Sarah ouviu histórias tristes naquela aldeia, histórias
carregadas de lágrimas e marcadas por sofrimento.
Chega a um ponto insuportável, um ponto onde um humano não agüenta
mais. Sarah chegara a esse ponto, mas não estava triste, pelo ao contrário, se
sentia feliz, se sentia humana.
-- O que você tem na cabeça? – Gritava Layllian.
Sam encostada-se ao canto da tenda ouvia tudo de olhos
fechados enquanto Joy curava as feridas de Sarah que ouvia a bronca com um
pequeno sorriso nos lábios.
-- Você poderia ter morrido! – Continuava Layllian. – Isso é
muita irresponsabilidade!
Houve um breve silencio até que Sarah levantou-se e olhando
nos olhos de Layllian disse:
-- Eu o derrotei, Lay! Derrotei o slumtrer-rei... Sozinha!
-- E iria morrer sozinha também! – Gritou a outra.
-- Mas Layllian... – Joy curou um ultimo ferimento e
levantou-se. – Ela está viva, isso é uma vitória, não é? Talvez ela já esteja
preparada.
-- Me diz Sarah! Como você conseguiu sair sozinha?
Sarah olhou para as três mulheres na sala e mais uma vez
sorriu:
-- Pensei em todas vocês... Isso me deu forças.
Sam, Layllian e Joy coraram ao mesmo tempo.
Houve mais silencio, até que Sarah aproximou-se de sua
espada, a pegou e caminhou para Layllian, colocando a mão em seu ombro disse:
-- Eu serei a rainha.
Layllian concordou com a cabeça.
-- Todas aqui sabem disse, Sarah. – Disse a amazona. – Minha
coroa será sua...
-- Eu serei rainha... – Repetiu Sarah. --... De Drimlaê!
As três amazonas a olharam, surpresas.
-- Quero mudar a situação do continente, e para isso vou
tomar a coroa de Tyrus.
-- Uma coroa maior... – Disse Joy mais para si mesma.
-- Pode contar com todas nós... – Disse Layllian a abraçando,
seguida de Joy. Sam continuou em seu canto em silencio.
-- Vamos invadir o castelo, eu mesma tomarei a coroa. –
Disse Sarah.
Layllian a olhou profundamente. Como estava diferente...
Havia mudado para melhor.
Talvez Sarah tenha aprendido a ser livre pelo convívio com
as outras mulheres livres, mas o que Layllian acreditava mesmo era que Sarah
sempre teve uma guerreira dentro de si, só faltava um pequeno empurrão.
Joy, Layllian e Sarah saíram da tenda para contar as novas
para todas as amazonas e juntar um pequeno exército.
Sam ficou na tenda, e vendo um pouco da areia cinza que
guardara, sorriu.
...
Muitas das amazonas concordaram em se juntar ao grupo que
invadiria o castelo. Grande parte se juntou pela emoção da batalha, enquanto a
outra parte via a queda de Tyrus como algo bom, já que em seu lugar ficaria uma
mulher.
As amazonas conversavam, animadas em frente à uma espécie de
palco onde outrora era usada para festas, até que Layllian subira no mesmo e
logo houve silencio.
-- Vamos mudar a história de Drimlaê hoje! – Ela gritou e as
outras a seguiram em som. – Vamos derrubar a maior autoridade masculina e
colocar uma de nós no lugar.
Sarah subiu o palco acompanhada de Joy.
A rainha usava uma armadura dada por Layllian, uma armadura
amazona, que lhe dava um ar autoritário e poderoso.
Houve mais silencio.
-- Obrigada, todas que estão aqui. – Sarah começou. –
Pretendo mudar suas vidas... – Ela sorriu. --... Como vocês mudaram a minha.
Houve palmas, gritos e armas levantadas.
-- O castelo do Bobo não está preparado para um ataque essa
noite. – Disse Layllian para Sarah em meio ao grande som.
-- O castelo SEMPRE está preparado, Layllian. – Respondeu
Sarah.
-- Então como faremos? – Perguntou Joy.
Sarah colocou a mão no colar de Jensen que estava sempre em
seu pescoço.
-- Liberem meus homens e eu tenho uma ideia. – Ela disse.
...
As grades do calabouço foram abertas. Os soldados da guarda
real de Shufu estavam soltos, muitos deles fracos e cansados, torturados para
contar segredo ou usados com reprodutores, mas a visão de Sarah se aproximando
fora o suficiente para dar força a todos eles.
-- Rainha Sarah! Princesa! – Eles gritavam.
-- Ouçam! – Ela quase gritou, e todos ficaram em silencio. –
Vamos invadir o Castelo do Bobo e precisamos de vocês. – Sarah fora direta no
assunto e os soldados primeiramente se assustaram com aquela nova rainha, mas
era Sarah afinal, e nenhum deles, fosse por amor, fosse por honra,
desobedeceriam a suas ordens.
Aqueles homens, mesmo fracos ergueram seus braços e
gritaram.
Continua...
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