domingo, 7 de outubro de 2012

Três Mundos - Parte 7 - Liberdade


O leão que era Dellyson urrou assustadoramente e correu em direção à Alice.
A arquimaga apontara com a varinha para atacar-lhe, mas a sua pata, do tamanho da cabeça da mulher, a empurrara, derrubando-a sobre caixas de estrume, fazendo-a retorcer o rosto de enjoou por conta do cheiro.

O leão corria para cima da arquimaga novamente, quando a mesma joga estrume no rosto do felino, atingindo seu olho. O animal para e com a pata tenta limpar a sujeira.
Rose estava apenas no mesmo local, parada, observando.
Alice corre até a ave.
O pássaro ficara parado, a arquimaga a centímetros dele.
-- Fácil! – Disse Alice.
Assim que quase o tocara, o pássaro se torna apenas brilho amarelado. Aparecendo no lado oposto de onde estava.
-- Teleporte? – Gritava Alice.
-- Pensei que isso era óbvio, meu amor! – Dizia Rose.
O leão corria novamente para Alice, assim que estava próxima ao animal, a arquimaga pega a cadeira de balanço e a lança, atingindo o rosto do leão, que urra quando a cadeira se quebra contra sua cara.
--Desculpa papai... – Dizia a Mística com a expressão de piedade. – Para que isso, mãe? – Gritava Alice.
-- Tradição Querida... – Respondeu sua mãe. – O Teste de Liberdade é algo de família... Seus irmãos passaram, por isso eles viajam, por isso eles fazem o que querem... E nós, eu e seu pai, ainda os amamos.
-- Meus irmãos conseguiram a liberdade assim? – Perguntava Alice para si mesma. – Eu não sabia...
-- Sua avó também fez comigo esse teste. – Dizia Rose com uma triste expressão. --... Eu não passei...
Alice parara e olhara sua mãe, perplexa.
Assim que se desconcentrou, o grande leão atingira-lhe com a pata, jogando-a para cima.
...
Rose era uma jovem bonita e radiante, até que chegou o dia do seu Teste de Liberdade.
Uma senhora de roupas quentes, avermelhadas sentava-se em uma pequena canoa em um rio calmo e limpo. Em seus lábios um charuto caro pela metade fazia fumaça ao redor da sua cabeça enquanto às vezes círculos de fumaça quase perfeitos era cuspidos por ela.

-- Vamos lá, Rose... – Soltando fumaça. – Não tenho o dia todo...
A mulher na canoa era Mary Drineville, matriarca da família e mãe de Rose. A canoa estava no centro do rio, parada. Rose em um das margens olhava sua mãe. Há alguns metros à esquerda de Mary, saindo das águas havia um redemoinho, no meio dele, por causa da transparência das águas podia-se ver um garoto acorrentado no ar, às águas não o tocava, do outro lado da canoa um redemoinho igual, no seu centro, flutuando, um bilhete.
-- Vou repetir... – Falou Mary. – Você pode salvar o seu amiguinho. – Apontando para o garoto. – Ou pegar o bilhete que valerá sua liberdade. – Apontando para o lado direito.
Rose olhava sua mãe e com um pequeno rosnado pula na água.
-- Dellyson! – Ela grita antes de entrar por inteira nas águas.

...
Alice caíra no chão. O Leão, que era Dellyson urrava para o alto, seu semblante era majestoso e assustador, o mesmo poder que emanava do brasão da família.
Noah e Miranda procuravam Alice pelo jardim, o som do baile era alto, até que se ouviu o urro do leão. Os dois logo correram para a estufa, assim que abriram a porta viram uma Alice suja e machucada, seu lábio sangrava e algumas partes do seu corpo estavam roxas.
-- Miranda ajuda ela! – Foi só o que Noah gritou e a boneca levantou as mãos prontas para curar a arquimaga.
-- Não! – Gritou Alice se levantando com dificuldade. -- Esse é MEU teste! EU devo vencê-lo sozinha.
Rose acenava a cabeça, orgulhosa.
Alice correu para tocar o pássaro, o mesmo desaparecendo e aparecendo em outros lugares. Corria atrás da ave, desviando dos ataques que o leão fazia com as patas. Dellyson que era o leão nunca atacava com as garras, apenas com a almofada da pata.

Passavam-se alguns minutos, o pássaro se teleportava todas as vezes que Alice estava próxima. A mulher já estava cansando, parecia inútil.
Noah e Miranda, ainda na porta, apenas olhavam preocupados, sem poder agir.
-- Você pode desistir querida... – Disse Rose, sentando-se em uma mesa de madeira com várias mudas e flores, que pareciam dormir. – Eu não passei o teste e fui muito feliz cuidando dos negócios da família.
Alice corria, tentando, inutilmente, pegar a ave, que ia para todos os cantos, desde o lado de Rose até o ombro de Miranda.
-- Mesmo que eu fique aqui... – Gritava Alice tentando tomar ar, enquanto jogava-se no chão, desviando de Dellyson que quase voava por cima dela. --... Eu só sairei dessa estufa... – Tomando mais ar. --... Quando eu tiver minha liberdade!
-- Ah! Querida... Você não conseguiria viver sozinha... – Disse Rose. – Fugiu da Faculdade Mística, está noiva de um plebeu sem olho... – Ela sorria. – Não tem responsabilidade nem com seus horários... Esse seu atraso de 20 minutos foi o suficiente para eu regar todas as plantas daqui.
-- Regar todas as plantas? – Sussurrou Alice olhando ao redor. Observando bem todas as plantas podia-se ver que muitas ainda estavam molhadas.
Alice correu do leão, mas foi do lado oposto à ave, correndo em direção a porta.
-- Miranda! Noah! Saiam daqui e fechem a porta!
-- O que? – Gritou Noah.
-- Só façam...!
Noah e Miranda assim fizeram cada um fechando uma porta.
Alice parou, o leão vindo em sua direção. Apontara a varinha para o alto.
Os vasos começaram a tremer. Rose se assustou se afastando das plantas. O leão e a ave de teleporte também olhavam assustados e logo todo local estava coberto por água e plantas secas.
Alice sentia uma fadiga mental. Com sua magia de água, a arquimaga arrancou toda vida das plantas ao seu redor, matando-as. A mulher era a única no chão os outros flutuavam dentro da grande esfera de água.

-- Agora! –
Toda esfera começa a congelar, prendendo Rose, Dellyson e a ave dentro do gelo.
A ave ainda tenta se teleportar quando a esfera congela, mas o gelo cobre seu corpo deixando a cabeça para fora.
Alice se aproxima da esfera e toca levemente a cabeça da ave que tenta inutilmente ainda tentar se livrar.
-- Está vendo, mamãe? – Alice sorriu. – Passei no teste.-- E cansada logo desmaia.
...
Sentados em uma sala, ao redor de uma pequena mesa onde havia uma pequena caixa rosada, estavam todos. Noah, Alice e Miranda de um lado, Rose e Dellyson de frente. Rose fazia um pequeno carinho na cabeça de Dellyson, que agora era apenas um simpático homem.

-- Mãe... – Começou Alice quebrando o silêncio.
Rose apenas levantou a mão que estava livre, fazendo a filha calar-se.
-- Você venceu no Teste da Liberdade... Tem o direito de fazer o que quiser... – Um pequeno sorriso triste se formou no rosto de Rose que é sempre sério, depois voltando a sua forma. – Uma pena que não haverá ninguém para cuidar dos negócios da família quando eu envelhecer.
-- Mãe... Eu... – Alice começou a falar por se sentir mal, realmente ninguém cuidaria dos negócios. Quando fora cortada pela mãe.
Rose empurra a caixa da mesa para frente dos três. – Penas de Teleporte! Uma para cada... – Rose abria a caixa, mostrando as penas.
Miranda e Noah pegam uma cada. Alice se aproxima para pegar sua a pena. Sua mãe a olhava.
-- Obrigada, mãe! – Dizia Alice.
Assim as três penas começam a brilhar, cobrindo o corpo de cada um, que logo desaparecem.
O sorriso de Rose era agora grande e satisfeito.
-- Sabe Dellyson... – Ela fazia carinho na cabeça do esposo. --... Eu me orgulho tanto dela...
Continua...

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