quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Três Mundos - Parte 6 - A Dança do Fim do Dia


O sol já havia se posto e os preparativos para o baile estavam feitos. Era fácil organizar essas coisas rápidas, quando se tinha dinheiro. E a família Drineville tinha muito dinheiro.
Os convidados chegavam, fossem a pés por morar perto, fossem de carruagens por serem de cidades diferentes. 

Os irmãos de Alice já se encontravam no salão, bebendo, paquerando cada garota que passava e fugindo de maridos zangados pelos galanteios com suas esposas.
A família Drineville era uma família festiva e alegre, muito querida em Enemus, por isso, mesmo com convites de última hora o baile não teve uma falta, e aquele seria o assunto durante algumas semanas.
Dellyson, usando trajes formais caminhava entre os convidados, conversando alegremente com cada um. Rose usava um vestido comprido e verde-musgo, transpirava seriedade mesmo num clima festivo.
Noah estava no meio do salão, comia tudo que os serviçais traziam em suas bandejas. Negava-se a soltar sua lança e partes de sua armadura ainda cobriam seu corpo, mas usava trajes formais também. Roupas de um príncipe, modos de um guerreiro.
A música tocava alegre e as horas passavam. Fora quando o som parara e as luzes voltaram-se para a grande escadaria no meio do salão.

Alice caminhara descendo as escadas, logo atrás dela, Miranda.
A arquimaga usava um longo vestido, e talvez fosse pelo costume, mas o azul caía-lhe maravilhosamente bem, seus cabelos amarrados num coque alto e formal, onde se podia ainda ver sua mecha roxa. E jóias enfeitavam-lhe a pele.
Miranda vinha simples, um vestido curto e dourado, seus os cabelos numa longa trança enfeitada por presilhas em formado de borboleta. Mais simples, mas nem por isso menos bonita.
Noah olhava para Alice, era uma elegância tamanha que o surpreendia. Sentia um calor.
-- Palmas para minha filha que viera fazer uma visita e é o motivo dessa festa! – Gritou Dellyson e ouviu-se um oceano de palmas sincronizadas. – E ao seu noivo! – O neko levantou o braço do guerreiro, havendo mais palmas.
Noah sentia-se envergonhado, mas estranhamente bem.
Alice aproximara do homem. – Perdão, Noah! Isso não vai demorar...
-- Não! Não! Tudo bem! – Ele falava nervoso.
-- Agora vamos à Dança do Fim do Dia! – Gritava Dellyson.
A Dança do Fim do Dia era um ritual dentro da família Drineville, eles acreditavam que quando se havia festas, deviam trocar de dia com dança, então a dança começava às 23:50 e acabava 00:10, no dia seguinte.
Miranda caminhava para sentar-se. Assim que se senta, homens começam a lhe chamar para dançar. Jovens e velhos, todos implorando por uma dança com a boneca. Todos os pedidos negados. Sua mente sempre no seu criador.
Os bardos começavam a tocar seus instrumentos e logo todos se juntaram ao centro do salão onde ficavam sob o brasão da família que ficava desenhado no teto enfeitado por belos lustres, que refletiam o chão quadriculado em preto e branco abaixo.

Os casais se juntavam um a um, rodeando Alice e Noah.
-- Eu vou ter que dançar? – Ele a olhava.
Envergonhada ela acena com a cabeça.
-- Isso tinha no meu contrato?
Ela aproximou em silencio.
-- Eu não sei dançar... – Noah disse nervoso.
-- Só se mexa...
Ela o tocou, juntando seus corpos. Toda pele de Noah se arrepiou, uma sensação diferente, boa, divina. Quase soltou sua Lança, estava quase flutuando com o toque da mulher, nunca sentira isso, queria simplesmente abraçar Alice.
O meio-demônio não sabia, mas a garota sentia a mesma coisa, como se ambos se completassem naquela dança.

...
A dança acontecia, era uma música doce e tranqüila.
Dellyson dançava sozinho, o relógio estava correndo e após olhar os ponteiros quase no fim do dia, Rose sai da sala.

Para Noah, era como se nunca tivesse existido o submundo, embora ainda ouvisse os gritos de dor ao longe. Alice ficava vermelha e por um momento esqueceu todos os seus problemas.
Homens brigavam para fazer Miranda dançar, mas a boneca apenas ficava sentada, olhando para o seu casal de amigos dançando, quando sua boca formou um pequeno sorriso.
Ao ver o sorriso, os homens brigavam mais. Queriam a mulher para si. Nenhum deles nunca a teria.
O relógio fez o som de meia-noite. Alice sabia que devia ir, mas queria ficar ali mais um pouco.
A dança passou, deu 00:05 e a mulher continuava ali, em passos lentos ao som da música.
-- Preciso ir! Minha mãe está esperando...
Noah fez um muxoxo e ela continuou ali por um tempo.
Foi quando olhou o relógio:
00:20.
Não falou nada, Alice apenas saiu correndo, a dança ao seu redor continuava.
Noah a seguiu, Miranda empurrou os presentes que já estavam na sua frente e correu também, deixando para trás suspiros apaixonados e corações quebrados.

...
Alice abrira a porta da estufa, o local marcado pela sua mãe. Estava escuro, mas podia-se ver a silhueta de algo no meio da sala. Alice acendera lampiões e tochas, iluminando o local. Rose Drineville estava ao centro, sentada de pernas cruzadas numa cadeira de balanço, em seu braço uma ave azul de penas bonitas e brilhantes.

-- Está atrasada... Vinte minutos... – Disse Rose sem precisar de um relógio.
-- Perdão mãe... Eu estava na Dança do Fim do Dia.
Rose levantou-se e disse:
-- Não importa mais... Você realmente quer as Penas de Teleporte, não quer? – Ela passava os dedos no rabo penoso da ave.
-- Ah! Sim... – Ela sorria.
-- E eu vou lhe dar as penas. – Falava Rose quando a ave voou, pousando na cadeira, que balançava. 
--... Mas terá que me enfrentar...
Um círculo se formava no chão à frente de Rose no meio do brasão desenhado. Do círculo de luminescência verde algo saia, era Dellyson.

-- Papai? – Assustava-se Alice.
-- Sim... Seu pai... – Riu Rose. – Meu familiar...
Rose era uma invocadora, uma espécie de mística que usa magias de invocação de monstros.
-- Perdão querida... – Disse Dellyson com um olhar triste.
-- O objetivo, Alice... – Disse Rose. --... É pegar a Ave de Teleporte, se você conseguir... Poderá fazer o que quiser e não falarei mais nada, se não conseguir, ficará aqui conosco e cuidará dos negócios da família.
Alice suspirou e olhou para seus pais.
-- Eu aceito! – Disse a arquimaga
-- Pode não parecer, meu bem... – Disse Rose levantando a mão. --... Mas mamãe se orgulha muito de você.
O corpo de Dellyson parecia borbulhar. Como se seus ossos crescessem. Alice tapava os olhos para não ver aquela cena, quando a pele de seu pai se rasga e o homem de baixa estatura se torna um grande leão. Um felino de juba dourada, com o triplo do tamanho de um leão normal. O leão que é Dellyson urra monstruosamente para o alto, fazendo o chão tremer.
Alice pega sua varinha que estava amarrada na perna. 
Estava pronta para o desafio.

Continua...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Três Mundos - Parte 5 - Problemas familiares



-- Ele é meu noivo! – Apontando para Noah.
Houve silêncio na mesa. Noah com a boca suja de comida olhava perplexo para Alice, enquanto Miranda não entendia nada.
-- Ele? – Perguntou Rose, agora olhando para a filha.
Alice respirou e tomou postura. – Exatamente! Ele é meu noivo!
Rose também se levantou. – Quem é ele? De que família ele é? É nobre? – Ela olhou para o guerreiro. – Ele nem tem um olho. Onde você perdeu esse olho?
-- Lutando... – Ele responde. – Lutando com trolls em um pântano.
Alice virou-se para ele sem entender. Não havia perdido o olho para dragões de gelo?
-- Então isso é maravilhoso! – Gritou Dellyson também se levantando. – Precisamos de uma comemoração... Um baile... Amanhã! Amanhã teremos um baile! – E saiu da mesa, comunicando seus criados sobre o baile.
Rose fitou sua filha, com um olhar sério e frio, então saiu da mesa também, em silêncio.
Alice sentou novamente, relaxando o corpo na cadeira, enquanto massageava suas têmporas.
-- O que? Como assim? Quando? Onde? – Gaguejava Noah com um pedaço de frango em mãos.
-- Desculpe Noah... – Dizia Alice, envergonhada.
-- Sempre achei vocês um bonito casal. – Dizia Miranda, sua expressão era séria, mas seus olhos pareciam sorrir.
Os dois a olhavam em negação.

...
Ficara tarde. A madrugada na mansão Drineville era silenciosa e fria. O vento entrava pelas janelas e ecoava pelos largos corredores, cantando enquanto apagava algumas velas usadas para iluminar partes do castelo em candelabros de ouro.

Alice andava por meio a um desses corredores, usava uma camisola rosada que escondia as curvas de seu corpo, embora seus seios ainda fossem notáveis.
Tinha ido para seu quarto, estava com saudade do local onde dormira toda infância. E o local continuava idêntico, mas não estava com sono.
Fora até a cozinha, comeu um pão com um copo de leite e depois caminhou para um parapeito no segundo andar. A arquimaga observava o jardim da frente, era mais bonito ainda a noite com vários vaga-lumes o enfeitando. Ao lado, um pouco distante vira a estufa de sua mãe, o local onde havia brincado muito quando nova. Soltou um suspiro e apoiou-se com os cotovelos na pedra fria que era o parapeito.
-- Sem sono? – Soou a voz de Noah, assustando a mulher, que deu um pequeno pulo. O homem estava sentado no parapeito com sua lança, possivelmente antes da arquimaga chegar.
Depois de um suspiro aliviado:
-- Sim... Sem sono... – Ela aproximou-se do mesmo e ambos ficaram em silencio por alguns minutos sentindo o vento mexendo em seus cabelos.
-- Mãe difícil, né? – Dizia Noah quebrando o silêncio.
Alice solta um pequeno sorriso.
-- Ela é uma boa mãe, só não admite quando as coisas saem de seu controle...
Noah apenas ouvia.
-- Fui criada desde pequena para herdar os negócios da família... Enquanto meus irmãos aproveitam a vida. – Ela virava os olhos. – Mamãe diz que eles estão a trabalho, mas eles só vão para festas e bebedeiras...

--Vocês trabalham com o que?
Alice batia a mão na testa. – Por Therwin! Eu me esqueci de perguntar sobre as Penas de Teleporte... Nós trabalhamos com venda e compra de animais. Muitos deles são raros. Por isso é fácil conseguir essas coisas...
-- Mas até que deve ser bacana... Digo... Morar com os pais...
Alice virou-se para ele e fitou seu olho machucado.
-- Como você perdeu esse olho?
Noah a olhou surpreso e então foi abrindo a boca para falar, iria contar outra mentira quando Alice disse:
-- A verdade, meio - demônio.
Noah a olhou surpreso.
-- Você sabe?
Ela apenas confirmou com a cabeça.
-- E... Não tem medo?
-- Não, se você for sincero...
Noah a olhava, admirando a coragem e as palavras daquela mulher, levou a mão no olho machucado e suspirou:
-- Para salvar um amigo... – Ele disse. – Perdi esse olho defendendo um amigo contra meu próprio pai...
-- E acha que mentindo vai esquecer isso? – Ela perguntou.
-- Quem sabe colocando mentiras sobre a história eu acabe esquecendo a verdade...
Ele a olhou com seu olho bom, não queria falar sobre aquilo e ela entendeu.
-- Sinto muito... – Disse Alice voltando a olhar o jardim.
-- Tudo bem...
Um som estranho fora ouvido, algo se aproximava vindo das sombras.
Noah pula para o chão e segurando sua inseparável lança se põe em posição de ataque, defendendo Alice.
Das sombras sai Miranda.
-- Eu não durmo. – Disse a boneca.
E os outros dois riram, quebrando qualquer clima ruim.

...
Alice conseguira dormir. Quando acordou estava revigorada. A mansão já estava em festa. Dellyson caminhava animado enquanto empregados corriam para organizar o baile de última hora.
-- Bom dia, papai! – Disse Alice beijando as bochechas do pai que devolveu junto com um alegre latido. – Onde está a mamãe?
-- No jardim, querida... – Dellyson falava enquanto ajeitava uma longa fita para enfeitar uma coluna.
A arquimaga caminhou pela mansão. Noah contava para algumas crianças que havia perdido o olho em uma guerra contra pingüins – mutantes – assassinos na ilha de Darvon. Miranda estava parada com a expressão séria de sempre enquanto as empregadas escolhiam vestidos para ela, brincando de boneca, sem saber que ela realmente era uma.
Alice saiu e caminhou pelo jardim, até que viu a silhueta de sua mãe entre as plantas da estufa.
-- Mãe? – Ela adentrou o local, onde tinham plantas belíssimas, muitas delas raras.
Havia um grande espaço ao centro com o desenho do brasão da família Drineville feito por pedras coloridas quebradas, o símbolo de um leão urrando para os céus em uma colina.

Rose viu a filha e voltou a plantar uma pequena muda.
-- Mãe... Sobre... É... A missão... – Gaguejava Alice. – Eu preciso... De uma ajuda...
Não houve resposta.
-- Não é dinheiro... Não é muita coisa... É só...
-- Você realmente não gosta daqui, não é? – Disse Rose cortando a filha e limpando as mãos em um pequeno pano enquanto se aproximava da mesma. – Sempre dá um jeito de sair daqui...
-- Não é isso mãe... – Cortada mais uma vez.
-- Eu recebi um corvo mágico da Faculdade Mística... Dizendo que você está faltando as aulas...
-- Eu ia explicar...
-- Não quero explicações... Eu devolvi o corvo dizendo que você está aqui, não receberá faltas por isso... Mas fico chateada a saber que você não honra o nome da família...
-- Isso não é verdade... Eu... – Cortada pela terceira vez.
-- Aparece com um noivo qualquer, não quer trabalhar conosco, não quer... – Agora Rose fora cortada.
-- Chega mãe! – Grito seguido de silencio, finalmente conseguira fazer Rose se calar. – Não tenho vergonha de vocês... Amos vocês, amo e honro o nome nobre da família Drineville... – Aproximando-se da mãe e falando docilmente... – Mas eu gosto da magia, eu nasci para isso.
Rose continuava em silencio.
--... É o meu desejo, mãe! – Dizia abaixando a cabeça.
Rose toca no ombro de Alice:
-- Faça as duas coisas... Estude magia, mas volte para casa... – A mulher sorria. – Não desapareça como seus irmãos.
Alice a olhou nos olhos.
-- É minha vida, mãe... Voltarei se meu coração me mandar voltar...
Rose a soltou e suspirou profundamente:
-- Está decidida?
Alice confirmou com a cabeça.
-- Então só posso orar à Hokori para que um dia você volte.
Alice sorriu. – Obrigada!
-- Agora... Do que você precisa?
-- Penas de Teleporte! Precisamos ir para Daekor.
-- E você terá as penas... Volte aqui, à meia-noite enquanto o baile estiver acontecendo e eu as entregarei...
-- Verdade, mãe? Que bom! – Alice abraçou sua mãe e correu para contar para Noah e Miranda que conseguira as penas.
Sua mãe a olhava, sinistramente preocupada.
Continua...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Três Mundos - Parte 4 - Enemus


A mente de Noah tinha sido visitada também. Layla sabia, ele era uma boa pessoa.
A madre meio-elfa vira o local onde estava à torre, abaixo uma aldeia sinistra com casas feitas de uma forma macabra e peculiar.
Daekor, o continente espiritual.
Ela tinha certeza que era lá, no continente dividido, onde luz e sombras guerreavam diariamente.
A torre se encontrava na parte das sombras.
-- Vocês poderiam ir e, claro, pedir aos deuses que a carta ainda tivesse lá... – Dizia Layla após ter voltado da mente de Noah, junto com seu fiel robô.
--... Ou esperar que aquela  bruxa ainda tenha alguma magia que possa me levar para casa. – Continuou Noah.
-- Seriam dois goblins numa só bola de fogo! – Afirmou Alice.
-- Mas... – Preocupou-se Layla. – Estamos em Drimlaê, para chegarem a Daekor levariam meses... De navio...
Os rostos de Alice, Miranda e Noah, era de desapontamento.

-- Se ao menos tivéssemos mais Penas de teleporte... – Dizia Layla para si mesma.
-- É isso! – Animou-se Alice. – Eu tenho essas penas!
Layla, Noah e Miranda levantavam a cabeça, animados.

-- Mas... – Disse a arquimaga com a mão no queixo. – Estão na minha casa.
Os três desanimaram novamente.

-- Mas Enemus é aqui perto, podíamos comprar uma carruagem e levaríamos apenas horas para chegarmos lá.
E os três se animaram novamente.

-- Comprar uma carruagem sairia muito caro... – Começava Layla. – Mas eu tenho aqui um veículo, não usamos há algum tempo, então não tem problema se vocês levarem.
-- Não se preocupe madre! Eu tenho bastante ouro aqui comi... – Alice não terminou de falar quando foi cortada.
-- Eu faço questão... – Layla sorria gentil, o robô voava ao seu redor, alegre.
...
Estavam perto do reino de Enemus. Na verdade fora bem mais rápido que Alice imaginara. O sol ainda não havia se posto. O rosto de Alice era tenso, onde escorria gotas de suor de nervosismo.
-- Você não parece bem... – Dizia Noah a olhando.
-- Noah! – Ela gritou. – Eu sou uma nobre! Eu não posso chegar ao meu reino assim!
Alice referia-se à locomoção dada pela madre Layla. Uma carroça antiga, puxada por um jumento forte, porém feio e sujo. Miranda ia silenciosa na parte de trás, sentada entre barro e capim. Era uma carroça usada para limpeza de terreno.

Noah quase riu, mas conteve-se.
-- Não se preocupe, assim que entrarmos na cidade damos a carroça e o pangaré para algum trabalhador e resolvido.
Alice resmungava sozinha.
...
Os três chegaram à cidade.
Enemus era um lugar tranqüilo. Haviam muitos animais nas ruas, desde simples cachorros até uma rara quimera andando com um nobre como animal de estimação. Não foi difícil encontrar alguém para cuidar do jumento e da carroça.
-- Os animais devem ser amados, não importa qual seja. – Disse o lavrador halfling a receber o animal.
Os três andaram pelas ruas. Todas as pessoas tinham animais, impossível não notar isso. Crianças com coelhos nos braços, senhoras com cães, jovens  com falcões nos ombros, haviam vários animais, de vários tipos...

-- É bom estar aqui novamente... – Suspirava Alice acenando para alguns conhecidos que passavam.
Alguns coelhos seguiam Miranda e Alice, junto com crianças. Todos olhavam feio para Noah, inclusive os animais.
Havia muitos kemonos nas ruas. Nekos e Furrys vivendo entre os outros como humanos normais.
Ao longe havia um casarão. Era bonito, de uma coloração amarelada. Na frente, rodeando um belo chafariz, havia um jardim, recheado de flores e árvores frutíferas. Algumas jardineiras nekos de raposas cuidavam das plantas, quando uma notou Alice ao longe e após um sorriso, seguidas pelos lábios das outras jardineiras, correu para dentro da mansão.
-- Eu moro aqui. – Dizia Alice sorrindo para os outros dois.
Os três adentravam os portões de ferro que davam de frente ao grande chafariz, que ficava na frente da porta da mansão.

A porta se abrira e pelo meio das águas do chafariz uma figura pulara sobre Alice. Era um senhor de baixa estatura, usando roupas finas e caras. Era um neko de cachorro, seu rabo balançava feliz enquanto abraçava a arquimaga.
-- Ah! Minha filha, que saudades! Você está longe há tanto tempo. – Dizia o neko.
-- Papai! Papai! – Alice gritava enquanto sorria.
-- Dellyson! – Uma voz soou. Era uma mulher humana, alta usando roupas também finas e caras. Seus cabelos num coque perfeito e em seu rosto uma expressão fria e séria. – Chega! – Disse.
A mulher desceu os degraus e caminhou silenciosamente até Alice. Seu pai levantou-se e foi para perto da mulher com o rabo entre as pernas. Houve um silencio atormentador e enquanto Noah e Miranda observavam, Alice fez uma reverencia:
-- Mamãe...! —
...
Chegara à noite. Noah e Miranda foram tratados como hóspedes. A mãe de Alice, a senhora Rose Drineville não falara nada à filha. Agora todos se encontravam na mesa de jantar. A mansão era tão linda por fora quanto por dentro. Enfeitada por plantas e muitos quadros com imagens de animais.
A mesa era farta, um verdadeiro paraíso, com comidas caras e gostosas de todos os tipos. Garçons colocavam mais e mais comida na mesa. E enquanto Noah comia rápido e desajeitado, Miranda apenas olhava a comida em silêncio.

-- Porque não está na Academia Arcana? – Disse a senhora Drineville para Alice. A primeira frase voltada para a sua filha, embora seu rosto não fosse voltado para ela.
-- Estou em uma missão, mamãe! – Respondeu Alice, com um tom levemente orgulhoso.
-- Missão? Pensei que isso era coisa para ‘Certificados’. – Rose coloca a mão no rosto. – Oh! Alice porque você não consegue ser como seus dois irmãos? Eles levam o nome da família com orgulho... Você devia deixar essa bobagem de magia de lado e viajar com eles... Eles fazem coisas úteis, viajam, fazem ‘propagandas’ de nosso trabalho por toda Gensõ...
-- Rose... Por favor... – Dellyson tentava acalmá-la.
Alice apenas escutava em silencio, de cabeça baixa.
-- Nem mesmo um marido você tem... – Continuava Rose. – Já viu a sua idade? O tempo está passando...
Não aguentando mais, Alice levanta-se, bate na mesa e grita:
-- Pois saiba que eu tenho um noivo!
Silencio e olhares de espera.
-- Ele é meu noivo! – Apontando para Noah.

Continua...

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sacerdotes e Paladinos - Poderes concedidos

Sempre que uma pessoa entrega sua vida inteiramente para um deus, este devolve o favor em forma de milagres, esses milagres são diferentes para cada deus, pois cada um tem um dogma, uma forma de vida em que o devoto deve seguir, se os dogmas forem quebrados pelos sacerdotes ou paladinos o devoto perderá a magia divina (ou profana) durante alguns dias que ele deve passar pensando no que fez e se arrependendo (1d6 de dias).

> Abaixo uma lista de poderes concedidos para paladinos e sacerdotes do panteão Gensõriano, as magias são recebidas nos níveis :


Maagany
Maagany é a deusa com maior número de sacerdotes e paladinos, seus devotos tentam levar o nome da deusa ao mundo com o objetivo de acabar com as guerras e espalhar a graça da deusa da paz. Embora nem sempre seja possível levar sem levantar os punhos para criaturas malignas que atormentam inocentes.
> Exigências: Nunca matar  ninguém; permitido causar dano, mas só por defesa, nunca começando uma briga e sempre perdoar se o inimigo desistir. Proibido magia de necromancia e trevas.
> Vantagem grátis: +1 em todas as resistências pela manhã.

Sacerdote:
> Aura de Paz
Benefícios: O devoto transmite uma poderosa aura de paz e tranqüilidade, tornando difícil atacá-lo. Qualquer criatura que deseje atacar, ferir ou molestar o clérigo deve antes ter sucesso em um teste de Vontade -2. Um novo teste deve ser feito para cada ataque ou ato hostil.

> Maximizar Cura
Benefícios: As magias de Cura usadas por estes sacerdotes sempre conseguem acerto automático e efeito máximo; não é preciso jogar os dados.

> Dom Máximo da Vida
Benefícios: Uma vez por mês eles pode-se ressuscitar uma pessoa morta. Esta magia é sempre bem sucedida, não consome Pontos de Magia e funciona em qualquer criatura viva, seja animal, humanóide ou monstro, não importando o tempo decorrido após a morte. A criatura retorna em 1d4 dias e perde 1 PV de seu total, permanentemente. Este Poder jamais funcionará duas vezes sobre a mesma pessoa.
Especial: Para reviver uma pessoa o corpo deve estar no mínimo reconhecível aqueles desintegrados são impossíveis de reviver (apenas com uma magia Desejo).

Paladino:
Dom dos Justos
Benefícios: Você recebe um bônus de +1 em sua FA contra criaturas malignas (qualquer criatura que use ou seja criada com magia das Trevas, ou outras a critério do Mestre), e +2 contra mortos-vivos de qual-quer tipo. Estes bônus se acumulam (ou seja, FA+3 contra mortos-vivos malignos)

> Inquisição Suprema
Pré-requisitos: Deve ser capaz de usar a magia Esconjuro de Mortos-Vivos.
Benefícios: Gastando 1 PM a mais na realização da magia Esconjuro de Mortos-Vivos você pode destruir os mortos-vivos que normalmente seriam apenas afastados.

> Maximizar Cura
Benefícios: As magias de Cura usadas por estes paladinos sempre conseguem acerto automático e efeito máximo; não é preciso jogar os dados.

-- Nesse mundo de Guerras eu sou uma das pessoas que pode levar a vida... Me orgulho disso
Gracian Melleiros, humana, sacerdotisa de Maagany.


Barakon
Os sacerdotes e paladinos do deus das trevas levam o desespero e a morte à Gensõ, eles matam e maltratam aqueles que eles acham merecer.
> Exigências: Quando dentro de uma luta, só sai quando o inimigo for morto; nunca tendo pena dele. Proibido magia de luz e cura (apenas as curas de classe).
> Vantagem grátis:  +1 em todas as resistências pela noite.
OBS: Paladinos de Barakon recebem Detectar e Destruir o Mal, no lugar de Detectar e Destruir o Bem

Sacerdote:
> Visão no Escuro
Benefícios: O clérigo torna-se capaz de enxergar no escuro a até 18m. Se sua espécie já tinha essa habilidade, ela tem seu alcance básico dobrado (ou aumentado para 18m, o que for maior).

> Fortalecer a Morte
Benefícios: recebe a magia Cura para os Mortos. Além disso, também torna-se capaz de lançar esta magia uma vez ao dia como uma habilidade natural, sem consumir PMs.

> Horror
Benefícios: Uma vez por dia o clérigo pode criar uma aura de medo com 3m de raio, obrigando qualquer criatura a fugir se não passar nos testes adequados (o efeito é o mesmo da magia Pânico).

Paladino:
> Toque da Morte
Benefícios: Uma vez por dia você pode tocar um inimigo para provocar 1d6 pontos de dano. Para tocar um adversário você precisa realizar um teste de ataque normal (sua FA contra a FD dele). Se acertar você provoca dano normal e mais 1d6 pontos. Se o ataque reduzir os PVs do oponente a zero, seu corpo será completamente desintegrado, restando somente pó e deixando a vítima impossibilitada de sofrer a magia Dom Máximo da Vida.
Especial: Este Poder pode ser selecionado mais de uma vez para oferecer novas utilizações diárias.

> Fogo Negro
Benefícios: O clérigo ganha Imunidade total contra fogo normal, e Armadura Extra contra fogo mágico. Por outro lado, neste estado ele tem Vulnerabilidade contra água, frio ou gelo. Exige dez minutos de preparação e dura uma hora.

> Corte das sombras
Benefícios: Quando você causa dano contra um alvo Indefeso, ele deve fazer um teste de resistência. Se falhar, seus Pontos de Vida caem para zero. Se tiver sucesso sofre apenas dano normal. 

 -- Esses humanos se aproximam da morte cada dia que passa, eu apenas acelero o processo...
Olavian Derianus, Abissal, Sacerdote de Barakon.

Tyali
Os devotos de Tyali são irônicos como o próprio deus, nunca realmente demonstrando seu poder, muitas das vezes demonstrando fraquezas, mas sendo os melhores.
> Exigências: Apenas humanos. Sempre atacar apenas monstros e pessoas mais fortes e poderosas (pelo ao menos um nível mais alto, ou grupo que some um nível maior).
> Vantagem grátis: todos os teste de resistência feito por um servo de Tyali são mais fáceis, sendo sempre +1

Sacerdote:
> Dom da Verdade
Benefícios: O clérigo pode saber, com certeza absoluta, quando alguém esta mentindo ou não ao responder uma única pergunta. Este poder fica mais fácil de usar conforme a idade: uma vez por dia para cada dez anos de vida.

> Coragem Total
Benefícios: Você é totalmente imune ao medo, natural ou mágico. Este poder não afeta fobias naturais.

> Desafiar o Perigo
Benefícios: Quanto mais perigoso o inimigo, maior a confiança em vencê-lo. O paladino recebe +1 de bônus em sua FA e FD sempre que luta em grande desvantagem numérica (contra três ou mais oponentes), ou sempre que combate sozinho um adversário nitidamente mais poderoso que ele.

Paladino:
> Poder Oculto
Benefícios: Sempre que entra em combate ele recebe um bônus temporário de +2 em Força, Habilidade ou Resistência, à sua escolha. Invocar este Poder leva um turno, e nunca pode ser feito antes de um combate (apenas durante). Os bônus desaparecem após o combate.

> Arma Sagrada
Benefícios: Você pode invocar o poder sagrado de Tyali em sua espada (a arma do deus) para causar mais dano. Sempre que utilizar esta arma você recebe um bônus de FA+2.

> Soco de Tyali
Benefícios: Você pode concentrar sua energia espiritual em um único golpe, obtendo o resultado máximo possível em sua Força de Ataque. É como se tivesse obtido 6 no dado, mas NÃO será um Acerto Crítico. Você ainda deve lançar o dado para verificar se foi um Acerto Crítico ou não. Até três vezes por dia. Você deve anunciar o uso deste Poder antes de fazer sua jogada de ataque.Por exemplo, se você tem F2 e H2, sua FA será 10, mas você ainda deve lançar 1d: se o resultado for 6 sua FA será 12 (um Acerto Crítico), mas se for qualquer outro resultado, ela será FA 10
-- Se eu sou tão poderoso assim eu não preciso demonstrar... Eles vão sentir o meu poder.
Clóvis Numm, Humano, Sacerdote de Tyali.

Therwin
Levando a guerra a um novo patamar, os sacerdotes de Therwin ajudam com suas magias qualquer um que vá contra a banalidade física dos que eles consideram 'mundanos'. Levando a sabedoria por toda Gensõ, muitas vezes servem de bons conselheiros. Therwin não usam paladinos, apenas sacerdotes, pois não admitiria ter 'guerreiros' lutando por seu nome.
> Exigências: Proibido usar armas de batalha, apenas armas que irão aumentar seu poder mágico. Quando em batalha apenas utilizar magia. Poder usar magia arcana.
> Vantagem grátis: 2 perícias extra (que não precisa ser da classe), já que os sacerdotes de Therwin são muito sábio e sabem fazer muitas coisas.

Sacerdote:
> Habilidades Lingüísticas
Benefícios: Pode compreender e falar qualquer idioma, seja de povos civilizados ou bárbaros, até mesmo os mais antigos, independente de sua raça.

Mago campeão
Benefícios: Sempre que batalhar com um guerreiro (será considerado guerreiro todos aqueles que não possuam nenhuma vantagem mágica), o devoto de Therwin recebe FA e CA + 1.

> Magia Máxima
Benefícios: O clérigo pode, uma vez por dia, lançar uma de suas magias, com efeito, e/ou dano máximos, à sua escolha. Essa magia sempre tem efeito total (dano máximo, cura máxima...) e o alvo recebe uma penalidade de -2 em seu teste para resistir.

-- Tenho nojo dos desafortunados que não tem magia em seus sangue... Deviam todos morrer!
Hinnios Milklie, Elfo, Sacerdote de Therwin.


Liaavel
Guerreiros natos, são o ponto máximo, a perfeição da guerra. Lutando para defender honras e rebaixar aqueles que as sujam. Liaavel não tem sacerdotes, apenas paladinos, pois a mesma só admite guerreiros como seus servos.
> Exigências: Apenas darcaelianos. Jamais usar itens mágicos que não venham de Liaavel (em jogo não podem pegar itens de premiação, apenas os comprados por EXP) e seguir pelo menos um código de honra.
> Vantagem grátis: +3 em teste de Vontade para evitar ficar amedrontado.

Paladino:
> Proteger a honra
Benefícios: Sempre que batalhar com um místico (será considerado místico todos aqueles que possuam alguma vantagem mágica), o devoto de Liaavel recebe FA e FD + 1.

> Fúria Guerreira
Benefícios: Você pode, uma vez por dia, invocar uma fúria idêntica à Desvantagem Fúria. No entanto, ao contrário do que acontece com a Fúria verdadeira, você pode escolher quando deseja ou não entrar em fúria.

> Superando a Magia
Pré-requisitos: Sua FA de ter um total de 6 ou mais.
Benefícios: Através de um ato supremo de força de vontade, você pode ferir com seus ataques normais criaturas que sejam afetadas apenas por magia ou armas mágicas. Fazer isso exige uma oração (1 turno). Ele pode fazer isso uma vez por dia, e o efeito acaba quando termina o combate. Este Poder pode ser adquirido mais de uma vez para oferecer novas utilizações diárias.
-- Erga sua espada, lutemos contra tudo que macula a nossa honra!
Toshi Matsumatu, Humana, Paladina de Liaavel.

Clawyn
O mundo é visto de uma forma diferentes aos belos olhos de um clérigo de Clawyn, vaidosos e artísticos esses devotos levam a beleza por onde passam.
> Exigências: Apenas para personagens com Carisma maior que 18. Sempre deve estar apaixonado por alguém ou perde 1PV a cada 1d6 dia até a morte.
> Vantagem grátis: Talentos Artista e Atraente grátis sem precisar cumprir com os requisitos.

Sacerdote (Bardo Sagrado):
> Aura de Clawyn
Benefícios: Você recebeu parte do encanto de Clawyn, o Bardo da Beleza, capaz até mesmo de enganar e atordoar seus inimigos. Você recebe um bônus de +2 em Iniciativa (cumulativo com Aceleração e/ou Teleporte) e um bônus de +1 em todos os testes que envolvem carisma e empatia (como Lábia e Sedução).

> Inspirar Bravura
Benefícios: com sua coragem e atitude positiva o bardo pode inspirar em si ou a seus companheiros. Ele oferece um bônus de +1 em todos os lances de dados a um número de criaturas igual a seu modificador de Carisma, durante 1d6+1 turnos. Ele pode usar esta habilidade três vezes por dia.

> Palavras de Bondade
Benefícios: Suas palavras podem acalmar emoções. Você pode conjurar a magia O Canto da Sereia até três vezes por dia sem consumir PMs.
-- Aquelas cores são as coisas mais lindas que já vi na minha vida... O que? Você não acha? Então acho que não vemos o mundo da mesma forma...
Clara Bella, Humana, Sacerdotisa de Clawyn.

Kalah
Levando a destruição por todos os lados esses caóticos devotos surpreendem com suas mentes insanas e aparências mais ainda.
> Exigências:  Todos seus clérigos ficam com uma aparência monstruosa (Modificador de carisma -4, nunca podendo aumentar não importa o número da habilidade), não podendo esconder isso do mundo (Má fama). Sempre tirar a vida de humanoides em batalha e sempre que possível, proteger os monstros. Proibido as vantagens "Aparência inofensiva e Atraente"
> Vantagem grátis: 1 talento extra dependendo do monstro escolhido, não precisando cumprir seu requisito (a vantagem deve ser analisada e aceita pelo mestre) 

Sacerdote (Xamã monstruoso):
> Instinto de Kalah
Benefícios: Clérigos dos monstros podem falar o idioma de qualquer monstro inteligente livremente. Eles também podem tentar falar com monstros não inteligentes, mas nem sempre a compreensão será completa - depende da inteligência do próprio. Além disso, você nunca se perde em lugares selvagens, sempre sabendo instintivamente onde fica o norte.

> Anatomia de Monstro
Benefícios: Seus órgãos internos não ficam exatamente onde deveriam o que torna um pouco mais difícil atingir você em um ponto vital. Sempre que for atingido por um Acerto Crítico há 1 chance em seis (1 em 1d6) de você anular o Acerto Crítico e fazer com que se transforme em um acerto normal (mas mantendo o resultado 6 no ataque).

> Aura de Pânico
Benefícios: Uma vez por dia o clérigo pode criar uma aura de medo com 3m de raio, obrigando qualquer criatura a fugir se não passar nos testes adequados (o efeito é o mesmo da magia Pânico.

-- *sons de pessoas gritando seguidos de urros assustadores*
Salkdfteen, Monstro desconhecido, Sacerdote de Kalah. 

Nyar
A deusa da fortuna e do trabalho dá a seus devotos a riqueza e o poder para espalharem ao mundo as palavras de ouro e moedas.
> Exigências: Sempre tentar juntar o máximo de tesouros que possível. Nunca perder a chance de roubar algo, mesmo que tenha intenção de devolver depois.
> Vantagem grátis: Seguidores de Nyar multiplicam por 1d6+1 sua quantidade de dinheiro.

Sacerdote (Ladino Sagrado)
> Imunidade Contra Ilusões
Benefícios: Você recebe um bônus de +4 em teste de Resistência contra qualquer magia ou efeito ilusório (não funciona contra disfarces ou metamorfose, apenas ilusões).

> Fuga
Pré-requisitos: Especialização Lábia.
Benefícios: Você pode fazer um teste de H+2 (resistido pela Habilidade do adversário) e em caso de sucesso você cria uma distração que permite a você e seus aliados fugir da batalha de maneira espetacular. Você e quaisquer aliados a até 6m de distância são afetados pela magia Teleportação Avançada. A magia leva para o local seguro mais próximo, a critério do Mestre.


> Benção de Nyar
Benefícios: Além de receber CA+2, o devoto também pode fazer testes de Furtividade como se tivessem esta Especialização.

-- A gente evangeliza o nome de Nyar para uns... Os outros a gente compra...
Nika Floraien, Meio-elfa, Sacerdotisa de Nyar.

Hokori
Com a morte da Árvore da Vida a deusa Hokori também sofreu uma grande perda, a deusa está perdendo seus poderes, os seus clérigos tentam virar essa situação a qualquer custo.
> Exigências: Sobrevivência e Adestrar animais, nunca atacar animais, apenas em defesa e os matar apenas para sobrevivência (usar pele e/ou se alimentar por exemplo).
> Vantagem grátis: Foco em Sobrevivência e Adestrar animais.

Sacerdote (Xamã da natureza):
> Instinto de Hokori
Benefícios: Você pode falar com animais livremente. A compreensão depende da inteligência do próprio animal. Este Poder também pode funcionar com alguns monstros “naturais”, como dinossauros, grifos e lagartos-gigantes; mas não com mortos-vivos, golens, demônios e outros de natureza sobrenatural ou artificial. Além disso, você nunca se perde em florestas (ou sua outra área de atuação), sempre sabendo instintivamente onde fica o norte.

> Armamento de Hokori
Benefícios: O devoto possui Arma e Armadura de Hokori como Magias Iniciais, sem a necessidade de aprendê-las.

> Transformação em Animal
Benefícios: O devoto pode, uma vez por dia, se transformar em um único animal selvagem, que deve ser escolhido logo que ele adquire este Poder. São permitidos os mesmos animais que poderiam servir como companheiros (veja o Poder Companheiro Animal). A transformação pode ser mantida por quanto tempo o druida desejar, mas ele reverte à forma normal caso seja reduzido a 0 PVs. Na forma de animal ele não pode falar (exceto com outros animais) e nem usar magias, armas ou itens. Este Poder pode ser comprado mais de uma vez para oferecer novas utilizações diárias desta habilidade.

-- Isso são apenas maus tempos, a natureza vai se recuperar...
Liandda FlorestWell, Elfa, Sacerdotisa de Hokori.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Três Mundos - Parte 3 - Histórias


Layla certa vez se perdera por Gensõ. Pegara uma espécie de pena mágica que servia de teleporte. A pena a levara à Solasel.
Ela era uma sacerdotisa de Maagany, deusa da bondade e da vida.
Em Solasel, junto a uma amiga, lutara com um poderoso místico.
Layla foi quem o matara.
Maagany é uma deusa bondosa e tolerante, mas há uma regra para seus sacerdotes, machucar apenas em defesa própria, mas nunca, NUNCA matar.
A deusa deixara Layla por esse pecado, mas a meio-elfa nunca deixara a deusa.
A mulher voltou para seu continente, agora tinha uma amiga em Solasel, um ‘filho’ robô e um marido bardo.
Layla casou-se, e no dia seguinte começou, com seu marido viajante, a construir um templo para a deusa. Orava todos os dias para que aceitasse seu sacrifício e a mulher parece ter sido atendida, nos dias que se passaram jovens de vários locais vinham com um chamado de Maagany para tornarem-se clérigos.
Layla estava feliz.

-- E mesmo sem os poderes divinos, ela se tornou a madre superiora desse templo... – Dizia Nagilla para Alice.
Ambas se encontravam em uma mesa farta, havia bastante comida ali, embora fosse comida leve e simples, como pães e bolos. A noviça explicara que eles ainda estavam em Gensõ, se encontrava em Drimlaê, o continente do ar. Estavam em uma cidade a oeste do continente. Alice estava bem mais calma, na verdade estava próxima de Enemus, sua cidade natal.
Miranda fora a uma sala com Layla e dois dos melhores magos devotos de Maagany da cidade. A madre queria saber de onde vinha seu poder de cura mesmo não sendo uma humana. Na verdade, a boneca é um achado. Na Faculdade Mística, era comum dar vida a objetos, alguns recebiam o nome de golens, outros de familiar. Mas nenhuma dessas criaturas possui poder de cura com o fervor divino que apenas clérigos possuem, pois esse poder vem da alma, e criaturas como a própria Miranda, não tem alma.

Alice notara que Noah também não estava na mesa. Ele se sentara sozinho no canto da sala. Layla havia lhe dado comida, mas os noviços tomavam distancia e o olhavam feio.
-- Porque você se recusou a curar o guerreiro? – Perguntou a Arquimaga.
Nagilla parara de comer. Colocara os talheres perfeitamente bem posicionados ao lado do prato e olhou para o homem, que sentado no chão, comia em silencio.
-- A madre Layla é às vezes bondosa demais... – Dizia a noviça, depois se voltando para Alice. – Me surpreendo como pessoas tão legais como vocês podem andar com meio - demônios.
Alice arregalava os olhos, surpresa.
-- Ah! Você não sabia? – Perguntava Nagilla. – Layla diz que não devemos julgar ninguém, nem mesmo os demônios... Que ninguém é ruim até que aja como ruim... Eu acho que demônio bom é demônio exorcizado! – Voltando a comer.
Alice olhava para Noah, não o conhecia muito bem, mas lembrava que ele protegera ela e Miranda do Pesadelo.
-- Talvez a sua madre esteja certa... – Falou Alice.
Nagilla se deu de ombros enquanto enchia a boca de comida...
...
Havia acabado a hora do almoço e Layla ainda se encontrava com Miranda. Nagilla disse que a madre iria conversar com a boneca e depois iriam usar uma magia para saber de onde vinha seu poder de cura.
Alice já havia descansado e tomado um banho. O templo com certeza tinha aquela aura típica de Maagany. Trazia uma paz poderosa, talvez fosse por suas paredes e roupas brancas, mas era como se não existissem problemas quando se está lá dentro.
A Arquimaga aproximou-se do guerreiro que estava sentado em uma espécie de jardim. Haviam alguns pequenos pássaros e esquilos, estes evitavam Noah, mas pareciam gostar da presença de Alice.
-- Bom descansar depois de comer, né? – Dizia a arquimaga sentando-se ao seu lado.
Noah estava tão desligado que levara um pequeno susto quando a mulher se sentara, fazendo sua lança, que estava  apoiada no banco branco em que sentavam, cair.
-- Sim... Digo... É bom! – Dizia Noah levantando a lança. – É diferente... Agradável... – ele ria para si mesmo. – Sei de alguém que gostaria de estar aqui...
-- Quem?
Noah saiu de seus pensamentos. – O que?
-- Quem gostaria de estar aqui? – Perguntou novamente.
-- Ah! – Silencio. – Um amigo...
-- Hum! – Alice se sentia um pouco desconfortável pela falta de assunto, até que notara seu olho machucado. – Isso aí... – apontando para o olho. – Dói muito?
-- Isso? Não... Não... Faz muito tempo...
Alice o olhava como se esperasse que continuasse a história.
-- Luta com dragões de gelo... – Ele disse. – Uma dragoa de TPM não é nada legal. – Ele dava um sorriso. – Você se daria bem com ela... – Disse Noah se lembrando das magias de gelo lançadas pela Arquimaga. – Você é bem poderosa.
O rosto de Alice corou, era bom ser reconhecida, era uma das melhores alunas da sala, ouvia elogios de amigos e professores, mas era bom ouvir de um desconhecido.
-- Obrigada! – Silencio – Obrigada também por nos salvar. – Ela dizia olhando as flores do jardim.
-- De nada... – Ele respondia olhando para as mesmas flores.
Tulipas lilases.

...
Estava escuro e frio. Escuro, frio e silencioso.
Místicos devotos de Maagany usaram aquela magia, transportaram Layla para aquele lugar.
O subconsciente de Miranda.

Layla e seu inseparável robô caminhavam, enquanto a madre orava em voz baixa para a deusa da vida, tentando entender aquela local.
A madre e Alice conversaram sobre Miranda, a Arquimaga a explicara que aquela bela garota de cabelo lilás era uma boneca, um tipo de magia simples que imitava vida, nada muito sério, nada complicado.
Mas Miranda curava de uma forma diferente, era um poder divino, como um místico poderia simular poder divino? Isso assustava Layla, mas mais ainda assustava andar ali. Certa vez quase morrera e quase perdera uma amiga no reino dos sonhos. Mas era uma madre agora, mesmo sem o poder direto de Maagany tinha fé.
Era suficiente.
O robô voava ao seu redor quando apontou ao longe um brilho no meio da escuridão.
Layla estava certa, haviam lembranças naquela mente de brinquedo. Miranda era especial.
O brilho se aproximara e logo formava uma porta. Layla a abriu e era como se visse pelos olhos de Miranda, como se visse coisas de seu passado
.
Layla não sabia, mas a visão era do dormitório abandonado do Corredor do medo, mas ainda estava perfeitamente intacto. Os livros eram novos, as paredes bem pintadas e o local tinham vários quadros de lindas mulheres e muitos espelhos pendurados nas paredes.
Layla podia ver o rosto de Miranda em um dos espelhos. A boneca usava uma espécie de roupa de empregada e nos seus lábios sempre em linha reta, havia um sorriso lindo e encantador.
-- Você é tão perfeita, Miranda! – Dizia alguém na sua frente, mas pela alegria da boneca seus olhos se fecharam, não possibilitando Layla de ver quem era o dono da voz. – Como eu queria que você fosse real! Só você me entende! Eu daria qualquer coisa...
-- Qualquer coisa? – Disse outra voz, cortando o primeiro. Essa segunda voz era tão linda, tão poderosa que fez Layla se sentir a criatura mais imperfeita do mundo só a ouvi-la.
As imagens ficaram densas e embaralhadas, havia um brilho bonito e calmo. Até que a meio-elfa viu ao longe uma imagem que brilhava em meio às trevas.
Um lindo pavão de penas roxas.

...
Alice e Noah estavam na sala que outrora servia para o almoço. Agora não havia nada no local, apenas almofadas brancas que os clérigos e noviços usavam para apoiar os joelhos enquanto se perdiam em horas de orações silenciosas. Como o templo era um local pequeno alguns cômodos eram usados para duas ou mais coisas diferentes.
Layla vinha acompanhada de Miranda e seu pequeno robô. A boneca com sua expressão fria e silenciosa.
-- E então madre Layla, descobriu alguma coisa? – Perguntava Alice.
-- Nada... – Respondia a madre. – Mas de uma coisa estou certa, ela parece amar muito seu criador, as poucas palavras dela eram sobre ele. Onde ele está?
A expressão no rosto de Alice foi de preocupada para triste. – Não sabemos, nem mesmo ela sabe... E nossa única pista... – Ela olhava para Noah.
-- O que? – Ele dizia. – Eu não sei de nada, eu juro! Sou só um estrangeiro perdido.
-- Não... Não você... Aquela mulher... – Ela se lembrava do bilhete deixado pelo criador de Miranda que a anjo havia pegado. – Ela levou nossa única ideia...
-- Ah! A Estella...
-- Você a conhece? – Perguntava Miranda, seus olhos tremiam como se houvesse esperança.
-- Não... Mas parece que ela me conhece muito bem...
-- Acho que precisamos encontrá-la. – Dizia Alice. – Mas onde?
Noah levantava a mão como uma criança pronta para responder uma pergunta. Ele lembrava que havia ido à torre da mulher e quando a parede fora quebrada pôde ver o local onde a torre se encontrava.
--Talvez você saiba onde é... – Dizia Noah para Layla.
-- Eu preciso ver... – Ela sorriu e virando-se para trás: -- Nagilla! Chame os místicos novamente! Temos mais uma mente confusa! – O robô acenou a cabeça em confirmação.
Nagilla obedeceu.

Continua...