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domingo, 15 de abril de 2012
Amor e honra - Parte 10 - Chegando em Fing, o vulcão.
Alguns anos atrás...
Hanami havia acabado de sair da aula, não suportava mais aqueles olhares, aqueles julgamentos. Seu coração estava dividido entre duas emoções: Paixão ardente pela sua honra e raiva cega sobre todas aquelas pessoas ao seu redor.
Havia um rio. A água corria delicada e calma. Sobre sua cabeça, a lua redonda e brilhante. Hanami segurava sua katana e cortava o vento, enquanto sua wakizaki repousava sobre uma pedra perto do rio, ao lado de uma pequena mochila com suprimentos. A samurai usava apenas uma faixa sobre os seios e uma longa calça vermelha. Seu cabelo estava mal amarrado e em seu rosto, escorria pintos salgados de suor.
A mulher bufava, como se o vento fosse seu pior inimigo.
-- Boa noite... – Ouviu-se uma voz e Hanami virou com a lâmina da katana para atingir aquele que chegara.
Mas a katana parou centímetros antes de cortar quem havia chegado. Antes de cortar Daisuke.
-- Treinando pesado... Você não descansa? – Ele sorria ainda com a lâmina perto de seu braço. Hanami recolheu a arma e virando o rosto, perguntou:
-- O que está fazendo aqui?
-- Caminhando...
-- Então continue sua caminhada e desapareça daqui. – Disse Hanami voltando a cortar o vento.
-- Você é uma boa guerreira... – As palavras de Daisuke fizeram Hanami parar, nunca ninguém reconheceu isso, nem mesmo seus professores quando ela vencia um treino. Ouvir isso era uma novidade para ela.
Ela virou-se para ele:
-- Eu sou mulher, sabia? Mulher e samurai.
Daisuke soltou um sorriso sincero e disse:
-- Claro que sei... E me admiro com sua coragem... Você é especial... -- O sorriso de Daisuke era lindo. Hanami poderia chorar ali mesmo, sentia que o homem estava sendo sincero e nunca havia sentido isso... Era bom... Confortável... Novo... Como se estivesse livre, como se pudesse ser ela mesma, livre...
Por alguns segundos seu rosto ficou inexpressivo e vermelho de vergonha, quando Daisuke cortou o silencio.
-- Posso treinar com você? – Disse o belo samurai tirando sua katana e sua wakizaki também.
Hanami nada disse apenas se colocou em modo de ataque.
Daisuke sorriu e correu para cima de Hanami e durante algum tempo só que se ouvia era o som de suas armas se batendo.
Já havia se passado alguns minutos, quando fazendo um círculo com a katana, Hanami conseguiu tirar a de Daisuke, que cravou no chão. Rapidamente ela virou a katana para tocar seu cabo na barriga do rapaz e assim vencer o treino sem fortes machucados.
Para sua surpresa, algo tocou seu estomago. Seu rosto com uma expressão de incredibilidade olhou para o que a havia tocado.
-- Um samurai não depende apenas da katana. – Disse Daisuke sorrindo e guardando sua wakizaki que havia tocado com o cabo na barriga da mulher.
Ela olhou para ele com uma expressão de raiva, ele ficou assustado. Havia feito algo errado? Não... A mulher soltou um sorriso e olhou para a sua wakizaki que ainda estava sobre a pedra. Aprendeu uma lição, subestimava a arma por ser pequena... Nunca mais faria isso...
-- Você devia sorrir mais, fica linda com um sorriso no rosto. – Ele disse.
Vermelha, Hanami caminha até o rio, tira um obentô de sua pequena bolsa e faz sinal para Daisuke a acompanhar no jantar...
... E no fim daquela noite, seu coração estava dividido entre três emoções: Paixão ardente pela sua honra, raiva cega sobre todas as pessoas ao seu roedor e um doce e novo amor pelo samurai desconhecido.
...
Hanami corria em alta velocidade sobre seu cavalo, seu coração estava em Daisuke, não se perdoaria se algo acontecesse com ele... Não antes de ele saber seus sentimentos...
Layla estava desorganizada e atrapalhada sobre o cavalo, era uma amazona vergonhosa por pouco não estava para cair, mas mesmo assim seguia a samurai, junto ao robô.
O grande vulcão já era visto, ele parecia estar em erupção e havia, de longe, várias explosões no local.
Hanami, após cavalgar uma pequena trilha de areia e pedras se viu no local. A samurai estava em cima de um pequeno monte e olhando para baixo, ao longe, podia-se ver o místico que atacara Solasel, ele estava na frente do vulcão, que estava cheio de buracos, por onde derramava lava ardente sobre samurais que tentavam escalá-lo. Bolas de rochas flamejantes eram jogadas pelo místico no centro do espaço de terra onde haviam muitas árvores mas agora estavam todas mortas e queimadas. No centro, havia mais guerreiros, que fugiam desesperados de cada ataque. Parado no meio do grande espaço de terra se encontrava um único samurai em pé protegendo os mais fracos das bolas de fogo.
-- Daisuke... – Sussurrou Hanami, descendo do cavalo. – Daisuke! – Agora ela gritava.
Som de patas de cavalo fora ouvido atrás da samurai.
-- Hanami! – Gritava Layla, a sacerdotisa estava de costas, se segurando na sela do cavalo descontrolado.
Hanami para o cavalo graciosamente.
-- O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntou a mulher, vendo o robô se segurando na crina do cavalo, aparentemente assustado. – Voltem agora!
-- Não vou voltar, Hanami! Você me ajudou, agora é minha vez de ajud... – Layla parou de falar antes mesmo de terminar a frase e olhando boquiaberta para o místico sussurrou: -- O bruxo da montanha...
Hanami se aproximou da amiga: -- Você o conhece?
-- É dele que eu estou fugindo...
Hanami olhou para o místico e depois para Layla: -- É seu marido?
Layla apenas assentia com a cabeça. De repente seu rosto fez uma expressão surpresa, como se houvesse pensado em algo e então começou a descer o pequeno monte onde ambas se encontravam.
-- Aonde você vai? – Gritava Hanami seguindo Layla e o pequeno robô.
-- Meus pais... Meus pais podem estar em perigo! – E as duas desceram.
A visão em cima do monte era de batalha, mas estar no meio era ainda pior. Bolas de fogo caiam no meio do grande espaço de terra como meteoros. Layla corria entre os samurais para chegar ao campo de visão do bruxo. As esferas flamejantes criavam crateras enquanto Layla e Hanami tentavam se esquivar.
-- Místicos de fogo... Os mais difíceis de lidar... – Dizia Hanami correndo ao redor de uma cratera.
-- Ele não é místico de fogo... – Layla apontava para o vulcão que estava repleto de buracos, por onde derramava lava.
O místico move os braços e um buraco se abre nas rochas do vulcão, derramando mais lava nos guerreiros.
-- Místico de terra... – Dizia Layla. – Por isso ele veio para um vulcão... Ele controla a terra, não o fogo... – Ela diz olhando ele lançar sobre o chão uma enorme bola quente de rocha.
Ambas corriam, até que finalmente chegaram à visão do bruxo.
O mesmo parou e fitou Layla que ficara parada o fitando também. A expressão do senhor era de surpresa, mas um sorriso logo cobriu seu rosto.
-- Layla... – Ele gritou. --... Eu sabia que você estava aqui...
-- Onde estão meus pais? – Ela disse e sua expressão era séria enquanto o pequeno robô se afastava e se escondia em meio a rochas.
-- Seus pais? – Parte do vulcão se transformou em uma grande escada e o bruxo começou a descer lentamente alguns poucos degraus. – Você está preocupada com seus pais...? – Com um movimento as rochas de uma pequena parte do vulcão se abriram mostrando uma espécie de jaula feitas de pedras, onde guardava um humano e uma elfa, que chorando se abraçavam.
-- Pai! Mãe! – Gritava Layla desesperada.
--... Ou está preocupada com seu namoradinho? – Com um pequeno movimento, do outro lado da escada, outra jaula se formou do outro lado das grades de pedra, um lindo rapaz de cabelos escuros e pele alva, gritava o nome da meio-elfa.
-- Derek! – Ela gritou e seu rosto parecia que ia se desmanchar em lagrimas.
Hanami segurava o ombro da amiga, acalmando-lhe.
-- Hanami! Hanami! – Gritava Daisuke saindo do meio dos guerreiros que estavam vendo a situação enquanto ajudavam os feridos. – Eu estava preocupado com você... – Dizia ele ao se aproximar.
--Estava? – Ela perguntou, boba.
-- Claro... Eu te...
Uma bola de fogo caiu perto dos três, todos os guerreiros se colocaram em posição de ataque. Daisuke se esquivou puxando Hanami e a samurai puxou a amiga.
-- Você é meu bichinho de estimação. – Gritou o bruxo. – Pertence a mim... Seus pais me deram você, em troca de dinheiro.
-- Layla... Não é isso! – Gritava o pai da meio-elfa. – Você estava doente, sua mãe estava doente. Precisávamos de dinheiro, ou vocês duas iriam morrer.
Na mente de Layla vinham as imagens gravadas outrora pelo changeling, imagens de pais soberbos e sem sentimentos, viciados em ouro, mas na sua frente estavam apenas um casal humilde e assustado.
-- Eu sei pai... Sei que a intenção de vocês era ajudar e sou grata por isso. – Ela sorria para o casal e só o seu sorriso já os deixava mais calmos, mesmo naquela situação.
-- Não importa! – O bruxo gritava. – Não importa o motivo, o que importa é que você é minha. – Ele gritava mais alto, quando do seu robe verde e bonito, ele coloca a mão no bolso e tira algumas penas, as penas eram bonitas e Layla reconhecia elas, eram iguais a pena mágica que a levou para o continente de Darcael. – E seu namorado... – Ele olha para Derek, que estava de cabeça baixa. --... Arriscou-se para encontrar as Penas de Teleporte... Pra você fugir de mim, seu dono! – Uma bola flamejante fora lançada entre os samurais.
-- Foi você... – Layla sussurrava olhando seu amado, que estava cabisbaixo por não ter conseguido salvá-la.
-- Vamos sair daqui, sua amiga vai acabar sendo machucada... – Dizia Daisuke para Hanami. – Se protejam, nós iremos atacá-lo.-- O samurai empurrava levemente as garotas, quando Hanami coloca a mão na katana de seu amado.
-- Vamos atacar juntos... – Seus rostos estavam próximos um do outro. --... Todos juntos... – Ela olhava para todos os samurais.
-- Fique aqui, garota! Se proteja! Deixe isso com os samurais. – Dizia Daisuke correndo até os outros samurais.
-- Se proteja! – Foi só o que Hanami falou para a meio-elfa enquanto corria também.
-- Mas... Eu quero ajudar... – Disse Layla, mas o casal já havia partido e a deixando para trás.
De trás de uma rocha, o pequeno robô aparece flutuando perto dela.
-- Robozinho, você está aí! – Dizia Layla abraçando ele. Ela olhava para Hanami e Daisuke, ambos corriam em meio a uma chuva de meteoros e lava. – Eu devia ajudar... Não é? – Ela virou-se para o robô.
O robô flutuou se afastando de Layla e criou sobre sua cabeça o mesmo telão que outrora havia a imagem da senhora Masamita, mas agora havia a imagem de Layla, no momento em que ela falava com o pai de Hanami.
-- ‘sou uma sacerdotisa de Maagany, não deixaria um desconhecido em perigo... Muito menos uma amiga... ’ – A Layla da imagem repetia.
A meio-elfa olhou para ele quando a tela desapareceu. Ela apenas sorriu:
-- Fique aqui... Eu irei atrás deles, esse é meu dever, minha honra...
Layla correu para onde os samurais estavam, mas eles já estavam em outro lugar, estavam escalando o vulcão Fing.
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