sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Três Mundos - Parte 10 - Beleza


Primeiro estava molhado, depois escuro e frio.
Miranda estava sozinha e triste, caminhava em um local desconhecido.

-- Estou morta? Mas... Eu não tenho alma, não é?
-- Não e sim... – Soou uma voz distante. Era uma voz conhecida e perfeitamente bela, Miranda sabia quem era.
Era seu criador.
Ao longe um garoto gordo, com o rosto repleto de espinhas e uns óculos ‘fundo - de - garrafa’.
A boneca correu para seu criador, abraçou-o e chorou, chorou e soluçou pelo que pareceu serem horas.
-- Você está morto, não? Por isso está aqui comigo.
-- Não Miranda, nem você, nem seu criador estão mortos.
-- Meu criador? Você fala como se não...
-- Não sou... – Ele responde afastando-a. – Dizem que você sempre verá o deus da beleza na forma mais bela que existe. E o mais belo para você... – Ele sorriu. – É seu criador.
-- Deus? – Ela perguntou pra si mesma, depois seu rosto se tornara triste novamente. – Então eu estou morta mesmo, não é?
O deus levanta o rosto de Miranda e a olha nos olhos. – Não criança... Agora que sua vida vai começar...

Uma luz ilumina o local escuro e Miranda se vê novamente na mesma situação que Layla vira. O quarto de seu criador. Ela via a si mesma, vestida de empregada e seu criador na sua frente.
-- Você é tão perfeita, Miranda! Como eu queria que você fosse real! Só você me entende! Eu daria qualquer coisa... – Dizia seu criador em sua visão.
-- Qualquer coisa? – Dizia uma voz perfeita, linda.
Com o susto, o criador de Miranda a desliga. Mas a verdade Miranda continua vendo o que ocorria.
Aquela voz perfeita soou pelo quarto e penas de pavão cobriram todos os locais.
-- Quem é você? – Perguntou o estudante, ajeitando seus fundos óculos.
-- Deus da beleza... – A voz disse. --... E do amor...
-- Clawyn? – O estudante rodou o corpo procurando o deus que estava naquela sala.
-- Você realmente ama essa boneca, não é? – Soou a voz gloriosa.
O estudante se aproxima da Miranda desligada e a abraça:
-- Sim... A amo muito.
Clawyn sorriu, sabia que aquilo era real.
-- Então façamos um trato! Posso torna - lá real, dar-lhe uma alma. Assim você passaria toda uma eternidade com ela.
-- Como?
-- Ela precisa de uma alma; você tem uma alma...
O estudante olhou aquela boneca desligada.
-- Minha alma?
-- Vocês se tornariam um só... O princípio do amor... O sacrifíco máximo.
O estudante ficou olhando aquela bela boneca e abraçando-a disse:
-- Eu aceito.

...
A visão desaparecera. Miranda se viu na frente de seu criador, que era Clawyn.
-- Eu tenho alma? – Miranda quase gaguejou.
-- A alma de seu amado. O tempo todo ele estava aí... – Clawyn apontou o coração de Miranda.
A boneca colocava a mão no peito.
-- Ele está aqui? – Ela sentia seu criador, a presença quente e viva que estava ali. Um grande sorriso se fez em seus lábios, um sorriso grande, belo e alegre. Assim como as lágrimas que corriam em seu rosto.
-- Você é uma de minhas escolhidas, uma sacerdotisa... Leve o nome do meu amor e da minha beleza ao mundo. – Disse Clawyn e deu um beijo na testa de Miranda.

...
A boneca abria os olhos, sentia a água batendo em seu rosto.
Miranda estava nos braços de Alecius, que nadava velozmente para a superfície.
-- Que bom que acordou, aguente mais um pouco. – Disse Alecius e sua voz saia perfeita na água.
Miranda olhava o pirata, ele não tinha mais pernas, mas sim uma cauda, uma bela cauda.
Alecius era um sereiano.

...
Estella se aproximava de Alice e Noah que estavam caídos.
-- Quem é sua mãe? – Dizia Estella apontando os dedos flamejantes. – Me diga quem é ela assim eu posso matá-la também. Era uma escrava? Uma guerreira? Uma qualquer?
-- Eu... – Noah começava a falar quando Miranda fora jogada por Alecius no deck do navio.
-- Por Clawyn! – Dizia a boneca olhando ao redor.
Alecius subira o navio, usando seus braços. O pirata se assustara quando vira o estado do local. Seus olhos correram desesperados para os barris.
Alice e Noah sorriam quando notavam que sua amiga ainda vivia.
-- Você? – Estela a olhava com ódio.
Um círculo de fogo rodou nos dedos da anja e fora lançado para Miranda, o fogo se aproximava da boneca quando, usando os braços, Alecius se jogara na sua frente, protegendo-a do ataque.
Miranda se assustara, soltara um grito.
-- O que eu faço? – Disse para si mesma, olhando para o mar. Em meio às águas escuras havia uma pena de pavão, ao redor da pena as águas estavam cristalinas.

-- Eu sou uma sacerdotisa agora... – Miranda levantara os olhos. – Clawyn! Ajude-nos!
Três penas de pavão caíram sobre Alice, Noah e Alecius, dando forças e os curando.
Noah levantava-se, Alice ao seu lado também.
Ambos se sentiam fortes. Alice abraçara Noah, alegre. A arquimaga entregava-lhe a lança.
-- Vamos lutar! – Disse Alice, revigorada.
Estella voara para ambos, enquanto Alice usava sua magia para criar grandes pontas de gelo pelas poças de água que estavam no chão.
A anja desviava-se rapidamente enquanto as pontas gélidas cresciam por todos os lados.
-- É o fim! – Ela gritou se jogando sobre os dois.

Continua...

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