O som de um tapa.
Dois rostos vermelhos.
...
Algo havia beijado Marisa. Sim... Beijado! Seus olhos estavam cobertos por fios pretos e seu rosto, vermelho como a uma maçã. Num rápido movimento, talvez por expressão feminina, a cavaleira deu um forte tapa no rosto daquele que a beijava. Assim que os lábios de ambos se soltaram ela pode ver quem era o autor do beijo. Na sua frente havia um homem muito bonito, de pele negra que naquele momento estava com um vermelho no rosto em forma de palma e longos cabelos pretos que iam atá a cintura.
-- Para uma delicada donzela, devo dizer, você tem uma mão bem forte! -- Dizia o homem passando a mão na marca em seu rosto e sorrindo para Marisa.
-- Quem... Quem é você -- Guaguejou a cavaleira ainda vermelha de vergonha.
O homem rapidamente fez uma reverencia com movimentos delicados e muito bem calculados, parando na frente de Marisa e enquanto beijava-lhe sua mão se apresentou:
-- Sou Andrews Zoccante, humilde prisioneiro dessa torre e apartir de agora, seu fiel amante para toda a vida.
-- O... O que? -- Marisa gritava enquanto puxava sua mão.
-- Exatamente. Eu estou preso a um código de honra, donzela, "aquela criatura que me salvar me tomará como amante e eu não irei reclamar." -- Ele falava com um sorriso torto muito bonito no rosto.
-- É? E se por acaso um ogro feio e cabeludo o salvasse dessa torre? -- Perguntou Marisa com uma expressão desdenhosa.
Andrews ficara vermelho enquanto sorria para si mesmo: -- Bem... Vamos agradecer à Clawyn por ele não ter enviado um ogro, mas sim uma bela humana para mim. -- Depois sorriu para Marisa.
-- Clawyn? Então você deve ser um sacerdote desse deus, não?
-- Sacerdote?-- Ele sorria. -- Não... Não... Sacerdote não, apenas um devoto... Um admirador... Afinal é comum bardos se verem nesse deus... -- Disse ele pegando um alaúde (espécie de instrumento musical) e tocando algumas notas de uma melodia feliz.-- Você é louco... -- Foi só o que ela disse, enquanto começava a caminhar de volta para escadaria. -- Vamos... Ainda temos alguns dias de caminho para voltar para Shufu. -- Ela olhou para o chão da torre, mas com um olhar distante e sussurou. -- Se pelo ao menos o Thunder ainda estivesse aqui...
Assim que sairam daquela torre se depararam novamente com aquele local bonito coberto pela grama verde e viva.
-- Deuses...! Como vamos voltar?-- Dizia Marisa olhando a ponte que havia caído.
-- Isso é fácil... -- Com seu alaúde, o bardo começara a dedilhar rapidamente as cordas, fazendo o instrumento soar um cântico grave, enquanto ele começava a cantar. A letra falava sobre pedidos de ajuda, como se pedisse para alguém o tirar de onde ele estava. (Take Me Away - Globus) / (Som emotivo nv 2)
Ao longe, as mesmas harpias que outrora atacaram Marisa e mataram Thunder voavam em direção à Andrews. Marisa rapidamente sacara sua espada e apontando para a ave gritava:
-- Cuidado, bardo! Essas criaturas são malignas, vou lutar com elas, proteja-se!
As harpias estavam paradas na frente de Marisa, mas caladas, sem palavras ácidas nem risadas estridentes, estavam silenciosas, isso fez Marisa não atacar, confusa.
-- Nem sempre, minha cara donzela, a espada resolve nossos problemas... -- Dizia Andrews passando pela cavaleira e acariciando uma das harpias delicadamente. A mesma harpia segurou, com suas patas de ave, os ombros do bardo, o levando para atravessar a ponte, a outra fez o mesmo com Marisa. -- Agora vamos rápido, pelo que parece elas estão alimentadas, não irão tentar nos comer, pelo menos não agora... -- Como? Como você fez isso? -- Gritou a mulher já sendo levada por cima do rio, admirada com a bela canção
-- Confio no poder da música... -- Foi só o que Andrews respondeu voltando a cantar a música.
E Marisa se sentiu bem... Segura até...
...
As harpias atravessavam o grande precipício que aquele local se tornou sem a ponte e os deixara no outro lado, logo depois voltando para a torre.
-- E agora, donzela! Para onde vamos? -- Perguntou Andrews colocando o alaúde nas costas e estalando os dedos de ambas as mãos.
-- Agora vamos entrar na floresta, são só dois dias de viagem até Shufu, irei mostrar você para os Espada do Poder e eles irão ver que posso ser uma boa cavaleira de Tyali... -- Dizia a mulher mais para si mesma do que respondendo a pergunta do homem.
Marisa apontou para a frente e só o que havia eram árvores, muitas árvores. Assim os dois adentraram a floresta, deixando para trás aquela torre.Continua...
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