domingo, 31 de janeiro de 2016

Presídio de Tártarus

Daekor, o Continente do Espírito, é conhecido pela dualidade que compõe seus locais, culturas e pessoas. Desde a queda do véu espiritual, o continente foi dividido em duas espécies de mundos completamente opostos. Aqueles que estão do lado da Luz vivem ao norte, tendo como capital, Nevaj, com suas catedrais brilhantes e monastérios santos de disciplina e harmonia, enquanto aqueles que estão do lado das Trevas, vivendo ao sul, sob a capital de Gigoku, vivem em desespero, em um reino comandado por demônios em terras sombrias e misteriosas.  
Daekor é um continente branco ou preto.
Ao extremo sul do continente do espírito, no lado das Trevas, de frente ao Mar Negro, se encontra o famoso Presídio de Tártarus.
O local é temido por todos os vilões e amaldiçoado pelos paladinos e homens santos, onde ninguém de bem jamais teria coragem de pisar.
            Dizem que o presídio foi construído muito antes da queda do véu, que era uma simples prisão onde pequenos ladrões e assassinos eram presos para pagar suas dividas com a sociedade, algo rústico e construído por camponeses. Não importa o que era antes, pois o local se modificou com a mudança do continente à caída do véu. Hoje o prédio é um imenso presídio de segurança máxima, pois não conta apenas com segurança física, mas também, arcana e profana.
            Ninguém nunca saiu ou entrou sem permissão no Presídio de Tártarus. Não há relatos do que acontece em seu interior, mas mesmo a quilômetros podem-se ouvir gritos de tortura e desespero vindos do local.

            Uma magia faz seus corredores infinitos, podendo conter todas as criaturas malignas de Gensõ – E dizem, até de outras realidades – presos para todo o sempre em suas inúmeras celas.
O local é temido pela maldição que há no prédio. Ninguém morre, seja por velhice ou por assassinato. Suicídio é impossível, aqueles que estão presos no local apenas sentem dores, mas nunca realmente morrem, e mesmo as dores, dizem, são sentidas 100 vezes mais do que do lado de fora. Conta-se que ninguém come no presídio, que seus detentos são deixados ao léu para sentirem as dores da fome e da sede sem nunca realmente morrerem.
            Embora seja um local de justiça, o Presídio de Tartarus não se encontra no lado da Luz do continente. O presídio está sobre supervisão de Gustavus XXI, o ArquiNecromante e regente da parte sombria de Daekor. Por estar desse lado é que o presídio assusta tanto os vilões que ainda não foram chamados no local, pois quando um vilão é muito cruel, muito difícil de se pegar, ele simplesmente é sugado para o presídio quando chega seu momento. Muitas das vezes, esse momento é quando o vilão morre nas mãos de aventureiros bondosos, por isso, muitos acreditam que o presídio, na verdade é uma extensão de algum inferno, construído apenas para castigar os vilões. 
                 Os guardas do prédio são demônios e fantasmas que não entendem o significado de dor e foram feitos para sentirem prazer com o sofrimento dos vivos. O presídio na verdade é um brinquedo para esses seres pervertidos alimentarem seus desejos por sangue e violência, usando a pária da sociedade, pessoas que nem os mais santos dos homens pensariam em dar uma segunda chance pelo nível de seus pecados, sendo deixados no local para sofrerem toda eternidade nas mãos das criaturas malignas que nunca deixarão seus detentos terem paz para todo sempre.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Cachoeiras de Marfim


Gensõ não é apenas um mundo de terror e monstros. Há também muita beleza em suas terras. Dentre as ilhas maiores e menores, Lafaza é abençoada com inúmeros cenários de belezas únicas e exóticas. Dizem às lendas que o continente das Águas é abençoado diretamente pelo próprio Clawyn, deus do amor e da música por conta de sua aparência bela. Grandes romances que se tornaram lendas mais tarde nasceram na ilha ao som do mar que o rodeia e o divide.
Dentre esses cenários únicos, na ilha do centro, mais especificamente em Lisne, a capital, encontra-se as Cachoeiras de Marfim.
Um local de difícil entrada e com a saída mais difícil ainda por usa beleza. As cachoeiras são compostas por três imensas grades de rochas que despejam suas águas em um grande rio rodeado por plantas diferentes. As águas que descem das cachoeiras triplas são na verdade marfim líquido, que visto ao longe parecem pérolas liquidas, sendo derramadas delicadamente, vindas das rochas da esquerda e da direita e juntando-se à cachoeira do meio. O cheiro do local inteiro é doce e sedutor, tendo uma beleza imaculada e pura.
Um grande número de ninfas vive na floresta ao redor das cachoeiras, parte para apreciarem sua beleza – já que essas fadas morrem se não estiverem próximas às grandes belezas –, parte para proteger o local. As ninfas do local, que foram batizadas como Ninfas de Marfim, por conta da cachoeira, têm grandes poderes de adivinhação e controle mental. Dizem que quando um casal visita suas proximidades, uma Ninfa de Marfim sempre aparece para dizer tudo sobre o relacionamento, desde sua duração e principalmente se o amor é real.
Apenas casais com intenções puras aproximam-se das Cachoeiras de Marfim, aqueles com intenções ruins enfrentam as Ninfas que utilizam seus poderes de controle mental para afastar invasores.
Ao redor das cachoeiras há uma densa floresta, suas arvores normalmente lembram as cerejeiras darcaelianas, sempre derrubando suas pétalas rosadas, mas com uma observação mais próxima, nota-se que as árvores têm, em lugar de folhas, pétalas de rosas cor-de-rosa. As pétalas tornam-se pequenas borboletas sempre que saem de seus galhos, enchendo o local de vida.
Há um grande numero de animais na floresta, como pássaros, lobos, esquilos, coelhos e até mesmo ursos de grandes portes. Todos são altamente amistosos, nunca atacando nenhum visitante, pois acreditam no julgamento das Ninfas de Marfim de que todos que se encontram ali, mesmo que tenham pecado em vida, tenham índoles ruins, naquele momento não pretendem causar nenhum mal. 
Aqueles que tocaram as águas sentiram seu aspecto delicado e quase grosso, como leite. Seu próprio gosto, aqueles que experimentaram dizem, ser muito parecido com o gosto de leite com mel, mas menos enjoativo e um pouco mais viciante. Tomar as águas da cachoeira é um ato quase ofensivo para as Ninfas de Marfim, sendo aceito apenas pelas tropas de unicórnios que aparecem continuamente próximos às cachoeiras. Nem os outros animais podem fazer isso, tomando água das constantes chuvas que caem em Lafaza.
Banhar é visto como algo bom e até incentivado pelas ninfas, já que suas águas são curativas e purificadoras – um banho é a hora perfeita para experimentar o gosto das águas –. Um dia inteiro de banho na mesma pode até mesmo retirar uma maldição maior, ou mudar a tendência de um vilão, fato pelo qual o local continua imaculado sem a presença de qualquer pessoa ruim que não quer se tornar um pacifista. Por alguma razão as águas da cachoeira só continuam purificadoras e curadoras fora da região, se dadas por alguma Ninfa de Marfim, pois quando pega escondida, com a intenção de levar, é considerado um ato de egoísmo, transformando-se imediatamente em uma água doce normal.