sábado, 26 de novembro de 2011

Contos em Shainar - Parte 1


O sol é realmente muito quente, mas todos que já visitaram Shainar sabem que lá o sol parece ainda mais poderoso. Brilhando como uma colossal esfera de fogo nos céus, o sol castigava três aventureiros que caminhavam devagar numa espécie de estrada de areia. O caminho? nenhum dos três sabia ao certo para onde levaria, apenas tinham um leve idéia pois seguiam um anel barato como bússula...
...

Mas cedo, em um dos bares de Shainar, onde a população adulta se encontra para se proteger do sol e beber algo bem gelado, os três aventureiros se encontravam.
Olliver, um humano ladino de pele muito branca, cabelos curtos e pretos e corpo esguio, se encontrava no canto de uma sala em meio a paqueras, onde conquistava belas raparigas com sua afiada língua para depois apenas as deixar de coração partido.

Ananda, uma humana sacerdotisa de Maagany de pretos cabelos curtos e um corpo farto com uma pele em cor ébano, nascida em Shainar aproveitava o local, enquanto comia em uma mesa matando saudades das iguarias deliciosas de sua terra natal, conversava com seu terceiro companheiro.

Angelo, o meio-elfo, feitiçeiro de cabelos compridos e pretos, jogados sobre seus ombros de pele morena-clara acompanhava Ananda, enquanto diferente da mesma comia devagar e em silêncio.

A taverna estava normal, até que a porta fora aberta em velocidade e um velho senhor entrara em prantos, após muitas lágrimas derramadas e vários copos de água para acalmar o coração do homem ele finalmente pôde se explicar:
-- Eu sou Hunn Koll -- Ele falava para que todo o bar ouvisse. -- Sou o sacerdote maior do templo do sol, por favor, me ajudem, precisam me ajudar...
-- Se você nos disser que tipo de ajuda um sacerdote procura num bar a gente até poderia ajudar, mas acho que pela sua cara, velho, as raparigas não vão querer dormir com você... -- Dizia Olliver, enquanto tirava uma das garçonetes do colo seguido pelos risos de todos os bêbados do bar.
Ananda se levanta e como se aquela menina gulosa desaparecesse dando lugar a uma verdadeira sacerdotisa ela eleva os grandes seios (chamando atenção de alguns homens do bar) e caminha devagar para perto do homem.
-- Não ouça o que esse tolo lhe diz, senhor. Respire fundo e nos conte o que aconteceu, sou uma sacerdotisa de Maagany, e a deusa em alguns lugares de Gensõ é considerada o sol, logo somos irmãos.
Olliver e Angelo ficavam calados e surpresos, as vezes esqueciam o quão séria a doce e delicada Ananda podia ser.
-- Ouça irmã, o nosso templo faz anualmente um sacrifício para o sol, não... não matamos nenhum ser vivo, longe disso, agraciamos o deus com um item mágico feito de ouro. Esse ano... -- O homem calou-se e respirou profundamente, depois continuando. -- ... Esse ano iríamos abençoá-lo com um anel, O anel de Arcanum...
Todos no bar se calam e de olhos arregalados e à boca pequena murmuram coisas. Alguns assustados saem do local.
-- Que que é? O que que tem esse anel? -- Dizia Olliver olhando ao redor, estranhando a reação das pessoas.
O sacerdote ia abrindo a boca para falar o significado do espanto das pessoas para o Ladino quando Angelo se levanta de olhos fechados, virado para o sacerdote fala como se estivesse olhando para o ladino:
-- Arcanum foi um mago louco, Olliver. -- Ele abriu os olhos e olhou para o companheiro.
-- Ah! então tá de boa... Eu já vivo com loucos mesmo, isso não é novidade... -- Ria o Ladino.
Sem se deixar afetar, o místico continua:
-- Sacerdotes, como nossa amiga Ananda tem o poder de reviver pessoas, mas para alguns isso não é suficiente... Eles simplesmente não querem mais morrer... E esse fora o objetivo de Arcanum, vida eterna. -- Angelo se aproximou do senhor que ainda estava em lágrimas e fitou seriamente em seus olhos. -- Pensei que esse anel tinha sido destruído, é o que dizem na Faculdade Mística... O que vocês estão fazendo com ele?
-- í-iamos derrete-lo essa noite, para o deus-sol, juro...! -- O homem se segura na barra da capa de Angelo e em lágrimas, chora. -- Por favor, ajude-nos, caso ao contrário iremos ser castigados.
-- haha! Essa é boa, e acha que vamos fazer coisas assim? De graça? -- Zombou Olliver.
-- Eu pago! Todo dinheiro que tivermos no santuário eu dou a vocês! -- Disse Hunn.
Ananda olhou para Angelo e assentiu com a cabeça, que o mesmo assentiu como resposta.
-- Não se preocupe irmão, vamos recuperar esse anel, o deus-sol terá seu sacrífico. -- Disse Ananda.
O homem tirou do bolso um outro anel, mas esse era bem simples e fisicamente barato, mas tinha uma bela pedra vermelha com um brilho fraco.
-- Leve esse anel, irmã, ele irá mostrar onde está o outro. -- Disse o sacerdote entregando o anel para Ananda, mas antes da sacerdotisa pegá-lo, a mão rápida de Olliver o pegou.
-- Pode deixar comigo esse anel, velho! Eu que cuido das finanças do grupo, não confio nesses dois com coisas valiosas assim na mão...
E entre as bençãos do Deus-sol, os murmúrios das pessoas do bar que os chamavam de loucos e os choros das raparigas pela partida do Ladino, os três saíram em busca de tal anel.

...

Algumas horas depois...
-- Aí vai demorar muito? Olha só minha pele... O sol está acabando com ela, como vou pisar nos corações de raparigas sem ela? -- Reclamava Olliver.
-- Pelo menos estamos perto, veja o anel, o brilho já está bem forte.
-- Ralmente forte demais, devemos estar bem perto...
Assim que Ananda termina de falar os três levantam a cabeça, não há mais sol, mas sim uma grande sombra. Estavam na frente de uma pirâmede, não as Grandes Pirâmedes de Shainar, uma pirâmede pequena, mas não menos admirável... E estava com a porta aberta.
-- Pirâmede? -- Olliver fingiu um arrepiu. -- Ouvi falar que existem múmias aí...
-- Múmias? Por favor, Olliver, isso são histórias que as mães de Shainar contam para os filhos não fazerem maldades. -- Fazendo o sinal de cruz de Maagany no corpo, Ananda não hesitou em adentrar o local.
Olliver olhou para Angelo, o último fez uma expressão indiferente e seguiu a sacerdotisa.
-- Mesmo assim não sei se vale a pena... -- Disse Olliver também entrando na pirêmede.

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário