quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ataque à Árvore da Vida

O som das folhas sendo pisadas era ouvido.
Alguém corria por entre plantas.
Essas plantas estavam em uma floresta.
A floresta dos elfos, Syless...

Os passos sobre o tapete de folhas eram rápidos e sincronizados perfeitamente. Não se podia ver quem corria, pois usava uma magia, estava invisível.
O ser invisível corria para um objetivo, corria para a Árvore da Vida.


Algumas pessoas em Gensõ dizem que a Árvore da vida é um dos lugares mais belos e mágicos do mundo, uma imensa árvore rodeada por um rio, sempre com muitos animais e seres místicos da natureza.
Dentro da árvore havia uma morada, havia muitos móveis, eram móveis de muito bom gosto para alguém que vive em meio à natureza, sem os conhecimentos ou mesmo a vaidade das cidades. Todos eram feitos com a madeira da própria árvore, estavam presos a ela, eram parte dela... 
Em uma espécie de sala enfeitada por folhas e raízes, Chihyõ brincava com pequenas fadas esverdeadas da floresta e tomava chás naturais enquanto animais selvagens de pequeno porte corriam livremente perto dela. Ela sorria gentilmente para cada animal e para cada fada que ali passava, como se cada um tivesse uma imensa importância para ela, e realmente tinham... Todos sabiam o quanto a Oráculo da Terra era gentil com cada ser vivo.

Aquele que corria invisível chegava cada vez mais próximo da Árvore da Vida, chegava cada vez mais próximo de Chihyõ.
Foram questões de segundos, quando a mão invisível tocou a árvore...
No mesmo momento Chihyõ caíra de joelhos, derrubando uma xícara de madeira no chão, os animais que estavam ali perto olharam para a bela e nua fada ajoelhada no chão, eles sabiam que algo de ruim tinha acontecido, só não sabiam o que...
-- O... O que foi isso? – Perguntou Chihyõ para si mesma, enquanto com a ajuda de uma pequena raposa colocava-se de pé novamente.
A Oráculo virou o seu rosto para uma janela, não havia nada lá fora apenas folhas, mas ela via alguma coisa a mais...
Raízes cheias de espinhos, da própria árvore, começaram a se levantar ao redor da mesma, era uma visão monstruosa e assustadora, mas apenas para aqueles que tinham medo do poder da natureza... O ser invisível, se não temesse, deveria temer...

As raízes formaram uma espécie de jaula ao redor do nada, a própria arvore se abriu no meio da sala em que se encontrava Chihyõ, e a bela fada atravessou seu corte que logo após voltou ao normal.
-- Eu normalmente sou altamente benévola com todas as criaturas vivas, todas merecem respeito, e até mesmo o direito de chegar próximas a mim é o que eu digo... Mas isso vale apenas para as criaturas vivas...
Nesse momento as raízes começaram a se fechar no nada, se tornando um cubo de espinhos cada vez menor.
Até que uma pessoa apareceu no seu meio. Aquele que estava invisível mostrou sua face.
No meio da gaiola de raízes apareceu um homem, não um homem normal, um homem de ferro, um andróide.

Chihyõ se assustou um pouco, sabia que aquele que se aproximava não era um ser vivo, pois não sentia vida dele, mas nunca tinha visto algo como aquilo, e nem podia, nunca tinha saído de Syless e andróides nunca são vistos na ilha dos elfos... Até agora... O susto fez com que a própria Chihyõ perdesse sua concentração, fazendo assim as raízes se abrirem um pouco, como as mãos de uma criança, que tenta pegar um inseto, mas se assustada quando ele se move.
-- Hokori! – Clamou a fada. – O que é você?
O andróide sorriu, fez um cumprimento honroso para a Oráculo e falou:
-- Sou Sin 0001, aquele que veio pôr um fim ao seu reinado de barbárie selvagem.
A voz do andróide soou assustadoramente, era uma voz computadorizada e altamente fria.
A fada olhou para o andróide sem entender o que ele realmente quis dizer, mas naquele momento não importava o que ele queria falar, ele não era um ser da natureza, ele não era um filho de Hokori, por isso não era bem vindo ali...
-- Modo de batalha... – Falou o invasor.
As mãos de Sin 0001 entraram no próprio braço e no lugar de mãos agora tinha um par de lâminas, em seus pés havia agora rodas e num rápido movimento cortara uma parte das raízes que o cobriam, abrindo passagem.
O andróide começara a deslizar com suas rodas de metal sobre o tapete de capim verde que enfeitava ao redor da grande árvore.
Algumas ninfas olhavam aquilo, assustadas enquanto se escondiam atrás das pequenas árvores da floresta, sátiros haviam fugido e deixado seus instrumentos para trás e as sereias que cantavam alegremente em pequenas rochas no rio que rodeia a Árvore da Vida, tímidas, voltaram para dentro das águas.
-- O que você quer aqui... Diga-me o que quer e podemos resolver sem machucar ninguém... – Dizia Chihyõ parada na frente do andróide.
O vento soprava e por alguns segundos houve silencio, que foi quebrado pela voz metalizado do homem de ferro.
-- Impossível você me dar o que eu quero sem machucar alguém... – Ele olhou bem nos olhos dela e falou: -- Porque o que eu quero é a sua morte.
Chihyõ abriu a boca com o susto, foi só o que ela pôde fazer, pois seu inimigo vinha em alta velocidade para cima dela com suas laminas de aço puro.
Um ataque fora feito.
A lâmina de Sin 0001 fez um arco no ar com a intenção de cortar o braço da donzela das florestas. Seu objetivo fora alcançado, o braço da mulher fora cortado, a lâmina bateu fortemente no osso do braço direito...
Se houvesse osso ali...
Chihyõ agora olhava seriamente para seu inimigo em seu braço um liquido começou a verter, mas não era sangue comum... Era seiva...

-- Eu já falei que sou muito calma... – A nua fada começou a falar. – Mas entrou em meu local de poder, maculou minha natureza e ainda por cima levantou armas contra mim? Sinto muito, mas terei que destruir você...
Sin 0001 apenas falou seriamente na frente da Oráculo da terra:
-- Como ‘ele’ imaginou... Você não é você... – o andróide olhou para a árvore. – Esse não é seu corpo...
Chihyõ agora olhou assustada para ele.
-- Quem é ‘ele’? – ela perguntou.
O andróide puxou a arma do braço da fada, fazendo um som que para os que sentem dor seria torturante.
-- Denkõ quer você morta, Chihyõ, ele não quer mais esse mundo de plantas e animais, a era da tecnologia está chegando, tudo se tornará cinza e nós teremos o poder, controlaremos tudo.
A fada abaixou a cabeça e falou quase como que num sussurro:
-- Denkõ... Fazia realmente tempo que ele não aparecia... Dos Oráculos ele sempre foi o mais diferente, o mais distante... – Ela levantou a cabeça. – Mas não o deixarei fazer o que quer... Não com a minha natureza...
Nesse momento a própria Árvore da vida pareceu viva, grandes galhos se abaixaram e pegaram o andróide como braços.

-- Sinto muito... – falou a Oráculo.
Os braços da árvore começaram a apertar Sin 0001 que falou:
-- Ultima anotação... Missão concluída... Vírus ativado.
Os galhos quebraram o andróide, que se repartiu em milhões de pedaços, que ao cair no chão foram engolidos pela terra.
Chihyõ suspirou, passou a mão sobre o corte no braço e o curou facilmente, pensava que tinha acabado, mas quando voltava para a árvore, olhou algo que não estava ali antes.
No momento em que Sin 0001 tocou na madeira deixara algo para a Oráculo. Havia um pequeno ferro preso na madeira, um chip. Chihyõ logo tentou tirar aquilo de sua preciosa árvore, mas assim que tocou no chip, um choque. A fada olhou assustada para aquilo e se sentia tonta, devagar se ajoelhou encostada no tronco da árvore, no mesmo instante, arrancou alguns fios de cabelo e ali mesmo, em meio a lágrimas, começou a plantar...
Todas as criaturas da natureza estavam tristes...

...
Longe dali, em meio à veículos voadores e arranha-céus, na ilha de Tecnus, um e-mail acabara de chegar num computador, na frente da maquina estava outro andróide, mas esse era muito mais poderoso, muito mais conhecido, era o próprio Denkõ, Presidente da Denkõ COP. e regente da ilha do ferro.
No e-mail estava escrito:
 “-- Ultima anotação... Missão concluída... Vírus ativado.
Denkõ apenas sorriu.

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