Os dragões são os monstros mais poderosos que caminham – ou nadam
– em Gensõ... Disso ninguém tem duvidas. Encontrar um dragão é sinônimo de
aventuras e historias, se você sair vivo depois desse encontro.

Uma das historias mais contadas por bardos e historiadores
pela capital de Drimlaê é a do nascimento da Ordem dos Espadas do Poder, a
cavalaria real de Shufu, os cavaleiros abençoados por Tyali.
A Ordem não é tão velha quanto muitas ordens em Gensõ, na realidade
os Espadas do Poder são uma ordem recente.
Há alguns anos atrás quando Richard III era o rei e Tyrus,
apenas o bobo real, a cidade de Shufu, a maior capital de Gensõ, era protegida
por cavaleiros reais sem nome e sem leis, os cavaleiros, por ser a elite
acabaram perdendo a honra e o respeito, tornaram-se um grupo altamente
militarizado, importando-se mais com batalhas e derramamento de sangue do que
com a proteção do povo de Shufu.
Os cavaleiros eram beberrões e aproveitadores, arrancavam
todo ouro que podia dos pobres e maltratavam suas mulheres e crianças sem pena
ou misericórdia. Em meio a esses cavaleiros existia um homem que ainda possuía um
coração puro. As atitudes de seus companheiros estavam cada vez pior, isso não
era uma coisa boa para Gabriel Silvrrui, humano filho de humildes camponeses, que
após muita dedicação e esforço conseguira se tornar um soldado da elite Shufu,
mesmo que em um baixo cargo.
Gabriel sempre fora um homem de fé, mas aqueles tempos eram difíceis,
devoto de Tyali, deus dos humanos, ironia e poder, o homem rogou pelo seu deus
durante vários dias e varias noites, sem um só sinal de sua importância para
com ele.
O homem pediu a seu superior um tempo para viajar e cuidar
de algumas coisas em outra cidade.
Acompanhando um grupo de viajantes, trajando roupas simples e
portando apenas uma espada simples, velha e enferrujada, Gabriel encontrou a
resposta das suas perguntas.
Um dragão vermelho, a raça mais poderosa entre os dragões, atacou os viajantes.

As pessoas estavam assustadas e fugiam como covardes, mas
Gabriel continuou em pé diante do monstro que carregava uma imensa bola
flamejante para fulminar o homem...
A bola de fogo fez a trajetória entre o dragão e o homem,
enfeitando o ar com fumaça e fagulhas ardentes, no mesmo momento Gabriel rogava
em voz alta o nome de Tyali, segurando sua espada velha na frente do rosto.
Bardos dizem que naquele dia Tyali estava contente por ter ajudado um
desconhecido, enquanto outros dizem que o deus do poder já tinha uma missão
trajada para Gabriel.
A fumaça tomou conta do local, e enquanto o dragão voava,
certo de que tinha acabado com a vida do guerreiro ouviu-se um sorriso. Gabriel
estava vivo, ele celebrava o nome de Tyali enquanto a fumaça descia, mostrando
sua espada intacta. As pessoas que viajavam com o mesmo saíram de seus
esconderijos batendo palmas e louvando o nome de Tyali.
O tempo passou Tyrus o bobo,
ouviu essa história, mas nunca realmente a contou para o rei, assim que este
mudou de lugar com seu soberano, o agora rei Tyrus chamou Gabriel ao palácio e
em meio a brincadeiras e piadas, convidou-o a ser líder do protetorado do
reino, dando liberdade para convidar e expulsar aqueles que desejassem. Gabriel
aceitou a honra e assim chamou o protetorado de Shufu de Espadas do Poder, para
que ele sempre se lembrasse de Tyali, o deus que deu as glórias a um servo
simples e crente.
Gabriel carrega sempre em mãos a
mesma espada velha abençoada pelo deus dos humanos e pôs como regra que os seus
guerreiros (apenas humanos) que carregassem espadas simples, nunca demonstrando
poder, mesmo sendo possuidor do mesmo, pois é isso que Tyali o deus da ironia e do poder prega.
