domingo, 4 de março de 2012

Amor e Honra - Parte 4 - Monstro de ferro

A escola de samurais sempre fora um local para homens, isso os solaselianos sempre souberam. Por que isso se a deusa deles é uma mulher guerreira? Ninguém sabe ao certo, mas é um preconceito machista que sempre existiu e sempre existirá...
Hanami havia acabo de entrar naquela escola, sua expressão séria e fria escondia um coração nervoso, os olhares eram tamanhos para ela que a deixava sem graça, era tachada de impura embora não fosse. Não era proibido uma mulher ser samurai, mas o machismo da sociedade era forte sobre as que tentavam.
A garota andava por entre aqueles tatames de uma coloração avermelhada, mas calma. Trajava uma roupa que os iniciantes a samurais deveriam usar, embora roupa fosse masculina lhe caia bem e até lhe dava um ar feminino. A garota entrava numa sala, muitos homens e garotos estavam sentados conversando, quando a porta do tatame fora aberta, silêncio e todos fitavam a garota. De cabeça baixa a mesma caminhou até sua cadeira e ficou ali em silêncio até o professor entrar.
Assim que o sensei, modo de como se chama o professor em Solasel, adentrou o local, veio acompanhado por um homem, o mesmo também trajava as roupas de novato a samurai, também estava naquela sala.
-- Muito bom dia, futuros filhos de Liaavel, eu me chamo Ken Huruki e serei professor de vocês nos próximos anos, desejo boa sorte a todos. – O sensei fez uma pequena reverencia e quando levantou, seu olhar foi para Hanami, sua expressão era igual a todos os outros, nojo, no mínimo. O sensei se virou para o rapaz do seu lado e fez outra reverencia e o mandou procurar um local.
O rapaz andou por entre a sala, sendo seguido pelo olhar dos outros rapazes, mas eram olhares diferentes, olhares de admiração e de inveja. O homem sentou-se ao lado de Hanami. Por que ao lado dela? Por quê? Ainda tinham tantos lugares vagos... Assim que sentou-se, com um sorriso naquele rosto bonito, ele falou:
-- Muito prazer! Chamo-me Daisuke...
Hanami apenas virou o rosto, ignorando-o.

...
O monstro de ferro fitava as duas nuas mulheres, seus olhos analisavam o local.
No mesmo momento Hanami fitou a sua katana que não estava distante, mas estava próximo à parede onde o monstro se encontrava.
Um pequeno foguete voou em direção a água entre ambas e uma explosão fez com que água voasse para todos os lugares, juntos com as mulheres que nuas saíram da piscina.
--- Hanami... O que a gente faz? – Gritou Layla correndo e se enrolando em uma toalha enquanto jogava a outra para a companheira.
Hanami se enrolava na toalha, esquivando-se da estocada que o braço do grande monstro de ferro fazia.
--- Sai daqui! – Ela gritou assim que atingiu o chão. --- Eu cuido dele! Só preciso alcançar minha katana.
Na mesma hora em que a samurai falou sobre sua katana o robô virou-se para a mesma e começou a caminhar em direção a ela. Embora tivesse braços rápidos tinha pernas lentas e pesadas. Mas o monstro estava mais próximo da katana, seu braço estava a centímetros dele quando um balde de madeira fora jogado, tirando sua atenção. Era Layla que havia jogado. Assim que o monstro virou-se para fitar Layla e a mesma, gritando e chorando de medo, saiu correndo. Hanami pegou a katana e um sorriso se fez nos lábios da mesma.

O robô caminhava atrás de Layla e atrás dele Hanami corria em alta velocidade, com uma mão segurando a toalha para não cair e com a outra sua katana, ela atacou.
O corte fora certeiro na perna do monstro, fazendo algumas faíscas saírem da mesma, o monstro cambaleou e caiu para trás, sentado, por pouco não esmagara Hanami, que com um pulo, esquivou-se.

Layla entrara em casa, gritando o nome da senhora Masamita, não poderia deixar uma senhora indefesa como aquela sozinha em casa com um monstro andando por ela. A mulher correu pelos corredores solaselianos da casa, mas não encontrara nada. A senhora já havia sido pega pelo monstro ou fugiu?
Ainda no centro da casa, no banho ao ar livre a criatura com muita dificuldade se coloca de pé novamente e mais um foguete é lançado para cima de Hanami. A mesma esquiva, mas o fogo que o impulsiona passou em seu braço e criando uma queimadura leve, a faz largar a toalha e ficar completamente nua no chão.
Na mesma hora Layla havia chegado e visto a cena, e após gritar o nome da amiga correra para onde ela. A criatura de ferro vinha lentamente para cima das duas assim que estavam juntas e no momento em que Hanami levantou sua espada, Layla tocou seu braço no mesmo local da ferida e uma luz pura brilhou ao redor dele, a queimadura estava sarada.

Hanami olhou assustada e no mesmo momento virou sua espada para Layla, teria lhe cortado o pescoço se a garota não se jogasse no chão:
--- Você disse que não era uma bruxa!
--- Eu não sou uma bruxa, você já viu bruxas curando os outros? Eu sou uma sacerdotisa, não uso magia arcana, meu poder vem de Maagany. – Gritou Layla enquanto Hanami vinha para cima dela com a espada.
Outro foguete em direção às mulheres e Hanami o cortou no meio enquanto olhando para o robô gritou para Layla:
--- Devia ter avisado...
--- Como se fosse fazer diferença...
O monstro de ferro caminhava para cima de Hanami, enquanto a mesma corria e pegava sua toalha novamente. O monstro estava a perseguindo então teve uma idéia.
Hanami parou.
O monstro veio para cima dela com toda força em seus braços e enquanto Layla gritava seu nome, um pulo.
Hanami pulou sobre o monstro e indo para as costas dele. A samurai havia parado na frente da piscina. Com o pulo nas costas do monstro conseguiu impulso suficiente para empurrá-lo na água da piscina, que estava atrás dela. Assim que caiu na água parou de se mover.

Um sorriso de senhora saiu do robô e enquanto Layla e Hanami olhavam, o monstro se abriu no meio, sentada dentro dele estava à senhora Masamita que olhava as suas convidadas com um sorriso divertido no rosto.
...
Secas e sentadas em uma pequena mesa Layla e Hanami olhavam zangadas para a senhora Masamita que ainda sorria.
-- E é isso... Eu vim de uma família de alquimistas, somos os senhores do ferro... – Dizia a senhora, divertida. – Fazia um bom tempo que eu não treinava meus poderes.
Layla já estava tranqüila usando seu vestido de noiva novamente, mas Hanami ainda gritava com a senhora, chamando-a de irresponsável e de tresloucada  enquanto a mesma sorria para as convidadas.
-- Por favor, não fiquem tão irritadas, eu sou velha e sozinha, fazia tempo que não me divertia assim... Quando vocês chegaram aqui na porta eu vi seu pescoço, sabia que você não era uma pessoa qualquer. – Disse a senhora Masamita olhando para o colar de Hanami. – Eu sabia que daria pelo ao menos para eu treinar minha invenção... Mas pelo visto não deu muito certo, né? – Disse ela fitando o robô que ainda estava afogado na piscina. – Mas não se preocupe, eu vou ajudá-las como prometido...
Hanami virou o rosto e Layla sorriu para a senhora:
-- Seria possível passarmos a noite aqui?
-- Pra ela tentar nos matar? – Perguntou Hanami com a expressão furiosa.
A senhora Masamita sorriu e acenou com a cabeça: -- Por favor, durmam bem essa noite...
...
Amanheceu e as convidadas estavam prontas para sair. Hanami tentou não dormir, disse estar desconfiada demais para relaxar, mas foi só deitar naquela cama confortável e quentinha para se ver acordar no outro dia. Layla por outro lado, despreocupada dormiu sem esforços.
As garotas tinham recebido da senhora Masamita uma pequena esfera de ferro que ela disse que poderia ser útil mais tarde e um mapa, ele indicava três caminhos para ir até a capital, e as garotas decidiram pegar o mais curto, embora a senhora Masamita não concordasse com isso, disse que às vezes pessoas vão por esse caminho e não voltam. Hanami não acreditou, ‘isso deve ser papo de velha louca’ ela disse e assim as duas seguiram o caminho mais curto...


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