domingo, 19 de fevereiro de 2012

Amor e Honra - Parte 3 - Termas e dúvidas

Abaixo das copas das arvores estava mais escuro ainda, provavelmente era fim de tarde, hora de se recolher, principalmente quando se está em uma floresta desconhecida e assustadora.

Hanami e Layla caminharam pela floresta, após conhecerem um pouco sobre as culturas uma da outra, e criam um pequeno vinculo de amizade, ambas notam ao longe uma fumaça, é um cinza fraco, quase branco, então as duas caminham ate de onde vem à fumaça.
Assim que chegam ao local de onde a fumaça saia se deparam com uma pequena cabana, a fumaça saia de sua chaminé.

-- Maravilha! Não vou passar a primeira noite fora de casa dormindo no chão... – Falou Layla e logo depois correu em direção a casa.
Hanami a segue, mesmo não confiando muito em pequenas cabanas no meio de florestas.
Layla bate na porta e após alguns minutos um som de coisas caindo é ouvido, pareciam muitos ferros, como se quem morasse naquela casa fosse um ferreiro ou mesmo alguém derrubando muitas panelas.
-- Layla vamos sair daqui! Está na cara que tem gente em casa e não querem a gente aqui...
-- Fala sério... Tem gente aqui... Eu preciso de um banho... Já viu como eu estou? Já pensou se por acaso encontro o homem da minha vida e eu estou usando esses trajes? Que vergonha...
Hanami apenas revira os olhos enquanto a amiga continua a bater mais forte na porta.
Passos lentos e pesados, vêem em direção a porta, e assim que Layla para de bater na mesmo ouve a tranca rodar.
A porta se abre, atrás dela, uma senhora com um grande coque cinza na cabeça, um par de óculos e rugas enfeitando-lhe o rosto também de olhos puxados.

A senhora primeiramente estava com uma expressão surpresa, talvez por nunca tiver recebido visitas por causa da localidade da sua casa, mas depois as rugas se retorceram num belo sorriso.
-- O que mocinhas tão bonitas como vocês fazem sozinhas na floresta numa hora dessas? – Disse a senhora ajeitando seu óculos enquanto olhava para as duas mulheres na sua frente, analisando-as.
-- Senhora! Estamos perdidas nessa floresta horrível, será que poderia nos ajudar a encontrar um caminho para... – Layla olhou para Hanami.
-- Solasel... Para o centro de Solasel... – Completou a samurai sem nem mesmo olhar para a senhora.
A senhora deu uma risada fraca e mais uma vez ajeitou seus óculos. – Mas é claro que eu posso indicar onde fica o centro de Solasel, mas eu prefiro mesmo que vocês passem a noite aqui, eu sou uma velha solitária e triste e uma companhia é sempre bem-vinda, além do mais é perigoso andar na floresta nessa hora, ouvir dizer que gnolls vivem aqui perto.
Hanami olhou para Layla, mas a meio-elfa já estava entrando na casa. Hanami apenas a acompanhou e a senhora fechou a porta assim que as duas entraram.
...
A senhora, de sobrenome Masamita mostrou um quarto onde ambas podiam dormir e ofereceu-lhes um jantar farto e delicioso, pela fome, ambas nem tomaram banho e mesmo sujas foram jantar. A casa da senhora era uma cabana humilde por fora, mas por dentro era bem espaçosa e típica solaseliana, com belos tatames e quadros com katakanas simbolizando palavras bonitas como fé, esperança e amor.

A hora do jantar havia acabado, Layla e Hanami estavam satisfeitas e prontas para dormir quando a senhora se aproximou de suas duas convidadas, que conversavam na mesa, e fez uma pequena reverencia.
-- Vocês não querem experimentar nossa terma de água quente?
Layla logo se perguntou o que seria essa 'terma' em seu continente isso não é muito comum.
-- Você tem uma terma aqui na sua casa? Isso é maravilhoso! – Falou Hanami empolgada e logo depois voltou a sua fachada desconfiada. -- Digo... Layla... Você vai gostar...
-- Isso é ótimo! Eu estava com tanta fome e tanto sono que até esqueci-me de pedir para poder tomar banho... Eu preciso mesmo lavar essa roupa. – Disse Layla levantando um pouco seu vestido grande e cheio de babados e panos.
-- Então me acompanhem... – Disse a senhora Masamita caminhando a passos curtos e lentos em direção à terma.
As duas convidadas ficaram impressionadas com o local do banho. O céu sobre suas cabeças estava negro e cheio de estrelas cintilantes o enfeitando. O banho era um aglomerado de pequenas rochas rodeando uma piscina de pedras. Podia-se ver que a água estava quente, pois fumaça saia da mesma. O banho se encontrava no centro da casa todos os lados das rochas eram também rodeados por portas e janelas que levavam a outros cômodos da casa.

-- Por favor... Entrem no banho e apenas relaxem, amanhã vocês terão uma viagem a fazer se quiserem voltar à Solasel. – Disse a anfitriã entregando toalhas secas para as convidadas.
...
O vapor que saia da água dançava na frente das garotas, que nuas, relaxavam naquela água quente. Haviam entregado suas roupas para a senhora Masamita e a mesma iria lavá-las na mesma hora.
-- Deusa... Que maravilha... Preciso de uma dessas quando voltar para casa... – Disse Layla esticando os braços enquanto seus belos seios balançavam delicadamente cobertos por água.
-- Sim... É maravilhoso, mas ainda estou com uma duvida, essa mulher... Ofereceu essa casa sem pedir nada em troca? – Dizia Hanami brincando com a água, seus seios, semi-submersos eram maiores que os da amiga.
-- Por favor, Hanami, ela apenas foi gentil, devíamos agradecer a gentileza... Além do mais o que ela pediu em troca mesmo foi nossa companhia essa noite e cá estamos, não é?
-- Sim... Espero que você esteja certa...
Fizeram-se alguns segundos de silencio, e enquanto a samurai olhava para o céu a meio-elfa virou o rosto para ela e perguntou:
-- Está pensando em voltar pra casa? Digo... Você veio do centro de Solasel, né? E estamos indo para lá agora...
Hanami, perdida em pensamentos, voltou à realidade:
-- Acho que sim... Não sei ao certo ainda o que fazer... Minha intenção é ajudar você a voltar... Meu pai mora no centro da cidade, se formos lá podemos conseguir dinheiro para algum navio ou algo do tipo que estiver indo para o seu continente... Mas não sei se estou preparada para agüentar as pessoas da minha cidade...
Layla começou a brincar com a água tocando-a levemente com as pontas dos dedos enquanto parecia pensativa:
-- Compreendo... Parece realmente difícil... Quer dizer... Não ser o que os outros esperam que você seja... Eu digo isso por mim mesma... Não quero voltar e me casar com aquele desconhecido...
-- Mas você quer voltar, né?
Layla olhou para os céus, perdida. – Não sei Hanami... Minha família está lá, afinal... Enquanto eu corria daqueles monstros da floresta eu me senti um lixo, eu fugi das minhas obrigações, decepcionei todos...
Hanami olhou para Layla, o que ela falava fazia sentido, um sentido maior ainda para a própria samurai, ela fugiu de sua cidade por medo, fugiu das suas obrigações, ela sabia que isso aconteceria, sabia que ia ser difícil e mesmo assim ela foi, ela tentou, e desde que saiu de lá, da sua cidade, pela primeira vez se sentiu um lixo.
-- Mas eu não quero casar com esse desconhecido, eles só querem me juntar a ele por causa de dinheiro... Dinheiro, dinheiro... As pessoas só pensam nisso, eu quero casar com o amor da minha vida... – Disse Layla tirando Hanami de seus pensamentos.
Hanami virou-se para a companheira e perguntou:
-- E quem é o amor da sua vida?
Layla abriu delicadamente a boca com um pequeno sorriso tímido e assim que sua voz começou a agir para responder, de trás de uma das portas que dava para dentro da casa da senhora Masamita, uma criatura do tamanho de três homens, feita de ferro quebrou uma parede, ela estava pronta para atacar as duas mulheres...

Nenhum comentário:

Postar um comentário