domingo, 15 de junho de 2014

Início de uma guerra - História de Darcael.

Há muitos e muitos anos atrás, Liaavel e Therwin travaram sua primeira batalha...
A honrada Deusa da Guerra nunca gostou do "espertalhão" Deus da Magia, e vice-versa, mas ambos se suportavam pelo bem de um panteão no mínimo tranquilo, porém sua primeira batalha estourou por um desejo em igual.
Ambos os deuses desejavam o grande continente de Darcael.

Os humanos, filhos de Tyali, já haviam tomado o local, assim como fizeram com toda Gensõ, mas o Deus da Ironia não necessariamente exige adoração à seus filhos, e por isso muitos corações no continente da terra estavam vazios e a espera de um deus que os tomassem para si.
Rezam as lendas que o próprio Therwin veio em forma de avatar (contam que na forma de um sábio mago) e começou, em Darcael, semear o ódio para com os guerreiros entre os humanos.
Falava que os guerreiros eram abrutalhados e tolos, que a deusa da guerra defendia uma causa de bárbaros.
Justiça havia de ser feita, por isso Liaavel também veio como sua avatar, na forma de uma bela humana. Dizem, aqueles que viram, que a mulher caminhava pelas estradas de terra de Darcael, arrastando duas espadas finas e longas, criando no chão marcas com símbolos estranhos e desconhecidos, alguns estudos descobriram ser letras de canções de guerra, na língua que mais tarde seria a darcaeliana.

Liaavel não falara mal dos místicos, não usaria a mesma artimanha baixa e desonrada que Therwin faria, mas a mulher caminhou e conheceu pessoas. Pregou o nome da batalha justa e honrada por toda aquela terra protegida por grandes cadeias de montanhas.
Um dia, encontrou o avatar de Therwin.
O Deus da Magia havia propagado sua crença também, porém, de uma forma suja e egoísta. Haviam agora magos e guerreiros naquele continente, mas apenas um grupo poderia ficar lá.
Liaavel levantou suas katanas e do outro lado Therwin, seu grimório.
Houve batalha naquele dia. Houve mortes, sangue e destruição.
O avatar de Liaavel havia se apaixonado por um guerreiro, não a paixão mortal como conhecemos, mas um paixão divina. A Deusa da Guerra o havia feito general de seus exércitos e prometido que se aquela guerra fosse vencida, ele seria seu novo Paladino.

Therwin percebera a admiração do homem e notara que havia outros sentimentos em seu coração.
O Deus do Conhecimento, não pensava em matar o avatar de Liaavel, pois assim, não seria de todo vitorioso, já que avatares são apenas representações, com um terço do poder do deus. Matando o avatar de Liaavel, não causaria dano nenhum na deusa, mas fazendo sofrer aqueles a quem ela ama, sim, isso causaria dano na mesma.
Therwin observando a forma com que o general olhava para a deusa em batalha, utilizou uma magia de modificação de carne, e puxou os olhos do homem, tornando-o cego. As magias de Therwin, são muito poderosas e nem mesmo a Deusa da Guerra poderia retirá-las.
Liaavel ficara com ódio, odiara Therwin e o amaldiçoara por ser um deus tão sujo e baixo, por ser, para ela, uma vergonha para o panteão, e então, matara seu avatar.
Havia vitória naquele dia, havia alegria, porém, também havia tristeza...
O general de Liaavel e agora seu Sumo-paladino, nunca mais poderia ver uma batalha, nunca mais poderia apreciar a beleza de uma guerra.
A Deusa odiava Therwin, mas não se deu por vencida, então com seu poder, puxara levemente os olhos de todos aqueles que o seguiam e disse:
"Que esses olhos puxados sejam uma marca que lembre nossa batalha de hoje, que seus filhos e os filhos de seus filhos carreguem no rosto a marca de nossa vitória."

O avatar da Deusa da Guerra construiu então uma nação naquele continente, com suas regras, cultura valores e honra, antes de desaparecer.
O general cego da deusa, se tornou o primeiro Imperador de Darcael, onde comandou, com nobreza e justiça por longos e longos anos.
Os magos então foram caçados no continente, indesejados assim como bestas, pois para os darcaelianos, assim o são.
Há boatos de magos se escondendo no continente, mas quando descobertos não duram muito, sendo levados rapidamente a morte, essa é a regra, essa é a justiça.
Hoje, magos e guerreiros se odeiam, aqueles que andam juntos, aventureiros, são considerados quase uma vergonha para ambos os lados, embora em toda história sempre há seus rebeldes e a guerra entre magos e guerreiros é seguida apenas pelos mais "fanáticos".
Assim nascera os continente de Darcael, e assim se formara a Guerra do Punho Arcano.

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