida para sua dona. – Vamos lutar! -- 
O efeito da bebida em Sarah até passou, pelo susto.
Continua...