Primeiro estava molhado, depois escuro e frio.
Miranda estava sozinha e triste, caminhava em um local
desconhecido.
-- Estou morta? Mas... Eu não tenho alma, não é?
-- Não e sim... – Soou uma voz distante. Era uma voz
conhecida e perfeitamente bela, Miranda sabia quem era.
Era seu criador.
Ao longe um garoto gordo, com o rosto repleto de espinhas e
uns óculos ‘fundo - de - garrafa’.
A boneca correu para seu criador, abraçou-o e chorou, chorou
e soluçou pelo que pareceu serem horas.
-- Você está morto, não? Por isso está aqui comigo.
-- Não Miranda, nem você, nem seu criador estão mortos.
-- Meu criador? Você fala como se não...
-- Não sou... – Ele responde afastando-a. – Dizem que você
sempre verá o deus da beleza na forma mais bela que existe. E o mais
belo para você... – Ele sorriu. – É seu criador.
-- Deus? – Ela perguntou pra si mesma, depois seu rosto se
tornara triste novamente. – Então eu estou morta mesmo, não é?
O deus levanta o rosto de Miranda e a olha nos olhos. – Não
criança... Agora que sua vida vai começar...
Uma luz ilumina o local escuro e Miranda se vê novamente na
mesma situação que Layla vira. O quarto de seu criador. Ela via a si mesma,
vestida de empregada e seu criador na sua frente.
-- Você é tão perfeita, Miranda! Como eu queria que você
fosse real! Só você me entende! Eu daria qualquer coisa... – Dizia seu criador
em sua visão.
-- Qualquer coisa? – Dizia uma voz perfeita, linda.
Com o susto, o criador de Miranda a desliga. Mas a verdade
Miranda continua vendo o que ocorria.
Aquela voz perfeita soou pelo quarto e penas de pavão
cobriram todos os locais.
-- Quem é você? – Perguntou o estudante, ajeitando seus
fundos óculos.
-- Deus da beleza... – A voz disse. --... E do amor...
-- Clawyn? – O estudante rodou o corpo procurando o deus que
estava naquela sala.
-- Você realmente ama essa boneca, não é? – Soou a voz
gloriosa.
O estudante se aproxima da Miranda desligada e a abraça:
-- Sim... A amo muito.
Clawyn sorriu, sabia que aquilo era real.
-- Então façamos um trato! Posso torna - lá real, dar-lhe
uma alma. Assim você passaria toda uma eternidade com ela.
-- Como?
-- Ela precisa de uma alma; você tem uma alma...
O estudante olhou aquela boneca desligada.
-- Minha alma?
-- Vocês se tornariam um só... O princípio do amor... O
sacrifíco máximo.
O estudante ficou olhando aquela bela boneca e abraçando-a
disse:
-- Eu aceito.
...
A visão desaparecera. Miranda se viu na frente de seu
criador, que era Clawyn.
-- Eu tenho alma? – Miranda quase gaguejou.
-- A alma de seu amado. O tempo todo ele estava aí... –
Clawyn apontou o coração de Miranda.
A boneca colocava a mão no peito.
-- Ele está aqui? – Ela sentia seu criador, a presença
quente e viva que estava ali. Um grande sorriso se fez em seus lábios, um
sorriso grande, belo e alegre. Assim como as lágrimas que corriam em seu rosto.
-- Você é uma de minhas escolhidas, uma sacerdotisa... Leve
o nome do meu amor e da minha beleza ao mundo. – Disse Clawyn e deu um beijo na
testa de Miranda.
...
A boneca abria os olhos, sentia a água batendo em seu rosto.
Miranda estava nos braços de Alecius, que nadava velozmente
para a superfície.
-- Que bom que acordou, aguente mais um pouco. – Disse
Alecius e sua voz saia perfeita na água.
Miranda olhava o pirata, ele não tinha mais pernas, mas sim
uma cauda, uma bela cauda.
Alecius era um sereiano.
...
Estella se aproximava de Alice e Noah que estavam caídos.
-- Quem é sua mãe? – Dizia Estella apontando os dedos
flamejantes. – Me diga quem é ela assim eu posso matá-la também. Era uma
escrava? Uma guerreira? Uma qualquer?
-- Eu... – Noah começava a falar quando Miranda fora jogada
por Alecius no deck do navio.
-- Por Clawyn! – Dizia a boneca olhando ao redor.
Alecius subira o navio, usando seus braços. O pirata se
assustara quando vira o estado do local. Seus olhos correram desesperados para
os barris.
Alice e Noah sorriam quando notavam que sua amiga ainda
vivia.
-- Você? – Estela a olhava com ódio.
Um círculo de fogo rodou nos dedos da anja e fora lançado
para Miranda, o fogo se aproximava da boneca quando, usando os braços, Alecius
se jogara na sua frente, protegendo-a do ataque.
Miranda se assustara, soltara um grito.
-- O que eu faço? – Disse para si mesma, olhando para o mar.
Em meio às águas escuras havia uma pena de pavão, ao redor da pena as águas
estavam cristalinas.
-- Eu sou uma sacerdotisa agora... – Miranda levantara os
olhos. – Clawyn! Ajude-nos!
Três penas de pavão caíram sobre Alice, Noah e Alecius,
dando forças e os curando.
Noah levantava-se, Alice ao seu lado também.
Ambos se sentiam fortes. Alice abraçara Noah, alegre. A
arquimaga entregava-lhe a lança.
-- Vamos lutar! – Disse Alice, revigorada.
Estella voara para ambos, enquanto Alice usava sua magia
para criar grandes pontas de gelo pelas poças de água que estavam no chão.
A anja desviava-se rapidamente enquanto as pontas gélidas
cresciam por todos os lados.
-- É o fim! – Ela gritou se jogando sobre os dois.
Continua...
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