Os três aventureiros haviam atravessado aquela pequena porta, os urros da criatura na sala anterior ainda eram ouvidos quando se depararam com uma outra sala. Essa era escura, apenas pequenas tochas penduradas nas paredes iluminavam o local. As tochas faziam uma espécie de caminho que dava para um grande caixão que estava sobre um pedestal feito de ouro, mas assim que Ananda olhou bem para o caixão notou que era um
sarcófago, o local onde os sábios e poderosos de Shainar eram enterrados, mumificados.
Por um momento a garota se assustou, dando um passo para trás, lembrou do medo de Olliver, imaginou que poderia haver uma múmia alí, mas lembrou de suas próprias palavras e se acalmou.
-- Está se sentindo bem, Ananda? -- Perguntou Angelo, vendo a garota dando um passo para trás.
-- Estou ótima Angelo... -- Disse ela acalmando a si mesma.
-- Olha alí...! -- Cortou Olliver. -- Não é o anel que o doido do bar estava atrás?
Realmente era um anel, estava em cima do sarcófago, um anel bonito e assim como o que estava na mão do Ladino, tinha uma grande pedra vermelha em cima.
Sem exitar, Olliver corre em direção ao caixão, Ananda e Angelo ficam boquiabertos com a velocidade do Ladino e assim que sua mão está encostando no caixão uma pequena agulha passa entre sua mão e o anel, assutando o Ladino e fazendo Ananda e Angelo gritarem seu nome.
-- Você realmente está pensando em tirar esse anel daí? -- Dizia uma voz que parecia sair das sombras.
-- Quem está aí? Apareça covarde! -- Gritava Angelo ficando de costa para Ananda e procurando alguém, enquanto Olliver corria para perto deles e segurava sua adaga com as duas mãos já que a substância grudenta parecia estar desaparecendo.
Fora ouvido um passo, depois outro e numa pequena parte iluminada pelas chamas da parede apareceu uma pessoa. Era pequeno, batia na cintura dos aventureiros, do tamanho que passava facilmente na pequena porta onde os três passaram outrora.
-- Muito prazer... Eu me chamo Anpu Anati, eu apenas gostaria de saber o que vocês fazem nessa sala? Já que é visível que não são adoradores de Abubakar!
O ser usava um grande capuz que ia até o chão e uma máscara que parecia ser feita de aço.
-- Abubakar? O que é isso? -- Perguntava Olliver com as adagas apontadas para o ser.
-- Não é o que, mas QUEM, Abubakar foi um mago muito sábio, me admiro que nunca tenham ouvido falar desse... Devem ser apenas selvagens... -- A voz do ser era serena e fria.
-- Ora! vou mostrar aqui quem é selvagem! -- Grunia Olliver quando fora parado por Ananda.
-- Abubakar? Já ouvi falar sobre ele... -- Ela disse. -- Mas o poderoso mago de fogo não está morto?
-- Mago de fogo? -- Se interessou Angelo.
-- Sim, Angelo, dissem que ele recebeu poderes de fogo do próprio sol, mas que ficou tão louco pelo poder que foi morto...
Uma risada soou, vinha do homem. -- Vejo que nem todos aqui são tolos... -- O mesmo virou-se de costas e um som como tivesse tirando alguma coisa melada fora ouvida, uma grande espada de ossos e sangue aparecera em suas mãos, ele havia tirado de seu próprio corpo. -- Mesmo assim todos vão morrer.
O ser rapidamente correu em direção à Ananda com a espada, a sacerdotisa fechou os olhos assustada. Quando a espada fez um arco completo, o som de ferros batendo foi ouvido, Olliver tinha colocado uma adaga na frente protegendo a amiga. Angelo se afastava e começava a concentrar uma magia.
O ser sorriu e deu um passo para trás, sob o sarcófago uma espécie de janela começou a se abrir sozinha, mesmo o pequeno espaço que abrira iluminava toda a sala que era simples, feita completamente de pedras cinzas.
-- O... O que é isso? -- Gritou Ananda.
O ser mascarado sorriu mais alto ainda e disse:
-- Assim que o brilho do sol tocar no anel de Arcanum, sob o sarcófago de Abubakar, ele reviverá, voltará com seu poder e dominará Shainar... -- Seu sorriso soou mais alto ainda.
Uma esfera de fogo bateu no ser derrubando sua máscara, mostrando ser um anão do deserto, sua pele levemente queimada indicavam isso (Fogo / Nv2 Punho de fogo).
O anão furioso, olhou para onde veio a esfera ardente e fitou os olhos também furiosos de Angelo.
-- Nenhum mago maluco sujará o nome dos místicos de fogo em Shainar!
Seus olhos já se fechavam para concentrar mais uma magia, quando o anão correu para cima do feitiçeiro com sua espada ensanguentada em mãos, sua espada passou no braço do meio-elfo que parara de conjurar sua magia e caíra para trás, Ananda gritou e na mesma hora fechou os olhos e pedindo as benções de Maagany curou o companheiro (Curar / Nv1), a ferida de Angelo se fechou no mesmo momento, estancando o sangue. Enquanto o meio-elfo olhou em agradecimento para a companheira o anão correu para a sacerdotisa com ira nos olhos, mas parou no meio do caminho, a luz estava chegando perto do anel.
O sol tocara de leve o anel todos podiam sentir isso, o anão gritou de felicidade e Ananda e Angelo de horror, mas assim que a janela abria mais, o anel flutuou fugindo da luz.
-- O que é isso? -- Gritou Anpu dando um passo para frente olhando bem o que estava acontecendo. Angelo fechava seus olhos e fagulhas de fogo cobriam o ar enquanto o anão estava distraído. -- Mestre Abubakar é você? -- Gritava ainda mais o anão.
O anel flutuou até a frente do anão e quando estava a centímetros do mesmo uma voz soou:
-- Sim sou eu... Idiota!
Antes que Anpu pudesse fazer qualquer coisa dois ataques foram dados ao mesmo tempo, uma bola de fogo foi certeira na capa do anão que começou a queimar rapidamente como palha e na sua testa uma facada fora dada. Olliver apareceu na sua frente, segurando o anel de Arcanum, o Ladino estava invisível. (Invisibilidade Nv2) Ananda apenas deu um passo para trás, horrorizada.
O anão caiu no chão, a última coisa que ele vira fora o caixão de seu mestre e no seu rosto, em vez de desespero, havia um grande sorriso e ele morreu dando gargalhadas.
Todo local começara a tremer.
-- Sempre assim! Sempre assim! 'Vambora galera! -- Gritava Olliver correndo para o sarcófago de Abubakar, o Ladino subiu nele e saiu pela janela que estava totalmente aberta naquele momento. Angelo e Ananda não pensaram duas vezes e seguiram o companheiro.
...
Sem os aventureiros notararem, uma mão cadavérica saia de dentro do sacórfago...
...
Os aventureiros tinham ido até o templo do sol depois de tudo isso e Hunn Koll estava em meio a orações na frente de uma grande estátua que representava o sol, na frente da estátua havia uma espécie de fornalha que mostrava-se muito poderosa, era o local onde o sacrifício haveria de ser feito.
O sacerdote olhava para os aventureiros sujos e suados.
-- Que o sol seja louvado! Vocês conseguiram? -- Ele se aproximava do trio, alegre.
Ananda logo respondeu que eles estavam com o anel e que iam entregar para o templo. O sacerdote deu a eles um saco com um pouco de ouro, mas o suficiente para passerem algumas semanas no luxo.
Ananda agradeceu e quando o sacerdote estendeu a mão para receber o anel Olliver falou:
-- Sacerdote, seria possível eu, que arrisquei minha vida por esse anel, fazer a oferenda ao gandioso sol?
O sacerdote não vira nada de errado em deixá-lo fazer a oferenda, Ananda até se sentiu orgulhosa enquanto Angelo observava em silêncio.
Em cima do altar Olliver levantou bem o anel, a pedra vermelha brilhando fortemente fora vista pelo sacerdote que chorava emocionado e Olliver jogara no fogo, sendo consumido rapidamente em oferenda ao sol.
O sacerdote agradeceu mais uma vez, ainda emocionado, era muito bom ver fiéis fazerem sacríficios aos deuses.
O trio partira pelas ruas de Shainar que nessa hora estava quase anoitecendo. Ananda agradecia à Maagany por mais um dia estar viva e pedia perdão pelos pecados que seus amigos cometeram naquela tarde, com a morte do anão.
Olliver mexia no saco de moedas tranquilamente e quando olhou para Angelo viu seu rosto silencioso balançando em desaprovação, iria guardar segredo mas não aprovava aquilo...
Angelo tinha visto no saco um anel... O anel que Olliver jogara no fogo fora a bússula, o Anel de Arcanum estava com ele...
FIM (?)
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