Layllian acredita que para ser uma rainha deve-se ser forte para proteger seus súditos, e isso Sarah não era. Diplomática, bondosa, justa, amada...
Mas faltava-lhe força e coragem.
O vento soprava pelos cabelos loiros de Sarah, que se encontrava em uma espécie de pequena arena. No meio da arena o desenho de uma viúva-negra.
As amazonas não se encontravam no momento, por agora gostarem de Sarah não queriam vê-la apanhar novamente.
Joy e Layllian estavam sentadas no chão fora da arena, e dentro da mesma, do lado aposto ao de Sarah, estava Sam.
-- Layllian, acho isso desnecessário... – Dizia Sarah com a colorida espada em mãos.
-- É apenas um treinamento, Sarah! – Dizia a rainha amazona. – A Sam não vai ti machucar.
Sam se aproximava da outra e em silêncio ajeitou corretamente a espada na mão de Sarah. Sam não gostava dela, mas estava sendo paciente para com a nova rainha.
-- Tenta se defender, Sarah! – Girtou Layllian e Sam partiu para cima da outra. Podia-se notar que a velocidade de Sam era mínima se comparada à batalha contra os slumtres.
Sarah soltou a espada e fechou os olhos, Sam parou olhou zangada para Layllian e afastou-se.
-- O que foi isso? – Gritou Layllian entrando na arena.
-- Eu não quero fazer isso. – Sarah quase chorava. – Eu não quero atacar ninguém.
-- Ouça aqui! – Layllian segurou a outra pelos ombros. – Eu não mandei atacar, mandei defender! Defender! Sarah... Acorda... Sua vida de enfeite acabou, você se tornou uma guerreira! Você precisa aprender a defender seu povo ou mais de seus homens morrerão por sua causa.
As palavras de Layllian atingiram Sarah em cheio. Sua mão foi para o colar que Jensen lhe deu. Ele estava morto. Morto por sua causa.
-- Tem razão, Layllian... – Sarah pegou a espada colorida e a levantou. – Não posso deixar isso acontecer novamente.
-- Assim que se fala! – A rainha amazona sai da arena, dando espaço para Sam que vinha correndo com um sorriso no rosto. Não um sorriso de deboche ou maldoso, mas um sorriso orgulhoso. Para as amazonas, melhor que uma mulher guerreira era uma mulher com força e coragem para se tornar uma.
Mas Sam ainda não gostava de Sarah.
A rápida guerreira correu para cima da rainha, que se defendia colocando sua espada na frente. Fora ouvido o som das adagas chocando-se contra a espada colorida. Sarah fora arrastada um pouco para trás, quando finalmente caiu no chão.
-- Muito bem, Sarah! Use a espada como escudo... Imagine que ela é uma parte sua indestrutívell, que pode ser machucada para defender as outras partes mais fracas. – Layllian gritava enquanto Joy olhava um pouco apreensiva.
Sam vinha novamente, correndo como uma flecha. Sarah colocou a espada novamente na sua frente, mas Sam não a atacara, apenas pulara e fora muito alto para cima.
A guerreira das adagas descia como um meteoro acima de Sarah. A mesma cobria sua cabeça com a espada, quando ouvira o grito de Joy:
-- Não defende, Sarah! Fuja!
Sarah se jogou para o lado no mesmo momento e Sam caira no chão, rachando-o. Assim que atingira o chão, a guerrera apoiou-se nas mãos e no joelho esquerdo, impulsionando o direito para atingir Sarah, que conseguira se defender com a espada.
Mas o chute de Sam era poderoso e empurrou a outra para a pont da arena, que desequilibrando-se, caiu.
Layllian e Joy correram para onde a mulher, mas Sam já a levantava.
-- Você está bem, Sarah? – Perguntou Joy, procurando uma ferida que pudesse curar.
Sarah começou a rir, ria alto e sua olhos tinham lágrimas.
-- Você viu Joy? Você viu Layllian? Eu defendi, eu durei alguns segundos contra uma guerreira forte...! Eu lutei!
-- Você é uma rainha de verdade! – Dizia Joy a abraçando.
-- E é muito bom ser! – Dizia Sarah.
-- Andar fica chato quando se aprende a voar, não é? – Layllian sorriu e abraçou Sarah também. Abraçada em Sarah, pode ver Sam que fazia um sinal de positivo com o dedo, afastando-se.
Layllian sorriu.
...
A festa naquela noite fora a melhor. Muita bebida, comida e muita música boa.
Comemoravam pela ascenção de Sarah como guerreira. Fora uma pequena luta, onde a mulher nem mesmo atacara, mas era simbólico, o nascimento de uma mulher poderosa, deixando para trás outra submissa e medrosa.
Joy, Layllian, Sarah e Sam estava sentadas na mesa do centro do salão. As amazonas passavam pela mesa e parabenizavam Sarah pela batalha.
-- Parabéns, Sarah! Precisa treinar muito mais, mas foi um ótimo começo. – Dizia Layllian com um copo de cerveja em mãos.
Sam acenou com a cabeça.
Sarah olhou e disse:
-- Sam... Porque você nunca fala? Eu gostaria de ouvir sua voz...
Joy e Layllian ficaram sérias e olharam para Sam.
A guerreira de moicano fechou os olhos e houve silencio por alguns segundos na mesa, silencio que deixou Sarah nervosa. Então Sam abriu a boca e colocou a língua para fora. Sarah quase se assustou quando viu que a guerreira não tinha a língua toda, mas que ela fora cortada.
Sarah abaixou a cabeça.
-- Os slumtrers... – Disse Layllian. O slumtrer-rei para ser mais exata...
Sarah a olhou e ela continuou:
-- Eu e Sam éramos adolescentes e moravamos em uma aldeia de homens. Sempre fomos mulher cheias de coragem e então decidimos enfrentar os slumtrers. Eles são monstros fracos, então nos divertiámos os matando. Foi quando o rei apareceu. Nós o atacamos, mas ele era forte. Quando vimos que ele era muito poderoso, fugimos de volta para ossa aldeia. – Layllian olhou para Sam, seus olhares tristes. – O slumtrer-rei nos seguiu e atacou a vila. Não houve morte, os guerreiros da vila afastaram o monstro, mas viram Sam com armas nas mãos. – A rainha amazona parou, respirou tristemente e continuou. – Mulheres eram proibidas de usar armas nessa aldeia... Como castigo tiraram a voz de Sam, “Para aprender seu lugar de mulher” eles disseram...
Sarah abaixou novamente a cabeça, “o lugar da mulher”, era quase isso que Tyrus fazia com ela, outras mulheres sofriam isso também em Drimlaê, era triste.
-- Fugimos da aldeia, e depois de Sam botar fogo em todos de lá... – Continuou Layllian. -- ... Encontramos e nos juntamos às amazonas.
-- Eu entendo... – Disse Sarah. – Não concordo com a vingança, mas entendo vocês... Esses tempos de homens nos mandando acabarão. – Assim que a loira rainha disse e houve urro de guerra de todas no salão.
Sarah sorriu e pediu licença para ir ao banheiro.
A festa continuou com muita alegria, mas durou mais de quarenta minutos e Sarah não havia voltado.
-- Eu vou ver como ela está. – Disse Joy.
A elfa fora à cabana da outra mas não havia ninguém, procurou pelas cabanas mas não a encontrou.
Nervosa, Joy voltou correndo para a festa.
-- Não a encontrei, Layllian! – A elfa gritou, sem notar que a festa inteira estava em silencio.
No meio do salão, todas as amazonas olhava Sarah, que machucada, cheia de cortes e com a sua espada colorida em mãos, sorria.
A mulher afastou-se um pouco e atrás dela um monte de areia.
Areia cinza.
Sarah derrotou o slumtrer-rei.
Continua...
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