-- Por Liaavel! Estou vivo! – Gritava o homem que caíra daquela árvore, totalmente sujo de seiva levantando-se com a ajuda de Layla.
-- Senhor o que houve? Quem é você? O que fazia dentro da árvore?
Ele começou a tocar o rosto de Layla, admirado:
-- Os pesadelos... Acabaram? – Ele dizia impressionado, levantando-se.
Assim que ele se põe de pé novamente, caminha devagar até outra árvore. Assim como Layla ele tira a casca do troco e outro homem cai no chão, também sujo de seiva.
A meio-elfa estava calada, observando quando o primeiro senhor que saiu da árvore, levantando o amigo virou-se para ela e falou:
-- Vamos menina, nos ajude a salvar meu povo! – Ele já estava tirando a casca de outra árvore, derrubando agora uma jovem donzela.
...
O céu estava escuro no sonho de Hanami, ela pensava em desistir, viver ali para sempre. A katana estava quase solta de sua mão quando foi ouvido um som. Era o som de árvores caindo, troncos rachando no meio, e como se algo quebrasse as nuvens como vidro sobre suas cabeças, feixes de luz cobriam alguns pontos da praia novamente.
-- O que é isso? – Falava Hanami segurando forte sua katana novamente.
Sua sósia também olhava para o céu, mas sua expressão não era de curiosidade, mas sim de desespero.
...
-- Senhor Tsubasa... – Dizia Layla já com intimidade enquanto ajudava o senhor a abrir uma grande árvore. --... O que houve aqui? Porque vocês estavam presos nas árvores?
-- Não sei meio-elfa, não sei mesmo. Um dia, éramos um pequeno e feliz vilarejo e no outro estávamos todos presos... Em pesadelos... – Ele fechava os olhos se lembrando de coisas que só ele sabia. – Primeiro esse monstro nos desespera, depois oferece auxilio e conforto e quando aceitamos, ele volta a nos desesperar mais forte ainda... Ele se alimenta de nossos medos... – Terminando de falar, ambos puxam a casca da grande árvore e uma senhora grande como a arvore cai em meio à seiva.
Ao fundo o robô também ajudava, abrindo pequenos troncos e libertando crianças...
...
O céu no sonho de Hanami ficava mais e mais claro, a areia parecia estar derretendo, as arvores morrendo e o mar indo embora. Hanami olhava tudo ao redor quando um feixe de luz cobriu a sua sósia, fazendo-a impossível de ser vista.
Ouviu-se um urro fino e ensurdecedor, tão forte que Hanami precisou cobrir seus ouvidos.
Os olhos de Hanami que estavam fechados pela força da luz se abriam lentamente se acostumando com a claridade. Assim que seus olhos se abriram totalmente, viu uma coluna de luz onde antes estava sua sósia.
Do meio da coluna uma criatura, em alta velocidade, correu para cima de Hanami. A criatura era horrenda, tinha uma face cadavérica...
... Era a real changeling.
...
Havia muitas pessoas na floresta agora, as arvores voltavam a se fechar como se nunca tivessem sido rasgadas. Algumas pessoas riam felizes por estarem livres dos pesadelos, outras choravam por ainda se lembrar de cada cena ruim, mesmo os mais felizes iriam sempre viver com a marca do medo em seus corações.
Layla ainda chorava preocupada com Hanami, a única que ainda estava presa na arvore. A samurai estava quase que completamente coberta de madeira, só sua mão esquerda ainda estava para fora, e apenas metade.
-- Hamami! Por favor! Porque nós não conseguimos rasgar a madeira da arvore tão facilmente? – Gritava a meio-elfa tocando a mão da amiga enquanto olhava para Tsubasa.
O senhor levemente colocou a mão no ombro da mulher:
-- O monstro está aí... Ele não vai deixá-la tão fácil...
Layla apenas olhava preocupada para a amiga.
...
O changeling urrava a centímetros do rosto da guerreira, sobre ela. Com as pernas, Hanami empurra o monstro pela barriga e logo após, correndo com sua katana para o lado oposto, se prepara para atacar.
O monstro corre para cima de Hanami, pronta para morde-lhe, mas a garota usa a espada para parar-lhe.
O changeling fora atingido no meio da boca, mas segurou a espada com os grandes dentes, caso ao contrario, a lâmina iria cortar sua cabeça ao meio.
Hanami fazia força com a espada, empurrando seu corpo ainda na tentativa de cortar a bocarra do monstro, mas o changeling segurava a espada com muita força também.
A samurai suava, estava fazendo muita força, uma hora ela não iria agüentar, por isso em um movimento desesperado colocou toda sua força em uma perna, jogando seu corpo para cima do monstro, iria matá-lo agora.
A guerreira foi com força, o monstro também. Quando para a surpresa de Hanami...
... a espada quebrou ao meio...
Foi pedaços de espada para todos as direções, a expressão no rosto de Hanami era de grande surpresa, enquanto o monstro na sua frente parecia se alegrar com isso.
A criatura, com a garra, empurra Hanami que cai a uma grande distancia. A mulher começa a levantar, mexendo em sua roupa, quando a criatura corre para cima dela. Num rápido movimento o monstro pula sobre ela, faminta.
Tudo parou.
O changeling estava com o rosto a centímetros ao rosto de Hanami. O monstro sorria, enquanto a expressão da guerreira era de medo, mas no segundo seguinte houve uma inversão. Hanami sorria e o changeling a olhava assustada.
-- Um samurai não depende apenas da katana. – Disse Hanami.
O changeling abaixou o que seria seu rosto, depois olhou para a samurai, ela ainda queria atacar a mulher.
Só o que Hanami fez foi tirar sua wakizaki que estava cravada no peito da criatura. O changeling urrou e uma forte luz iluminou todo local...
...
Layla chorava na frente do corpo da amiga, que segundo ela já estava morta.
As pessoas que foram libertas, assim com o pequeno robô olhavam cabisbaixos para a dor da meio-elfa.
Para a surpresa de todos a arvore alimentada pelo corpo de Hanami começa a rachar, de dentro dela, sai uma forte luz e logo em seguida a arvores se torna milhões de pedaços e na frente de Layla cai Hanami, suja de seiva. A sacerdotisa logo ajuda a amiga a se levantar.
-- Hanami! – Ela diz. – Você está bem?
A guerreira olhou para a árvore toda rachada, lá estavam sua wakizaki e sua katana, em perfeitas condições. Com a mão a mulher faz um sinal de positivo e com um sorriso, ainda fraco no rosto, diz:
-- Superei meus medos...
Layla sorri, seguida dos gritos alegres das pessoas que assistiam...
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